Por Thiago Guedes
A passagem de Carlos Leiria como técnico interino do Botafogo foi curta, mas cheia de altos e baixos. Após a saída de Artur Jorge em janeiro, o interino assumiu o comando da equipe com a missão de estabilizar o time e fazer bons resultados no Campeonato Carioca e em outras competições. Porém, a realidade foi bem diferente, com resultados negativos, insatisfação interna e uma perda importante na Supercopa do Brasil.
Agora, com o anúncio de Cláudio Caçapa como novo auxiliar técnico permanente, a questão que fica é: o que Leiria realmente deixou para o Botafogo? Seu desempenho no comando do time pode ser visto de diversas maneiras, mas o que é inegável é que ele não conseguiu solucionar problemas cruciais, como a falta de treino de bolas paradas, uma área fundamental no futebol moderno.
O Trabalho de Carlos Leiria no Botafogo
Carlos Leiria teve um mês para mostrar serviço, mas seus resultados ficaram aquém das expectativas. Em dez jogos, conquistou apenas quatro vitórias e perdeu seis, sem contar a derrota na Supercopa. Se por um lado ele conseguiu colocar sua marca no time, por outro, suas escolhas táticas foram frequentemente questionadas, tanto pela imprensa quanto pelo próprio elenco. Um dos maiores erros apontados foi a falta de trabalho em bolas paradas.
Falta de Preparação nas Bolas Paradas
Em uma entrevista após a derrota para o Flamengo no clássico, Leiria admitiu que não havia dado a devida atenção ao treinamento de bolas paradas. Para ele, o foco estava em outras áreas do time e as bolas paradas eram trabalhadas apenas de maneira superficial antes dos jogos. No entanto, a decisão de não priorizar esse aspecto do jogo, principalmente em um momento inicial de temporada, parece ter sido um grande erro. Afinal, jogadas ensaiadas podem ser determinantes em partidas equilibradas, como aquela, e o Botafogo acabou sendo vítima disso.
Decisões Questionadas e Falta de Prestígio
O nome de Carlos Leiria nunca foi sinônimo de consenso no Botafogo. Considerado por muitos como “cabeça dura”, ele insistiu em suas ideias mesmo quando as críticas internas começaram a aumentar. Suas escolhas táticas não agradaram e a insatisfação dentro do clube foi clara. Além disso, Leiria não conseguiu resolver os problemas de entrosamento e a parte física da equipe, algo ainda mais grave considerando o início da temporada, quando as condições do time ainda estavam em fase de adaptação.
A Transição para Cláudio Caçapa
A saída de Carlos Leiria foi rápida, mas a chegada de Cláudio Caçapa trouxe uma sensação de alívio para os torcedores e, principalmente, para os jogadores. Caçapa, que já havia sido interino no ano passado, traz consigo uma experiência mais sólida no futebol, tanto como ex-jogador quanto como técnico. Sua contratação pareceu ser a resposta que o Botafogo precisava para começar uma nova fase, com mais organização e foco nas jogadas mais estruturadas, como as bolas paradas.
É importante frisar que, por mais que Leiria tenha falhado no comando do time principal, quem o colocou nessa posição também merece parte da responsabilidade. A decisão de mantê-lo como interino por tanto tempo, sem que o Botafogo contratasse um técnico efetivo rapidamente, foi um fator que contribuiu para a falta de consistência na equipe.
Por Thiago Guedes
