Thairo Arruda, CEO do Botafogo, deu uma entrevista ao “Charla Podcast” nesta sexta-feira (14/07). O executivo do Botafogo falou sobre diversos temas envolvendo o Glorioso.
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Entrevista Thairo Arruda - “Charla Podcast” - 14/07
Abaixo, veja trechos da entrevista dada pelo CEO do Botafogo, Thairo Arruda, ao "Charla Podcast".
John Textor
Ele é muito próximo ao Botafogo. Falo com ele de três a quatro vezes por dia sobre o Botafogo, ele quer saber de tudo, detalhe por detalhe, desde a manga da camisa… Todas as decisões do Botafogo são ele que toma, eu sou só o executor. “John, chegou uma proposta de patrocínio para a manga da camisa de um jogo, R$ 200 mil, quer fazer?”, é nesse nível, de US$ 50 mil, que não é nada, ele quer saber: “Mas qual é a empresa, qual setor?”. Ele quer saber de tudo, é muito participativo.
Ele sempre esteve empolgado, não só pela campanha, mas com o clube, com a torcida, a vibração. Ele se sentiu abraçado, amado desde o dia que chegou, ele lembra muito bem quando pisou aqui no Rio e foi recebido como um astro, coisa que nunca aconteceu. Aqui as pessoas são mais afetivas, são mais quentes, ele sente esse carinho todo desde o início. Ele sente as vitórias e as derrotas também, sofreu bastante com essa mudança de humor do brasileiro.
É um cara incrível, ele realmente não chegou onde chegou à toa. Sempre falo que a cabeça dele gira em outra frequência. Ele pensa diferente, a cabeça dele não é cartesiana, não é linear, o pensamento dele é todo atrapalhado, mas você pensa: “Caramba, esse cara é gênio. Ele foi empresário de sucesso de várias empresas. Ele tem uma empresa de produção de filmes de Hollywood, ganhou seis ou oito Oscars, acho que o Titanic era da empresa dele. Depois ele comprou uma plataforma de streaming, a FuboTV, pagou acho que US$ 3 milhões e dois anos depois abriu o IPO da empresa a US$ 9 bilhões. É um cara que sabe fazer negócios e sabe gerir pessoas.
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Folha salarial
A fase que vivemos dentro de campo nos surpreende também, não esperávamos isso no começo da temporada. Temos a melhor campanha da história dos pontos corridos, isso era inimaginável, nos melhores sonhos não pensávamos isso. Temos que aproveitar o momento também para construir muito mais coisas que vêm junto com o resultado esportivo.
Hoje temos a sexta maior folha do campeonato, esperamos que com essa folha o Botafogo fique figurando entre os seis primeiros. Com uma gestão focada na eficiência, podemos até atingir um patamar maior do que a estatística nos diz, mas não esperava que seria tão mais assim nesse primeiro ano nosso.
Resultados no Botafogo
O resultado que estamos tendo hoje é um trabalho direto do departamento do futebol como um todo. Não é só do scouting, mas também do Mazzuco. Não é só identificar, é negociar, trazer, identificar o perfil do atleta, se encaixa com o perfil do elenco, isso tudo é trabalho do departamento de futebol. Estamos vendo que podemos fazer isso muito bem tendo esses profissionais incríveis dentro do nosso clube.
Declarações do diretor do Flamengo sobre o gramado sintético
O que o diretor do Flamengo falou, é verdade que a recuperação é diferente. Existe uma recuperação pós-jogo diferente da grama natural, mas isso é conhecido, o Palmeiras já tinha isso, o Athletico-PR… Não é o Botafogo que está mudando o mercado, ele seguiu para benefício de todos, porque entregamos hoje um jogo mais bonito, todos elogiam inclusive os adversários.
Além de garantir a qualidade dos jogos, a grama sintética ainda viabiliza todo o business de show que temos construído. É um ganha-ganha incrível. Essa questão de lesões não é verdade. Tivemos essa preocupação quando estudamos o gramado artificial e analisamos o Palmeiras e o Athletico-PR. Será que eles estava tendo mais lesões? Não. Então, vimos que isso é um pouco de mito.
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Shows no Nilton Santos
Identificamos uma oportunidade de negócios, a gente consegue ter um time mais caro porque geramos mais receita. O Rio de Janeiro é uma grande capital e não tinha um espaço para receber shows grandes. Essas grandes bandas mundiais não vinham ao Rio, iam para São Paulo, eventualmente para Minas… Começamos a falar com as produtoras e começamos a fazer todo o business plan. Estamos construindo uma linha de receita muito boa, que nossos adversários não conseguem. O Palmeiras consegue, deu certo. Entendemos que essa receita nova cria uma vantagem competitiva para o Botafogo que outros clubes não conseguem.
O Palmeiras não têm o controle sobre a agenda de shows, nós temos. Nós que escolhemos as datas junto com o produtor. Às vezes ainda não conhecemos o calendário, já tem gente perguntando das datas do ano que vem. Não temos o calendário das competições do ano que vem e às vezes temos que aceitar um contrato para não perder e pode ser que coincida com alguma data de show. Aí temos as alternativas de negociar com a CBF, que é o ideal, ou eventualmente levar para outra praça, atendendo ao torcedor botafoguense de outros locais, como o Brasília. É sempre pontual algum caso específico, levar às vezes para o Maracanã… Temos algumas opções interessantes nesse caso.
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Camisa da Reebok
Vai ser dia 27 e a estreia contra o Coritiba, em casa. A camisa está linda. A qualidade que a Reebok traz, a produção é diferenciada, gostamos muito do material, da tecnologia, os ajustes, o design… Foi tudo escolhido pelo John. Ele olhou as amostras que recebeu, pediu mudanças, na gola, isso, aquilo, teve o dedo do John em tudo.
A linha de treino está maravilhosa, vai ser uma linha popular. Quando precificamos nossos produtos, temos algumas dificuldades ali. Não podemos colocar nossa camisa de jogo num preço muito barato, muito abaixo do mercado, porque acabamos desvalorizando a Reebok, que é uma marca premium e não pode ter um preço mais barato que as outras marcas premium. Nossa camisa vai vir a um preço alinhado com a dos demais clubes. Mas para atender a classe mais humilde, temos uma linha de treino maravilhosa, que são as minhas preferidas.
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Setor de scouting
Investimos muito no scouting. A primeira coisa que fizemos foi montar uma grande equipe de scouting, hoje temos uma equipe de analytics, temos os olheiros, análise do adversário, temos um time grande dentro do guarda-chuva do Alessandro Brito (head scout). O scouting é uma ciência como qualquer outra, tem um cara que estudou a vida inteira para identificar talentos no futebol. Com essa estrutura, conseguimos surpreender e montar um time muito eficiente, que foge do padrão de escolher o jogador óbvio, que geralmente é o mais caro.
Quando começamos, tivemos que implementar todos os processos de scouting. Hoje já temos mapeados e identificados os próximos talentos que queremos trazer, mas para isso precisamos de espaço. Não posso encher de jogador dentro do elenco que não vai jogar. Se um dia a gente perder alguém, porque no Brasil tem que se vender atletas, e isso não vai acontecer esse ano porque podemos buscar o título, nosso departamento de scouting já tem mapeado as peças que eles querem para substituição. É um trabalho constante.
Por Thiago Guedes
