A derrota do Botafogo para o Bahia por 2 a 1, na quinta rodada do Brasileirão-2024, gerou debates intensos entre os comentaristas esportivos, especialmente em relação à decisão do técnico Artur Jorge de improvisar o zagueiro Alexander Barboza como centroavante nos minutos finais do jogo. A troca, que envolveu a substituição do lateral Damián Suárez, dividiu opiniões entre os especialistas.
Críticas e Discordâncias em Relação à Substituição
A Opinião de Ramon Motta
Ramon Motta, comentarista do programa “Troca de Passes”, foi um dos primeiros a discordar da escolha de Artur Jorge, afirmando que o treinador deveria ter utilizado Jacob Montes, que estava disponível no banco. Segundo Motta, “não sei se [Artur Jorge] pensou apenas no jogo aéreo, mas a bola demorou a chegar nos lados e na área”.
Meu destaque foram os técnicos, primeiro Rogério Ceni tirando Everton Ribeiro e perdendo o controle de posse no meio. Ganha em combatividade, perde na qualidade. Depois Artur Jorge colocando Barboza foi até incomum, demoramos a entender, tinha o Jacob Montes no banco, poderia utilizar. Não sei se foi só pensando em jogo aéreo, a bola demorou a chegar nos lados e na área. Eu, Ramon, não gostei e não concordo. Se tem atacante no banco, tem que utilizá-lo.
Eric Faria Considera um Jogo Equilibrado
Para Eric Faria, o jogo teve chances para ambos os lados, com muitas alternativas e substituições incomuns. Ele ressaltou a movimentação do Bahia ao longo da partida, mas questionou a mudança de estratégia do Botafogo, que acabou prejudicando a equipe.
Foi um jogo com muitas alternativas, muita movimentação em campo, muitas decisões dos técnicos, substituições não convencionais. O Botafogo começou melhor, explorando seu lado direito forte, o Bahia demorou a encaixar marcação, aos poucos conseguiu tirar essa volúpia, ter mais a bola e controlar o jogo, saindo do primeiro tempo com vantagem de 1 a 0. A partir do segundo tempo, o jogo foi mudando ao sabor das substituições.
Os dois times jogando futebol, valorizando, cada um ao seu estilo. Não teve coisa de jogar fechadinho, jogando por uma bola, de explorar contra-ataque. Em alguns momentos do jogo o Botafogo foi melhor. E se colocou no campo de ataque. Em outros foi o Bahia. Foi um jogo com muitas alternativas, o gol poderia ter saído para o lado do Botafogo. Em um jogo muito parelho, uma coisinha acabou fazendo diferença. Foi em momento que a defesa estava se acertando com última mexida, puxa Gregore para terceiro zagueiro, Ratão consegue a diagonal e bola do De Pena é muito boa.
Divergências Entre os Comentaristas
Breiller Pires Critica Descaracterização
No programa “Linha de Passe”, Breiller Pires foi direto ao criticar a entrada de Barboza, afirmando que a mudança descaracterizou a identidade ofensiva do Botafogo e expôs a equipe ao contra-ataque do Bahia. Para ele, "ao descaracterizar o time diante de um adversário de qualidade, entendo que eu não faria a mexida".
Para mim, não era uma circunstância extrema. Entendo a vontade do treinador de buscar algo para vencer o jogo, exalto o trabalho do Artur Jorge, muito bom, promissor, mas questiono o momento da substituição. Colocar um zagueiro, um cara de 1,93m, que não tem cacoete de centroavante, descaracteriza o time de alguma maneira. Entendo que é um risco, é uma forma de compensar a ausência de jogadores como o Tiquinho, mas naquele momento era um Bahia que já tentava retomar o controle do meio, que já tinha um pouco mais a posse de bola e com capacidade de agredir. E, ao descaracterizar o time, diante de um adversário de qualidade, entendo que eu não faria a mexida. Esse é um tipo de mexida quando o time está perdendo, um tropeço, ir para o tudo ou nada.
