Por Thiago Guedes
O Botafogo vive um período turbulento, marcado pelo desempenho decepcionante do seu técnico, Bruno Lage. Após o empate recente com o Goiás, Lage enfrentou duras críticas da torcida do Botafogo, e sua gestão no clube está sob intenso escrutínio. As estatísticas contam uma história de declínio, tanto em termos de resultados como de desempenho em campo desde a sua nomeação.
Um declínio acentuado no desempenho
Sob a dupla anterior de treinadores de Luís Castro e do técnico interino Cláudio Caçapa, o Botafogo obteve uma impressionante taxa de vitórias de 86,7% no Campeonato Brasileiro. Eles conquistaram 13 vitórias e sofreram apenas duas derrotas em 15 partidas. No entanto, desde que Bruno Lage assumiu o comando, o desempenho da equipa caiu significativamente para apenas 43,3%. A gestão de Lage teve três vitórias, quatro empates e três derrotas.
O declínio não se limita apenas aos resultados; A capacidade ofensiva do Botafogo também sofreu. A média de gols do time por jogo caiu de 1,73 para 1,4 sob o comando de Lage. Ao mesmo tempo, a defesa tornou-se mais furada, sofrendo em média quase o dobro de gols, com 0,47 gols por jogo sob o comando de Castro/Caçapa, em comparação com 0,9 do atual técnico.
Lutas na segunda metade da temporada
Os problemas do Botafogo ficaram especialmente evidentes no segundo tempo do Campeonato Brasileiro. A equipe está na 16ª colocação, tendo acumulado apenas cinco pontos em seis jogos. Apenas o Cuiabá (4 pontos) e o último colocado Coritiba (3 pontos) tiveram desempenho pior que o líder do campeonato nesta segunda fase da competição.
Embora o Botafogo esteja há quatro jogos consecutivos sem vencer, a vantagem de sete pontos na liderança da tabela permanece intacta devido aos tropeços do rival. O Red Bull Bragantino subiu para a segunda colocação com 45 pontos, ultrapassando os demais concorrentes.
Impacto nas chances de título do Botafogo
O empate com o Goiás não só gerou preocupações, mas também impactou nas chances do Botafogo vencer o campeonato, previstas por matemáticos especializados. Apesar de manter a vantagem de sete pontos na liderança, chama a atenção a mudança na posição de vice-líder, agora ocupada pelo Red Bull Bragantino.
Segundo o "Infobola", modelo matemático de Tristão Garcia, as chances do Botafogo caíram de 72% para 69%. As chances do Red Bull Bragantino dobraram, passando de 4% para 8%, enquanto o Flamengo também teve aumento, passando de 1% para 3%. Por outro lado, o Palmeiras viu suas chances diminuirem de 15% para 12%.
O Instituto de Matemática da UFMG relatou tendência semelhante. As chances de título do Botafogo caíram de 75,9% para 69,7%, enquanto as chances do Red Bull Bragantino subiram de 3,5% para 9,1%. Além disso, as chances do Grêmio cresceram de 6,4% para 8%.
Por fim, o portal “Chance de Gol”, utilizando metodologia diferente considerando os resultados dos últimos 12 meses, mostrou uma pequena queda para o Botafogo, de 90,6% para 88%. O Palmeiras manteve estáveis 7,1%, ainda se colocando como principal candidato ao título.
Classificações de disputa de título
'Chance de Gol':
- Botafogo – 88%
- Palmeiras – 7.1%
- Grêmio – 1.8%
- Red Bull Bragantino – 1,5%
- Flamengo – 0.8%
- Fluminense – 0.3%
- Atlético-MG – 0.2%
- Fortaleza – 0.1%
'Infóbola':
- Botafogo – 69%
- Palmeiras – 12%
- Red Bull Bragantino – 8%
- Grêmio – 5%
- Flamengo – 3%
- Fluminense – 1%
- Atlético-MG – 1%
- Athletico-PR – 1%
UFMG:
- Botafogo – 69.7%
- Red Bull Bragantino – 9,1%
- Grêmio – 8%
- Palmeiras – 6.1%
- Flamengo – 2.6%
- Fluminense – 1.8%
- Atlético-MG – 1.2%
- Athletico-PR – 0.74%
- Fortaleza – 0.65%
À medida que a temporada do Campeonato Brasileiro avança, o Botafogo enfrenta a difícil tarefa de recuperar o ímpeto perdido e provar suas credenciais de título em meio à crescente concorrência do Red Bull Bragantino, Palmeiras e outros candidatos. A capacidade de Bruno Lage de virar a maré será fundamental para determinar o destino do Botafogo na corrida pelo campeonato.
Por Thiago Guedes
