Por Thiago Guedes
Gatito Fernandez é o estrangeiro com mais jogos pelo Botafogo na história e voltou a atuar na última quarta-feira, no empate em 1 a 1 com o Patronato, pela Copa Sul-Americana 2023. O paraguaio comentou sobre o seu retorno após oito meses e disse estar completamente recuperado.
Veja abaixo a entrevista do goleiro Gatito Fernandez ao programa “Sportscenter”, da ESPN.
Entrevista Gatito Fernandez - “Sportscenter”, da ESPN
Confira trechos da entrevista do goleiro do Botafogo, Gatito Fernandez, ao programa “Sportscenter”, da ESPN.
Retorno ao Botafogo
Realmente fiquei um pouco ansioso no pré-jogo, aquele friozinho na barriga. Foi muito legal. Traz lembranças antigas do que estamos acostumados a vivenciar no dia a dia. Feliz pelo meu jogo, me senti muito bem durante o jogo todo, não foi um jogo fácil, mas consegui estar à altura dos meus companheiros, que estão com um pouco mais de ritmo, e consegui somar para mostrar que estou pronto para ajudar no decorrer da temporada.
Sentimento
Vivo com muita emoção e alegria tudo que está acontecendo hoje com nosso clube Botafogo. Já passei por muitas situações adversas, difíceis, hoje em dia me dá muita felicidade ver o que está acontecendo no clube, a maneira como os companheiros estão lidando com a pressão, como estão encarando os jogos. Foi algo que me motivou muito na recuperação, ver o quanto estão se doando pelo Botafogo e como está sendo a campanha no Brasileiro, com o Botafogo líder, em momento mararavilhoso. Para quem já passou por momentos difíceis, isso está sendo maravilhoso.
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Segredo do elenco
Acho muito que é a unidade que temos como grupo. A parceria entre todos. Temos um relacionamento muito bom, onde nossa convivência é muito boa, vemos isso nos treinamentos. Percebemos que a intensidade é muito boa. A manutenção do elenco no ano passado também foi fundamental. A maioria dos jogadores chegou na segunda janela. Esse período de 2022 para 2023 foi bem legal, porque todos se conheceram mais, tiveram mais tempo juntos, o que facilita e ajuda no entrosamento.
Virada de chave
Eu senti isso quando vários jogadores que já tinham jogado em outros times grandes ou estavam vindo do exterior toparam vir ao Botafogo. Conversei com o André Mazzuco, que explicou para eles que não encontrariam no primeiro momento uma estrutura perfeita em relação ao quanto estavam acostumados. E mesmo assim toparam. Essa ideia de vir já sabia que eles viriam com muita vontade de vencer. Teve uma mudança grande, ver jogadores como Tiquinho, Eduardo, Tchê Tchê, Cuesta, a qualidade que têm, você começa a pensar que tem possibilidade de não só competir, mas de ganhar os jogos. Isso te mostra o quão bom é o nosso elenco e te passa confiança. O Botafogo está competindo hoje em dia. A gente fala essa palavra mas não dá a devida importância. Muitos times tentam e não conseguem e o Botafogo está competindo. Realmente lutamos bastante os 90 minutos e estamos conseguindo as vitórias.
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Motivação pelo retorno
O que me fortaleceu e mostrou que poderia voltar bem, em grande nível, foi o que aconteceu comigo no ano passado. Em 2022, vim de um bom tempo parado e joguei quase todos os jogos do ano. Isso me mostrou que ainda conseguia, que meu corpo está 100% para fazer o que mais gosto. Acabou que no fim do ano tive essa lesão. Mas se consegui jogar o ano todo, sem problemas, me recuperando logo vou estar 100%, conseguir atuar e ajudar. Outra motivação foi ver meus companheiros no dia a dia, relacionamento bom, treinamentos cada vez melhores. Isso traz resultados no campo. Também me fez estar mais motivado para voltar.
Times brasileiros na Sul-Americana
Hoje em dia sabemos o que representa o futebol brasileiro na América do Sul. Nos nossos campeonatos, sabemos da qualidade do Brasileirão, dos jogadores de cada time e quão forte está sendo com as SAFs. Está facilitando ter bons jogadores. A gente sabe também da nossa força com relação ao adversário que vamos enfrentar. Eles nos respeitam bastante, no caso do Guaraní. Conheço o pessoal do clube e sei o que pensam da gente, o quanto estão nos respeitando. Hoje em dia o futebol brasileiro está à frente, por questões de investimento e estrutura.
Rodízio de goleiros
Ainda não foi conversado nada. Se o Botafogo tiver duas chances reais de títulos, vamos com toda a força nas duas para representar o clube da melhor maneira. Seguir em frente e aproveitar o elenco qualificado que temos para poder brigar em todos os campeonatos.
Segovinha
O Segovinha, como ele mesmo fala, desde o primeiro dia que chegou, eu sou o pai dele aqui no Brasil. E é mesmo. Eu procuro sempre protegê-lo, ensinar algumas coisas com o tempo que tenho aqui de morar no Brasil. Estamos praticamente todo dia juntos, eu fico muito feliz de ter um outro paraguaio no elenco e ele realmente é um jogador de muito talento. Desde o primeiro dia que chegou mostrou o talento que tem, o quanto pode ajudar e tem para crescer. Eu procuro sempre cuidar dele sempre, é um menino muito do bem. Espero que possa a cada dia ser mais querido e respeitado pelo torcedor, vai conseguir retribuir o carinho.
