Nesta terça (18), uma polêmica tomou conta do futebol brasileiro. Um grupo de jogadores famosos, como Neymar, Gabigol e Philippe Coutinho, se uniu para pedir o fim do gramado sintético nos estádios. A reclamação surgiu após supostas lesões e insatisfações com esse tipo de campo. Jogadores veteranos, como Thiago Silva e Lucas Moura, também aderiram ao movimento, que gerou discussões intensas. Mas qual é a verdadeira razão por trás desse pedido? E o que os clubes, como o Botafogo e o Palmeiras, têm a dizer sobre isso?
A Revolta dos Jogadores contra o Gramado Sintético
Em um comunicado recente, jogadores de renome criticaram o uso do gramado sintético em campos de futebol. Para eles, o campo artificial não deveria nem ser uma opção, pois pode aumentar o risco de lesões. A pressão por mudanças veio após o técnico Luis Zubeldía, do São Paulo, expressar publicamente sua insatisfação com o tipo de gramado. Entre os jogadores que se manifestaram, estavam nomes como Neymar, Gabriel Barbosa (Gabigol), Philippe Coutinho, Lucas Moura, Alan Patrick, Thiago Silva e Kaique Rocha.
O grupo destaca que a qualidade do jogo e a saúde dos atletas estão em risco devido à durabilidade e o impacto dos gramados sintéticos. Mas quem são os principais afetados por essa situação? As equipes do Botafogo e Palmeiras, que utilizam mais frequentemente o gramado sintético, estão no centro da polêmica.
Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos.
Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.
Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.
Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.
FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!
O Caso do Botafogo e Palmeiras
O Botafogo, recentemente campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, viu seu nome entrar na discussão. O time carioca, conhecido por usar o gramado sintético no Estádio Nilton Santos, se tornou alvo das críticas. A curiosidade é que, apesar de jogar em um campo artificial, o Botafogo teve a melhor campanha fora de casa no Campeonato Brasileiro de 2024 e conquistou a Libertadores no estádio do River Plate, em Buenos Aires. Isso levanta a questão: será que o gramado sintético realmente prejudica tanto as equipes quanto afirmam alguns jogadores?
Já o Palmeiras, outro time com forte uso do gramado sintético, rebateu as críticas. O clube paulista argumenta que o gramado artificial é uma escolha viável, especialmente porque tem certificação da FIFA, o que garante sua qualidade. Além disso, alguns estudos apontam que esse tipo de campo pode até reduzir o risco de lesões em comparação com os gramados naturais. Para o Palmeiras, as críticas feitas pelos jogadores são superficiais e não têm uma base sólida.
Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:
– O campo sintético do Allianz Parque é certificado pela Fifa, que realiza inspeções anuais desde a sua implementação, em 2020, a fim de aferir que o piso siga os mesmos parâmetros de um campo de grama natural em perfeito estado;
– Não há qualquer comprovação científica de que o risco de lesão em campos artificiais seja maior do que em campos naturais. Pelo contrário: recente estudo publicado pela revista “The Lancet Discovery Science” aponta que a incidência de contusões em jogos de futebol disputados em gramados artificiais é inferior à de lesões em campos naturais;
– Diferentes levantamentos realizados por veículos de imprensa mostram que o Palmeiras, ao longo dos últimos cinco anos, é o clube da Série A do Campeonato Brasileiro com menor número de lesões;
– O clube respeita a opinião dos atletas que manifestaram preferência por campos de grama natural e considera urgente o debate sobre a qualidade dos gramados do futebol brasileiro; este problema, contudo, não será solucionado com críticas rasas e sem base científica.
Tiquinho Soares e a Reviravolta nas Redes Sociais
O atacante Tiquinho Soares também se envolveu na polêmica. Após se manifestar contra o uso de gramado sintético em seus stories no Instagram, o jogador apagou a publicação pouco tempo depois. Tiquinho, que jogou no Botafogo por três anos, havia se lesionado em um campo natural, o que gerou uma certa ironia entre os torcedores. Essa atitude levantou dúvidas sobre a real motivação por trás das críticas aos gramados sintéticos.
O Que Esperar Agora?
A polêmica sobre o gramado sintético no futebol brasileiro está longe de acabar. Enquanto jogadores protestam contra o uso do material, clubes como Palmeiras e Botafogo defendem sua qualidade e benefícios. No meio disso tudo, o futuro dos campos de futebol no Brasil está em jogo. A discussão sobre a qualidade dos gramados continua sendo uma das questões mais debatidas no esporte. Resta aguardar para ver quais mudanças, se houver, serão feitas em breve.