O Botafogo já tinha uma postura propositiva e ofensiva, eu no lugar dele insistira nessa proposta, que é o que o Botafogo faz bem, as chegadas de trás. Ao tirar o Damián Suárez, ele perde um cara para vir de trás e coloca um pivô, um zagueiro improvisado, para receber bola e num mecanismo que não é automatizado, que é pouco treinado.
Eugênio Leal Apoia a Coragem do Técnico
Por outro lado, Eugênio Leal elogiou a ousadia de Artur Jorge, mencionando que a busca pela vitória vale mais do que três empates no critério de desempate. "Ele não foi medíocre, quis algo mais", afirmou Leal.
Noventa por cento dos técnicos que estamos acostumados a ver aqui fariam o que? “Vamos assinar esse 1 a 1, ninguém sai triste, um potinho para cada um”. E ele não assinou. Não se satisfez. Isso é fundamental pensando no campeonato, porque três pontos de uma vitória valem mais do que três pontos de três empates, por conta do critério de desempate. Acho que tem que buscar a vitória sobre o empate, e ele não foi medíocre, quis algo mais.
Outras opiniões
No contexto da discussão sobre a substituição de Damián Suárez por Alexander Barboza no jogo do Botafogo contra o Bahia, as opiniões de Pedro Ivo Almeida, Rodrigo Coutinho e Carlos Eduardo Mansur foram diversas, refletindo diferentes perspectivas sobre a decisão tática de Artur Jorge.
Pedro Ivo Almeida
Pedro Ivo Almeida trouxe uma visão mais equilibrada e otimista sobre a mudança. Ele considerou a substituição como uma tentativa razoável de Artur Jorge, destacando que não era um jogo decisivo para o Botafogo ou para a carreira do técnico. Pedro Ivo mencionou que "o Botafogo estava melhor no jogo com suas armas" e que a mexida era uma chance de tentar algo novo sem grandes riscos. Ele também elogiou a qualidade do jogo e a possibilidade de o Botafogo ter conseguido um melhor resultado com mais precisão nos momentos finais.
Rodrigo Coutinho
Rodrigo Coutinho expressou mais reservas sobre a substituição. Ele focou no contexto do jogo, onde o Botafogo parecia próximo de virar o placar antes da substituição. Coutinho argumentou que a mudança tática desmontou um cenário de jogo já positivo, criando uma nova dinâmica que não se provou eficaz em campo. Ele destacou que, apesar da possibilidade de a substituição funcionar, não era o momento ideal dado o fluxo do jogo e as chances criadas pelo Botafogo.
Carlos Eduardo Mansur
Carlos Eduardo Mansur também criticou a decisão, reforçando que a substituição alterou significativamente a configuração do time no campo. Ele apontou que a alteração tática de Artur Jorge foi uma aposta arriscada que não só desmontou um cenário favorável, mas também complicou a estrutura defensiva e ofensiva do time. Mansur ressaltou que o momento do jogo não justificava uma mudança tão drástica, especialmente considerando que o Botafogo estava apresentando um bom desempenho com a estratégia original.
Barboza Explica a Estratégia no Botafogo
Alexander Barboza justificou sua entrada como centroavante, alegando que o Botafogo estava explorando cruzamentos, mas sem conseguir finalizar. Segundo ele, "a ideia era colocar um homem a mais para tentar gerar jogadas de gol".
Nós sempre queremos ganhar, dentro ou fora de casa. Minha entrada como 9, de centroavante, é porque estávamos chegando muito pelos lados, tivemos vários cruzamentos e não conseguíamos encontrar uma cabeça, já que ficou só o Júnior Santos como centroavante. A ideia era colocar um homem a mais para tentar gerar jogadas de gol. Geramos bastante escanteios, faltas, várias situações, um lance que para mim foi pênalti, mas tem que ver depois também.