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Lucas Perri
Temos uma relação muito boa. Já falamos muitas vezes que temos uma parceria muito legal, conversamos bastante do nosso trabalho, do nosso adversário. Às vezes que posso, passo dicas no intervalo, quarta ele me falou coisas durante o jogo. Nós nos ajudamos, um fica feliz pelo outro. Ele mostrou o quanto estava feliz por eu poder atuar depois de um bom tempo. Isso ajuda no nosso convívio, para trabalharmos e melhorarmos. Todo mundo estando bem faz o outro estar no seu máximo.
Tiquinho Soares
Tiquinho realmente é um cara super simples, humilde, fora de campo. Isso é muito importante, os valores que tem com os companheiros, mesmo já tendo sido artilheiro em vários outros campeonatos. Está atravessando momento maravilhoso, que já está acostumado, é um cara normal no dia a dia e brinca muito. Dentro de campo, ele é diferente, pode jogar bola ruim que ele vai matar no peito e dar continuidade. Nos surpreendemos com coisas que ele faz nos jogos. Ficamos felizes, todo mundo torce para que continue fazendo gols e nos ajudando. Ele não muda, continua sendo esse cara querido por todo mundo.
Campeonato Brasileiro
A motivação por si só, no lugar que estamos e como estamos jogando, faz com que todos estejam focados, se doando, se entregando, se cuidando, para estar 100% nos jogos. Essa motivação nos leva e faz papel importante. Faltam mais rodadas, mas não ficamos pensando nisso. Falta muito. Mas o que podemos fazer é manter essa regularidade. A motivação no lugar onde estamos está nos levando aos poucos a manter esse sonho. Hoje em dia é manter, ser regular e o que nós pensamos todos é dessa maneira. Nada mais do que o próximo jogo.
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Chegada de Marcelo Grimaldi e Bruno Lage
Com o preparador de goleiros está sendo muito bom, ele falou que veio para somar, está muito aberto ao que estamos acostumados. Certamente vai colocar novas maneiras, que acha legal. Somos goleiros que querem continuar crescendo e aprendendo. Tudo que puder somar será bem-vindo. Em relação ao Bruno Lage, imagino que ele, com toda experiência, vai fazer o melhor para o time. Damos total respaldo. Já passaram dois treinadores, Luís Castro e Caçapa, sempre apoiamos, demos o nosso melhor. É a melhor forma de ajudar.
John Textor e Diretoria do Botafogo
Perguntaram várias vezes o que poderia melhorar, o que enxergávamos para ser feito. É muito legal a relação com os diretores, continua sendo. O John Textor quando vem nos visitar é bem recebido, brinca muito com todos nós. Nem parece ser o dono do clube de tão legal, tão amável com todos nós. Tudo isso é o ambiente do Botafogo. Leve, muito bom. Mantemos isso, não porque estamos bem, mas também ano passado, com turbulência no Brasileiro, tínhamos o ambiente bom. Tudo isso que aconteceu nos deixou mais fortes e unido.
Como falei, ele não parece o dono do clube pela forma que age com os jogadores, como socializa com os torcedores. Muito legal, uma maneira muito diferente de ser. Por isso também que nós jogadores gostamos dele. Sempre é bem recebido. Quando vai no vestiário, a gente brinca com ele. É o diferencial do Botafogo. Ambiente leve, ele consegue entender isso e dá para ver o carinho especial que tem pelo clube.
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Luis Castro
Os treinamentos realmente, a partir do Luís Castro, começaram a ser mais intensos, ele cobrava muito. O elenco todo se acostumou a treinar nesse tipo de intensidade. Com toda estrutura de fisiologia e GPS, o clube consegue manter os treinos nesses padrões. Não só a intensidade, mudou também que ele nos pedia para jogar do mesmo jeito como mandante ou visitante. Nem todos estão habituados, geralmente quem joga fora fica mais fechado. São respostas ao que estamos passando, de conseguir pontuar dentro e fora de casa. São fatores que mudaram bastante no Botafogo hoje em dia.
Torcida se renovando
O torcedor está se mexendo bastante. Hoje em dia percebo que tem muita criança torcendo pelo Botafogo, cada vez mais. É o que mais vejo e faz mais diferença no dia a dia. Meus companheiros estrangeiros estão sentindo esse carinho, eu sempre senti, procuro explicar que o torcedor do Botafogo é assim, sempre tratando muito bem. Hoje em dia tem muita criança torcendo pelo Botafogo, isso me gera muito orgulho. Estão começando a ter esse carinho, acho isso. sensacional.
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Seu pai, Gato Fernandez
Nossa conversa sempre foi muito simples. Ele sabe o quanto gosto do Botafogo, desde o primeiro dia que cheguei. Fica muito feliz quando conto de coisas que estão mudando no clube, questão de infraestrutura, de cuidado ao atleta, e que eu esteja vivenciando esse momento tão bonito. Toda minha família e meus amigos me acompanham, estão torcendo pelo Botafogo, mais ainda agora, que estamos vivendo esse momento muito bom. Espero que possamos continuar fazendo esse trabalho maravilhoso.
Por Thiago Guedes
