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Thairo Arruda fala sobre Liga e gramado do Estádio Nilton Santos

Confira entrevista do CEO no podcast "Futebol Além do Óbvio", do "Lance!"

autorPor Thiago Guedes
Data Publicação:15/09/2023
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Thairo Arruda fala sobre Liga e gramado do Estádio Nilton Santos

Thairo Arruda, CEO do Botafogo, deu uma entrevista no podcast "Futebol Além do Óbvio", do "Lance!" (confira aqui a primeira parte). Ele falou sobre a nova Liga e também sobre o gramado do Estádio Nilton Santos.

Botafogo é um dos clubes mais tradicionais e queridos do futebol brasileiro, com uma rica história e uma legião de apaixonados torcedores. No ano de 2023, algo peculiar chamou a atenção dos botafoguenses e do público em geral: o gramado sintético, carinhosamente apelidado de "tapetinho". Esta decisão, tomada pela direção do clube, provou ser uma escolha inteligente e estratégica, trazendo ganhos tanto dentro quanto fora das quatro linhas.

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Campeonato Brasileiro de 2023: A Casa do Botafogo

Uma das primeiras evidências dos benefícios do gramado sintético veio à tona durante o Campeonato Brasileiro de 2023. O Botafogo fez uma excelente campanha em casa, e o campo sintético demonstrou ser uma vantagem significativa. A superfície uniforme proporcionou uma base consistente para o jogo, permitindo que os jogadores do Botafogo se adaptassem e desenvolvessem seu estilo de jogo de forma mais eficaz. A precisão e velocidade do passe melhoraram, resultando em partidas emocionantes para os torcedores.

Além disso, o gramado sintético requer menos manutenção em comparação com os gramados naturais, o que reduziu os custos operacionais para o clube. Isso permitiu que o Botafogo investisse mais em sua equipe e infraestrutura, criando um ambiente mais favorável para o sucesso.

O Estádio Nilton Santos: Palco de Grandes Shows

Outra consequência positiva da escolha do gramado sintético foi a capacidade do Estádio Nilton Santos de se transformar em um palco para grandes eventos além do futebol. Com a superfície artificial, o estádio se tornou mais versátil e durável, permitindo a realização de concertos e outros espetáculos com mais facilidade. Isso trouxe receitas adicionais para o clube e proporcionou aos botafoguenses a oportunidade de desfrutar de experiências culturais diversificadas em um local tão emblemático.

A Visão do CEO da SAF do Botafogo, Thairo Arruda

O CEO da SAF do Botafogo, Thairo Arruda, desempenhou um papel fundamental na decisão de adotar o gramado sintético. Ele explicou que a escolha foi baseada na busca pela excelência, visando melhorar o desempenho esportivo do clube e garantir sua sustentabilidade financeira. A decisão não foi apenas estratégica em termos de campo, mas também em relação à visão de longo prazo para o futebol brasileiro.

Realmente estudamos muito o assunto antes de tomar uma decisão sobre gramado artificial. O que buscamos no Bota é inovação, é ser diferente, criar clima sustentável, ser exemplo dentro e fora de campo. Dito isso, entendemos que tínhamos oportunidade de desenvolver o business de shows no Rio de Janeiro. Todos os grandes concertos do mundo vêm para o Brasil em turnês e não paravam no Rio de Janeiro, porque não tinha estádio, não tinha local para receber 60 mil, 70 mil pessoas. Quando identificamos a oportunidade, vimos que o gramado natural não comportava esse business. Porque estraga quando coloca cobertura para pessoas ficarem em cima do gramado, quando coloca torre, estraga gramado. Vemos o que acontece no Mineirão, fica todo remendado. Quando um pedaço de grama morre, você recorta, tira e coloca outra em cima. Não queríamos isso porque nosso produto e futebol.

Precisávamos migrar para gramado artificial para executar business de shows e não ferir o produto principal, que é o futebol. Olhamos Palmeiras, Athletico-PR e outros clubes, de fato tem diferença, de tecnologia. Embora todos sejam regulados e atestados pela Fifa que são bons para o futebol, tem diferenças, de amortecimento, altura da grama, revestimento. Consultamos primeiro a Fifa, perguntamos qual recomenda para que a bola quique e corra do mesmo jeito. Não queríamos criar gramado que modificasse o jogo de futebol, futebol tem que ser igual, os jogadores não podem ser surpreendidos. Inclusive os adversários estão elogiando, dizem que dá para jogar bem, a bola corre igual. Quando você vê gramados irregulares, prejudica o jogo. No nosso, a bola vai chegar naquele lugar, não tem morrinho ou irregularidades. Melhora até a jogabilidade, você vê que os jogos do Botafogo estão sendo mais bonitos de se assistir por conta disso. Acho que foi um golaço da nossa gestão, viabilizou linha de receitas novas, os maiores shows do mundo para a população do Rio, mudamos o PIB da cidade. Porque cada show tem turistas, hoteis lotados, movimentação financeira na cidade. É incrível como um clube de futebol consegue impactar a sociedade de diversas formas.

