Por Thiago Guedes
No futebol, os bastidores muitas vezes revelam histórias fascinantes e intrigantes, que influenciam o rumo de uma equipe e até mesmo a carreira de um treinador. Recentemente, o Botafogo viveu um desses momentos quando demitiu Bruno Lage após um empate com o Goiás no Estádio Nilton Santos. Em uma entrevista à ESPN, o meia Eduardo, camisa 33 do Botafogo, compartilhou detalhes sobre o jogo e os bastidores que cercaram a polêmica decisão de barrar Tiquinho Soares.
O jogo em questão foi um divisor de águas, levantando perguntas sobre a relação entre os jogadores, a comissão técnica e a torcida. Eduardo revelou que sua preocupação estava não tanto na escolha do treinador de deixar Tiquinho Soares no banco, mas sim no clima que isso poderia gerar na torcida após a partida.
Depois da preleção, eu até estava conversando com o Sampaio, zagueiro, até falei, fiquei um pouco preocupado não pelo fato do Tiquinho ter ido para o banco. Óbvio que a gente não queria ele no banco, mas pronto, opção do treinador. Mas seria o clima depois desse jogo. O Diego poderia ter feito três, dois gols no jogo e a gente ter ganho. Mas como ficaria o clima depois? Então essa foi minha preocupação.
No entanto, o meia afirmou que, surpreendentemente, não houve reclamações entre os jogadores após a decisão. Tiquinho Soares, conhecido por seu profissionalismo, aceitou a escolha de Lage com tranquilidade. Isso demonstrou a coesão e o espírito de equipe presente no Botafogo em 2023.
Logo quando a gente soube, o Tiquinho, um cara super do bem e profissional, não abriu a boca e não falou nada, aceitou tranquilo. Até respeitando o Diego que queria jogar. Não teve tanta falação 'Ele tirou, ele é doido, maluco...'. Mas assim, por dentro a gente sabia que não era uma coisa normal.
Eduardo fala sobre o grupo do Botafogo
Essa experiência destacou o fato de que o grupo do Botafogo não é afetado pela vaidade. Todos os jogadores respeitaram a decisão do treinador e mantiveram o foco em um objetivo comum: vencer o título. Eduardo enfatizou o respeito mútuo entre os jogadores, independentemente de quem esteja em campo.
Não teve nada entre os jogadores, tem que jogar esse, tem que jogar aquele. Porque todo mundo se respeita muito. O próprio Tiquinho respeitou o Diego, o Diego respeita o Tiquinho, eu respeito o cara da minha posição… Então a gente está mesmo focado em ganhar o título. Se eu jogar ou não jogar, tanto faz. Todo mundo quer estar ali e ajudar da melhor forma. Mas acho que teve também o respeito do Tiquinho com o Diego. Os dois se dão super bem também. Então não teve nada de bizarro entre os jogadores, todo mundo estava focado em ganhar o jogo.
Essa entrevista reveladora de Eduardo dá uma visão única sobre os bastidores do Botafogo em um momento crucial da temporada de 2023. Mostra um grupo de jogadores unido, com mentalidade vencedora, onde o espírito de equipe supera o ego individual. A história de Tiquinho Soares, marcando o centésimo gol do Botafogo na temporada, é um testemunho da força desse time.
Este episódio, que culminou na demissão de Bruno Lage, ficará marcado como um momento de superação e respeito mútuo no Botafogo. O clube segue em busca de seus objetivos, demonstrando que o sucesso é mais provável quando todos trabalham juntos em harmonia.
Por Thiago Guedes
