Por Thiago Guedes
John Textor, figura central no universo do futebol brasileiro e europeu, concedeu uma entrevista coletiva que movimentou o mercado. O empresário norte-americano, dono do Botafogo e acionista majoritário do Lyon, detalhou seus planos ambiciosos para os clubes e para a Eagle Football, sua holding esportiva.
Botafogo no coração de John Textor e planos para o futuro
Ao ser questionado sobre as críticas de alguns torcedores do Botafogo que alegam que ele estaria dando mais atenção ao Lyon, John Textor foi enfático ao afirmar seu amor pelo clube carioca. "O Botafogo era um clube associativo, com recursos muito limitados, que tecnicamente estava insolvente. As dificuldades me fizeram ficar mais próximo", disse o empresário, demonstrando um forte vínculo com o Glorioso.
Prestem atenção, provamos agora no Senado, os investigadores provaram, a imprensa ainda tenta diminuir o que falamos. Essas dificuldades te fazem ficar mais próximo do clube. Comemorei, sofri, esse carinho vem com o tempo. Esse clube [Lyon] já tem um grande departamento de futebol, pessoas tomando várias decisões, não precisa de mim tanto no dia a dia do que precisam no Brasil. As pessoas falam, e é justo dizer que eu amo o Botafogo, mas também tivemos problemas aqui, certo? Não sei quando me apaixonei por esse clube. Não cheguei ainda onde vocês estão, mas gasto as mesmas horas nesse clube do que nos outros. Vejo todos os clubes como membros que ajudam um aos outros. Isso também é sazonal. Lá estamos no momento alto da temporada, perdemos o campeonato no ano passado sob circunstâncias estranhas e estamos de volta ao topo da tabela agora. Vocês verão uma montanha russa de emoções dependendo do momento da temporada em que estivermos.
Além disso, Textor confirmou que Adryelson e Thiago Almada, atualmente emprestados ao Botafogo, farão parte do elenco do Lyon em 2025, caso não haja imprevistos. O empresário também defendeu a necessidade de aumentar o limite de estrangeiros na Ligue 1, o que permitiria ao Lyon contar com um elenco ainda mais competitivo.
Vendas, aquisições e a estratégia da Eagle Football
John Textor revelou que recebeu duas propostas interessantes pela venda de ações do Crystal Palace e que está analisando as possibilidades. O empresário destacou a importância de ter um portfólio diversificado de clubes, citando o Botafogo como exemplo de sucesso, onde já prevê uma arrecadação de até R$ 620 milhões com vendas em janeiro.
A palavra ‘comprar’ é sempre estranha quando se trata de clubes de futebol. Ela provoca um desconforto em mim toda vez, porque imagine sair e dizer (a um fã), ‘ei, acabei de comprar seu clube’. Alguém me fez a mesma pergunta quando comprei o Botafogo. Esses clubes eram lendários muito antes de estarmos vivos, andando nesta terra. Você conhece a oportunidade de entrar nessas situações, você vê documentários sobre a história desses clubes e pessoas que vieram antes de você… você sabe que nunca chegará ao nível deles aos olhos da comunidade desses clubes. Ninguém acorda e pensa: ‘Eu compro o Everton’. Mas se você decide que futebol é o que você quer na sua vida, e então alguém aparece e pergunta se você quer se tornar o dono do Everton, é como se alguém perguntasse se você quer ser o presidente dos Estados Unidos. Claro que você quer.
A aquisição do Everton, outro clube que está nos planos de Textor, também foi abordada. O empresário afirmou que a compra será realizada por meio de uma nova holding e que não impactará nas finanças da Eagle Football. A ideia é criar um grupo de clubes ainda mais forte e competitivo no cenário internacional.
A potencial aquisição do Everton seria financiada pelo novo capital que estou investindo. É muito importante entender que o contrato, conforme está sendo redigido, é comigo como comprador, não com a Eagle Football Holdings no Reino Unido, ou com a Eagle Football Group na França. O comprador do Everton será John Textor. Odeio falar sobre mim na terceira pessoa, mas estou tentando ser claro (risos).
Lyon, fair play financeiro e o futuro da Eagle Football
Na França, John Textor vem enfrentando críticas por conta da situação financeira do Lyon. O clube francês teria que arrecadar uma determinada quantia com a venda de jogadores para cumprir as exigências da liga, mas ainda não conseguiu atingir a meta. No entanto, o empresário negou que o Lyon esteja correndo risco de punição e explicou o funcionamento do sistema da Eagle Football, que visa ajudar os clubes a equilibrar suas finanças.
Textor citou exemplos de jogadores como Luiz Henrique, Thiago Almada, Cuiabano e Igor Jesus, que foram contratados pelo Botafogo com o objetivo de serem vendidos para o Lyon no futuro. Essa estratégia, segundo o empresário, permite aos clubes desenvolverem talentos e obterem lucros com as transferências.
Por Thiago Guedes