A liga do futebol brasileiro enfrentou desafios significativos, incluindo a divisão dos clubes em blocos. No entanto, Thairo Arruda acredita que uma união entre os clubes é possível e benéfica para o futebol nacional como um todo. Sua visão é a de que, ao trabalhar juntos, os clubes podem criar um ambiente mais competitivo e atrativo para os torcedores e investidores, tornando o futebol brasileiro mais forte no cenário internacional.

Confira declarações de Thairo Arruda após a Publicidade.

O Futuro do Futebol Brasileiro

Thairo Arruda também projetou como espera que o futebol brasileiro esteja nos próximos cinco anos. Ele acredita que, com a cooperação entre os clubes e a adoção de melhores práticas, o Brasil poderá desenvolver uma liga de futebol mais competitiva e lucrativa. Isso inclui investir em infraestrutura, desenvolver jovens talentos e melhorar a gestão financeira dos clubes.

A questão da liga vai ser um marco no futebol brasileiro, todos querem, por um motivo ou outro ainda não aconteceu. Olho sempre do ponto de vista otimista, acho que uma hora vai acontecer. Há um ano discutíamos como vai ser distribuído o dinheiro entre os clubes. Hoje não existe mais essa discussão, já são outras. Essa pauta está superada, era um problema tão grande que vinha desde o Clube dos 13. Acredito que superamos esse momento, estamos evoluindo para uma união em algum momento. Hoje existem dois blocos, muito também porque existem dois investidores e assessores, e alguns detalhes de governança que separam essa união. A maior parte da diferença já foi superada. Espero que, se não esse ano, no próximo ano consigamos ver a liga formada.

 

Por que isso é bom para a governança? Porque conseguimos com isso privatizar a gestão da liga brasileira. Hoje em dia quem vende nossos direitos lá fora? A 1190 comprou os direitos internacionais, faz a distribuição e fica com a maior parte do lucro, os clubes ganham pouco. Quando você tem gestão centralizada, pode ordenadamente vender os direitos lá fora e vender melhor aqui dentro do nosso território. Por exemplo, quando vende os direitos do Brasileirão, pode falar “quem paga mais?” Vão ter as emissoras, TV aberta, TV fechada, e mais players brigando por aquele produto. Só que eventualmente você não extrai o melhor valor se vende tudo para um só. O ideal, que já aprendemos com o mundo, é fatiar os direitos, vender o primeiro pacote, premium, com direito a escolher os jogos, o segundo pacote, que escolhe na sequência… Quando fatia, você não pega só uma emissora, pega todas. Dá a chance de ter a Globo junto com o SBT transmitindo o mesmo campeonato. Isso é feito lá fora e maximiza o retorno aos clubes. Quando maximiza, dá mais condição aos clubes de ter infraestrutura melhor, produto melhor, gera ciclo virtuoso de geração de valor dentro dessa indústria. Isso é importante até para Seleção Brasileira, que depende dos clubes, eles que formam atletas, investem na base. Se tivermos mais clubes com mais condições financeiras e estruturais, consequentemente teremos melhores atletas para a Seleção.

Confira mais declarações de Thairo Arruda após a Publicidade.

Em resumo, a escolha do gramado sintético pelo Botafogo provou ser uma jogada estratégica que beneficiou o clube dentro e fora de campo. Além disso, Thairo Arruda e sua visão de um futebol brasileiro mais unido e forte oferecem esperança para o futuro do esporte mais popular do país. Com determinação e cooperação, o futebol brasileiro pode alcançar novos patamares de sucesso nos próximos anos.

Eu acho que temos uma tendência de crescimento natural do nosso futebol, pelo advento da nova liga, que vai ser transformadora. Os clubes, também pelo fair play financeiro, têm tudo para se estruturar melhor. Vislumbro os clubes com mais estrutura física, uma base melhor. Muitos clubes vão ter grandes academias (base) para geração de talento. Devemos ver nos próximos cinco ou dez anos mais Vitors Roques, mais Matheus Nascimentos, outros grandes atletas vindo da base, um produto melhor na TV. Temos que pensar fora da caixa do ponto de vista do streaming, como vamos nos conectar com o torcedor. Tem muita coisa que conseguimos vislumbrar, é esse meu sonho, que os clubes realmente vivenciem esse crescimento na próxima década.

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Por Thiago Guedes

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