O Botafogo enfrentou o Flamengo em um clássico acirrado na quarta-feira (12/02), pelo Campeonato Carioca de 2025. Apesar da derrota por 1 a 0, o ex-técnico interino Carlos Leiria, que assumiu o comando da equipe, viu um avanço no desempenho do time. Para ele, o Glorioso mostrou evolução tática e a equipe teve uma postura mais competitiva, embora ainda esteja em busca de mais entrosamento.
A Derrota, Mas com Progresso
O Botafogo entrou em campo com uma proposta diferente neste clássico. Carlos Leiria observou que a equipe demonstrou concentração e foco, algo que foi um dos pontos mais positivos do confronto. Apesar da derrota, Leiria destaca que a postura defensiva da equipe foi muito mais sólida. Ele comentou sobre o processo de ajustar o posicionamento defensivo e neutralizar as principais jogadas ofensivas do Flamengo, especialmente aquelas que envolviam os ataques pelas costas da defesa.
Hoje realmente entramos para um clássico, a equipe entrou muito concentrada, entrou competindo bem o jogo. Como eu falei, no pós-final da Supercopa, teríamos um período importante para começar a equilibrar a nossa equipe e também conseguir equilibrar o jogo contra o Flamengo, e realmente isso aconteceu. Ficou muito nítido no jogo, a nossa proposta defensiva entrou bem, conseguimos neutralizar os principais pontos do Flamengo que eu havia citado antes do jogo. Tínhamos uma preocupação com isso e algumas vantagens que eles tiveram, principalmente ganhando as costas da nossa defesa e gerando boas situações de definição, principalmente com a estrutura que eles usam no meio. Então conseguimos ajustar nosso posicionamento defensivo.
Leiria também comentou sobre a dificuldade enfrentada por sua equipe, principalmente pelo fato de serem poucas as semanas de treinamento, dado que a temporada começou há pouco. Para ele, a evolução da equipe é visível, mas ainda há muito a ser trabalhado.
Evolução no Sistema de Jogo
No que se refere ao desenvolvimento tático, o ex-técnico interino fez questão de destacar o processo de construção de jogo desde a defesa. Segundo Leiria, o time tem se esforçado para criar diferentes repertórios de saída de bola, embora tenha enfrentado a forte pressão do Flamengo nas bolas paradas. Para ele, esse processo de adaptação é um passo importante, que precisa de tempo para ser implementado de forma mais eficaz.
Começamos agora a construir um repertório maior de construção, desde o tiro de meta. Obviamente tinha uma pressão do outro lado, uma pressão boa do Flamengo quando a bola estava parada no tiro de meta, mas procuramos criar alguns repertórios, em alguns momentos saímos e outros não conseguimos sair. Isso já é uma evolução. Em um segundo momento, procuramos alternar situações em que saímos com quatro, situações em que a bola descia ou entre os zagueiros ou pegando uma diagonal dos zagueiros para criar uma relação em três. Para sair, a ideia era ter uma situação de um 3-2 na base, um duplo 5, uma situação para mobilizar a marcação deles e conseguir abrir espaço nas costas, abrindo bem o espaço. Então procuramos construir alguns cenários desses, com o Igor e o Matheus mobilizando a linha de 4 do Flamengo, tentando gerar um atraso de salto, ou por dentro ou dos laterais, tentando afastar um pouco os nossos laterais e os laterais deles também para poder ganhar costas, tendo em vista os saltos de fora para dentro dos pontas do Flamengo.
Outro aspecto analisado por Leiria foi a tentativa de alternar diferentes situações de ataque, como jogadas que começavam com a defesa, mas que buscavam abrir espaços na defesa adversária, utilizando diferentes movimentações de jogadores, como Igor e Matheus, para desorganizar a linha de defesa do Flamengo. Essa tentativa de variar os ataques é vista como um avanço no estilo de jogo do Botafogo.
Tivemos muitas situações e, como citei no jogo anterior contra o Madureira, agora precisamos refinar tudo. Começamos a inserir algumas questões na equipe, principalmente para atacar, que é um processo um pouco mais demorado, leva um pouco mais de tempo, mas acredito que ficou nítida a evolução que tivemos aqui no clássico, porque precisamos pensar em algumas situações. São, se não me engano, 11 dias de um jogo para o outro, tendo em vista que nós jogamos na sequência contra o Nova Iguaçu, com um intervalo curto, com pouco período para trabalhar. Tanto é que, por exemplo, situações de bola parada nós não inserimos ainda em treinamentos, a gente insere bola parada antes do aquecimento de jogo, é um próximo passo do nosso trabalho, tendo em vista a preocupação que a gente tem em começar a introduzir e trabalhar e melhorar essas questões que eu citei anteriormente. Agora é atacar também as questões ofensivas para que a equipe consiga ter mais refino na parte ofensiva.
A Dificuldade de Treinar o Botafogo e Ajustar a Equipe
Leiria também foi muito claro ao apontar que a equipe ainda está em um processo de ajuste. O curto período de treinamento e o calendário apertado dificultam a implementação de novos conceitos táticos. Ele explica que o time ainda não teve tempo suficiente para trabalhar aspectos importantes como as bolas paradas, que são uma área de foco nos próximos treinos.
Tenho visto que o Botafogo tem sido criticado pelo padrão, e se a gente for analisar nos últimos anos, no começo do ano foi difícil encontrar o padrão, não é uma situação tão simples que a gente conseguiu encontrar em início de temporada. Estamos fazendo o nosso melhor para conseguir a classificação para as semifinais do Campeonato Carioca. A equipe ainda tem possibilidades, pensando nos próximos jogos, de conseguir entrar e classificar. Obviamente, acredito que, com o passar dos jogos, ainda existe uma memória curta da reta final do ano passado. E a gente precisa entender que é um pós-período de férias, uma equipe que iniciou a treinar, a maioria dos jogadores, no dia 14, não faz um mês ainda que a equipe está treinando. Com nove dias, aproximadamente, já teve um clássico contra o Fluminense, em sequência clássico contra o Flamengo. Aos poucos, eu acredito que o padrão, o entrosamento, essas questões vão vindo junto e com certeza vai fazer com que o torcedor esteja ao nosso lado.
Além disso, o técnico interino comentou sobre a pressão enfrentada pela equipe, especialmente em relação ao padrão de jogo. Com o início da temporada e o time se ajustando após o período de férias, Leiria acredita que o entrosamento virá com o tempo. Ele reforçou que, apesar das dificuldades, o Botafogo ainda tem chance de se classificar para as semifinais do Campeonato Carioca, e que o torcedor deve ser paciente enquanto a equipe evolui.