Por Thiago Guedes
No mundo do futebol, a carreira de um treinador é frequentemente marcada por momentos de alta pressão e decisões difíceis. Para Luís Castro, a final da Taça Rio-2023 tornou-se um divisor de águas em sua trajetória como treinador do Botafogo. Neste artigo, exploraremos como esse episódio influenciou sua decisão de deixar o clube e se mudar para o Al-Nassr, na Arábia Saudita. A emoção de Luís Castro e a complexidade de sua escolha também serão destacadas.
O Episódio da Final da Taça Rio-2023
A final da Taça Rio-2023 se tornou um marco na carreira de Luís Castro. O treinador português, que já enfrentava críticas e pressão da torcida alvinegra devido aos resultados do time, viveu um momento de intensa tensão quando foi amplamente xingado pela torcida. O ápice desse protesto foi a exibição de uma faixa na arquibancada do Estádio Raulino de Oliveira, pedindo sua saída.
Esse evento em particular parece ter deixado uma cicatriz profunda na mente de Luís Castro. O treinador confessou, pela primeira vez, que esse episódio teve um peso significativo em sua decisão de deixar o Botafogo. Foi um momento de mágoa e desapontamento para ele, que afirmou que aquele dia jamais será esquecido.
A Decisão Difícil de Deixar o Botafogo
Para Luís Castro, a escolha de sair do Botafogo, enquanto o time liderava o Campeonato Brasileiro, foi a decisão mais difícil de sua carreira como treinador. Isso demonstra o conflito interno que ele vivenciou naquele momento. Por um lado, ele estava no comando de uma equipe com potencial para conquistar o título nacional, e por outro, a relação com a torcida e a pressão sobre seu desempenho estavam se tornando insustentáveis.
A Emoção de Luís Castro
Ao falar sobre a sua partida do Botafogo, Luís Castro não conseguiu esconder sua emoção. Ele se mostrou profundamente tocado ao mencionar os jogadores alvinegros. Isso ilustra a conexão que ele desenvolveu com o time e o carinho que nutria por seus comandados. A relação entre um treinador e seus jogadores muitas vezes é fundamental em sua carreira, e essa conexão emocional certamente desempenhou um papel significativo na decisão de Luís Castro.
Eu tinha uma relação muito forte com a torcida. Ondulante, porque não esqueço do estádio naquela final da Taça Rio, não me esqueço desse dia e jamais esquecerei desse dia. Na minha vida como treinador de futebol jamais esquecerei o dia em que todos no estádio, além de terem colocado uma faixa me mandando embora, pedindo “Fora, Castro”, todo o estádio me insultou, todos, em coro. À exceção de algumas pessoas, estava ali uma coisa claramente montada. Ninguém vai ao jogo se não para ver sua equipe ganhar. E as pessoas não foram lá para ver sua equipe ganhar, porque a equipe ganhou, ganhou bem, se entregou, e o estádio insultou sua equipe e seu treinador. Foi uma relação ondulante, mas foi muito marcante esse dia para mim.
Teve impacto (na decisão de sair do Botafogo), teve impacto sim. Não vou dizer que não, não sou hipócrita. Assim como não sou hipócrita de dizer que a vinda para o Al-Nassr foi um salto na minha carreira, para outro patamar, para trabalhar com jogadores de seleção. E se um dia quero uma seleção nacional, tenho que trabalhar com jogadores de seleção. Eu tenho como objetivo um dia chegar a uma seleção, Foi (a decisão mais difícil). Foi uma decisão muito, muito, muito difícil. Tinha uma relação muito forte com meus jogadores. Eu tenho uma relação muito forte com meus jogadores. As pessoas podem interpretar como quiserem minhas palavras, tenho uma relação muito forte com o elenco do Botafogo, gosto muito deles. Sinto muita emoção quando falo deles.
A saída de Luís Castro do Botafogo após o episódio da final da Taça Rio-2023 foi um momento marcante na história do clube e na carreira do treinador português. Esse episódio, carregado de emoções, reflete a complexidade do mundo do futebol, onde as decisões nem sempre são tomadas apenas com base em fatores técnicos, mas também em considerações emocionais e de relacionamento.
Por Thiago Guedes
