Por Thiago Guedes
O futebol brasileiro tem sido marcado por uma série de desafios e problemas, e um dos mais críticos envolve a tabela do Brasileirão. Em particular, clubes como Botafogo e Palmeiras têm sofrido com a impossibilidade de gerar receitas em seus estádios e ao mesmo tempo mandar seus jogos por influência direta da caótica programação do calendário.
O Glorioso mandará seu jogo contra o Grêmio fora do Estádio Nilton Santos e optou por levar a partida para São Januário. Muitos torcedores se irritaram por conta do clube não poder contar com seus estádio em um momento decisivo por conta de shows, mas será que a culpa é do Botafogo (que busca aumentar suas receitas) ou da falta de organização da tabela da competição?
A falta de um planejamento na tabela tem consequências diretas nos clubes e nos torcedores. Com jogos sem datas definidas, torcedores que planejam viajar para ver seus times enfrentam a incerteza de datas e horários, tornando as passagens aéreas mais caras e causando uma série de transtornos. Além disso, jogos com datas indefinidas podem prejudicar torcedores de outros estados, que muitas vezes tiram férias e fazem planos de viagem para acompanhar seus times em outras cidades, apenas para terem suas expectativas frustradas por alterações de última hora.
Qual seria a solução para a tabela do Brasileirão?
A solução para essa bagunça na tabela do Campeonato Brasileiro pode não parecer simples para quem organiza, mas alguns pontos podem ajudar e muito na organização. Definir os dias das 38 rodadas com antecedência, já em março. Isso permitiria que os clubes e os organizadores de shows se planejassem com mais tranquilidade, evitando conflitos de datas.
Embora a ideia de definir os dias exatos dos jogos possa parecer rígida e impossível, na prática, bastaria estabelecer uma janela de datas possíveis para cada rodada. Por exemplo, informar que a rodada X será nos dias 10, 11 e 12 de outubro. Assim, clubes como Botafogo e o Palmeiras poderão organizar melhor os eventos em seus estádios. Isso daria a flexibilidade necessária para os clubes e permitiria a organização de eventos paralelos, como shows, com muito mais facilidade.
Entretanto, mesmo com essa mudança positiva, também há um outro obstáculo a ser superado: a CONMEBOL. A confederação sul-americana muitas vezes cria conflitos de datas com suas competições, como a Libertadores e a Sul-Americana, marcando jogos de mata-mata em dias que não são compatíveis com a programação do Brasileirão. Isso cria um verdadeiro choque de tabela e torna necessário o remanejamento de partidas, gerando confusão e prejuízos para todos os envolvidos.
Para os torcedores que vivem em outros estados, a situação se agrava, já que jogos de novembro com datas e horários indefinidos podem tornar as passagens aéreas caríssimas e prejudicar seus planos de viagem. É essencial que haja um maior respeito por parte das confederações em relação a esses torcedores, que dedicam tempo e recursos para apoiar seus clubes fora de suas cidades de origem.
Embora seja compreensível que datas e horários possam ser provisórios, devido às competições internacionais, é possível adotar uma abordagem mais organizada e transparente, o que torna as alterações menores possíveis. A falta de previsibilidade no calendário brasileiro contrasta com o cenário europeu, onde as datas das competições também podem ser provisórias, mas existe um planejamento mais claro.
Em resumo, o caos na tabela do Brasileirão é um problema que afeta não apenas os clubes, mas também os torcedores e os organizadores de eventos paralelos, como shows. A proposta de definir datas com antecedência para a última rodada do campeonato é uma solução sensata que proporcionaria mais planejamento e tranquilidade a todos os envolvidos. No entanto, para que isso funcione de forma eficaz, é necessário que haja uma maior coordenação e respeito por parte das confederações esportivas envolvidas, a fim de evitar conflitos e prejuízos. O futebol brasileiro merece um calendário mais organizado e previsível, que atenda aos interesses dos clubes e de seus fiéis torcedores.
Por Thiago Guedes
