A polêmica em torno das denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro ganhou um novo capítulo recentemente. O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, manifestou seu apoio ao empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, afirmando que ele merece ser ouvido e não rechaçado, como alguns dirigentes e setores da imprensa têm feito.
Em uma entrevista reveladora ao podcast “Mundo GV”, Rubinho não só defendeu Textor como também chamou a atenção para a gravidade da questão. Segundo ele, a manipulação de resultados é um problema global que precisa ser combatido com a união de diversas forças.
A Seriedade das Denúncias de John Textor
Rubens Lopes foi enfático ao abordar a questão da manipulação de resultados. "Esse problema para mim é muito sério. Essa bola que foi levantada pelo John é uma coisa muito séria", afirmou. Ele destacou a necessidade de uma "cruzada" conjunta para enfrentar essa questão, citando um caso recente envolvendo um jogo da terceira divisão sub-20 onde apostas suspeitas se concretizaram conforme relatado pela Sportradar.
O Papel da Good Game!
A Ferj contratou os serviços da empresa "Good Game!", que forneceu os relatórios utilizados como base para as denúncias de Textor. Rubinho acredita que o empresário norte-americano possa ter sido mal interpretado. "Talvez, o John possa ter sido mal compreendido da forma como ele colocou a questão", disse.
A Good Game! monitora todas as decisões de arbitragem, oferecendo um relatório detalhado que avalia a gravidade e a influência dos erros. "O Atlético-MG também já falou que vai usar essa ferramenta e o Athletico-PR também mostrou interesse", acrescentou Rubinho.
Críticas ao STJD
Rubens Lopes também criticou a condução do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no caso. Ele mencionou o inquérito recente onde o relator Mauro Marcelo de Lima e Silva classificou as provas de Textor como “imprestáveis” e pediu uma punição de seis anos e uma multa de R$ 2 milhões.
"Quando detectamos uma coisa, tomamos algumas atitudes de tirar a condição de jogo de todos os atletas que participaram daquela partida e encaminhamos para as autoridades competentes", explicou Rubinho. Ele ressaltou que o judiciário desportivo não tem a mesma capacidade investigativa que a polícia e que, às vezes, decisões são tomadas com base em suposições e não em provas concretas.
Um Apelo à Razão
Rubinho pediu que John Textor seja ouvido com seriedade e que suas denúncias sejam analisadas com cuidado. Ele destacou a importância de não ignorar possíveis desconformidades e alertas. "Felizmente, não estamos na era da inquisição, porque se estivéssemos nela ele já teria sido queimado na fogueira em praça pública. Acho que ele merece ser pelo menos ouvido e avaliado o que é dito", afirmou.
Ele concluiu dizendo que acredita que a situação irá se acalmar e que um bom senso prevalecerá. "Não se pode de jeito nenhum ignorar uma chamada de atenção para uma possível desconformidade. Ela tem que ser olhada com cuidado e analisada para ver se é ou não pertinente", finalizou.