Comentaristas Analisam o Sucesso do Botafogo no Campeonato Brasileiro

O Botafogo segue muito bem obrigado e lidera o Campeonato Brasileiro de 2023. Com um desempenho impressionante, o Glorioso provou ser uma equipe a ser observada nesta temporada. Vamos agora analisar algumas das opiniões dos comentaristas esportivos sobre o momento vivido pelo Botafogo.

Comentaristas analisam momento do Botafogo

Confira abaixo algumas opiniões de comentaristas e jornalistas sobre o Botafogo, líder do Brasileirão 2023.

Rodrigo Coutinho, “Redação SporTV”

Tivemos rodada emblemática para resumir. Primeiro pelo Botafogo, pela vitória e pelo jeito que jogou, reencontrando estilo que o consagrou no campeonato. Quem ganhou além do Botafogo nessa primeira página da tabela? Só o Fortaleza, que não estava no G-6 e está longe do Botafogo, como todo mundo está. Essa 26ª rodada resume o que é o Campeonato Brasileiro.

 

É importante abordar não só a capacidade de domínio, de retomar ritmo que jogadores gostam, característica propícia. Júnior Santos faz gol, dá assistência e é o melhor em campo. Não marcava desde o dia 28 de maio. Depois desse período, começam as mudanças, saída do Luís Castro, jogadores caindo de produção. Impossível dissociar o domínio do Botafogo de um Fluminense que se defendeu muito mal. Além da questão da saída de bola, o Botafogo faz esse trabalho, depois recua o bloco de marcação. O Fluminense perdia a bola e tinha demora grande a reagir, podemos colocar alguma coisas para explicar, como concentração um pouco mais baixa que jogos de grande mobilização e parte física. Entra em conjunto a dificuldade de proteger as costas do meio-campo. Temos que exaltar o Botafogo pela atuação e reencontro com seu jeito de jogar, mas o que Fluminense ofereceu de oportunidades é uma preocupação até para o jogo com o Boca Juniors.

 

Carlos Eduardo Mansur, “Redação SporTV”

Tem uma imagem do jogo que para mim é muito marcante, permite uma reflexão. Quando Júnior Santos é substituído, dá longo abraço no Lucio Flavio na beira do campo. Às vezes pode parecer querer enxergar mais que a imagem está mostrando, mas para mim é muito tentador. Ali tinha uma mensagem muito clara, que esse elenco em dado momento entendeu e aceitou a troca de comando como algo benéfico para essa caminhada do time. Por que isso permite reflexão importante? A questão tática, reencontrando forma de jogar, de recuperação e ataques rápidos, vai precisar ser comprovada ao longo das próximas semanas. A forma como o Fluminense jogou propiciou o jogo que o Botafogo mais gosta. Esse time leve, que parecia viver ótimo astral, o abraço do Júnior Santos parecia mensagem pública de que querem esse comando até o final. Futebol é feito de tática, estratégia e relações humanas. Elas são importantes. Vemos com enorme frequência, é evidente que as entrevistas do Bruno Lage parecem distantes de criar boas relações e bons laços. É um traço do futebol brasileiro proporcionar situações insustentáveis e esvaziar o treinador. Quando analisarmos no futuro, a rodada 26 será um marco, o Botafogo reencontra bom astral, joga bem e conquista uma vitória contra um adversário que é difícil dizer o quanto a forma de jogar mal impactou no jogo. Mas estabiliza as coisas de volta.

Breiller Pires, “Linha de Passe”, da ESPN

O Botafogo historicamente se assustou com aquela frase de que tem coisas que só acontecem com o Botafogo. Nesse campeonato, por incrível que pareça, até nos momentos-chave, tem contado com a sorte. Em mais uma rodada nenhum concorrente conseguiu vencer, então aumentou a vantagem. Hoje com a boa notícia de ter voltado o desempenho, um Botafogo vertical, de intensidade, que se fecha bem. O que Lucio Flavio, que está inserido nesse sistema desde o início, fez foi o basicão. A passagem do Bruno Lage não deixa saudade, percebemos até pela disposição dos jogadores que ele se tornou um problema. Lucio Flavio nessa dobradinha com Joel Carli tenta retomar o fio em ambiente do torcedor voltando a confiar, por ver vantagem aumentar, aproveitamento alto, faltando 12 rodadas. Não precisa fazer muito para administrar, até porque os adversários não venceram na rodada. A missão do Lucio Flavio nas rodadas finais é estabilizar, fazer o Botafogo voltar a ser o que foi hoje, principalmente no primeiro tempo.

Rodrigo Bueno, “Linha de Passe”, da ESPN

O Botafogo como visitante no clássico conseguiu a vitória que não estava chegando na reta final do trabalho do Bruno Lage. Resolveu no primeiro tempo a situação, volta a puxar a fila da valorização do profissional brasileiro. Vemos para a reta final uma série de nomes estrangeiros que saíram machucados. Vamos defender a volta dos interinos? De auxiliares identificados com o clube? O fato é que o título do Botafogo está muito encaminhando, pela vitória e pela rodada favorável. No fim da história, no possível pôster, pode estar um profissional que não é o mais badalado, o mais caro. Às vezes a solução caseira no Brasil ainda funciona muito, um profissional da casa consegue corrigir rotas. O Botafogo aparentemente volta a entrar nos eixos olhando para dentro, para alguém que conhece o clube.

Gustavo Zupak, “Linha de Passe”, da ESPN

Bruno Lage não deu certo do ponto de vista tático, não conseguiu manter a estabilidade que havia com Luís Castro e consequentemente o ambiente não foi bom. Os jogadores chamaram essa responsabilidade, ao conversarem com John Textor. Entendo o argumento de que isso pode ser perigoso, mas acho fundamental que, se tem grupo de maturidade, que o ouça, faz parte da construção. Lucio Flavio e Carli são muito queridos e demonstram qualidade. Era evento óbvio Tiquinho voltar a ser titular e ter grande atuação, Júnior Santos e Tchê Tchê jogaram muito, o Botafogo voltou as suas origens do primeiro turno e por isso venceu o Fluminense. Durante o período de oscilação do Botafogo, muito se condicionou só a isso o campeonato estar aberto. Mas o Botafogo teria que oscilar e alguém se candidatar, mas não há regularidade, nem um outro embala. Continuamos sem nenhuma briga.

Renata Silveira, Grupo Globo

A rodada deu muito certo para o Botafogo. Lucio Flavio não tem marra nenhuma, tem muita humildade. É o que o Botafogo precisa, fazer feijão com arroz, um bom trabalho igual do primeiro turno, onde desconhecia os adversários, vimos isso no Maracanã. O Botafogo foi superior, fez 2 a 0 com menos de 30 minutos. Fernando Diniz tenta mudar a estratégia, mas se o Botafogo repetir o que estava fazendo e retomar aquela identidade, ninguém vai tirar o título não.

Compartilhar no: