Por Thiago Guedes
A paixão pelo futebol, capaz de unir pessoas de diferentes origens e culturas, é constantemente manchada por atos de intolerância. Mais uma vez, o esporte mais popular do mundo viu seu brilho ofuscado por um crime hediondo: o racismo. Na noite de quarta-feira (14/8), durante a partida entre Botafogo e Palmeiras, válida pelas oitavas de final da Copa Libertadores, um torcedor do Glorioso foi flagrado fazendo gestos racistas em direção à torcida adversária. As imagens, que rapidamente viralizaram nas redes sociais, causaram revolta e indignação.
Diante da gravidade da situação, o Botafogo não se calou. Em nota oficial, o clube carioca repudiou veementemente o ato racista e afirmou estar trabalhando para identificar o responsável. A Polícia Militar também entrou em ação e iniciou uma investigação para apurar os fatos.
O que diz a lei?
O crime de racismo, previsto no artigo 1º da Lei nº 7.716/89, é inafiançável e imprescritível. A pena para quem praticar tal ato pode chegar a cinco anos de reclusão. Além da esfera penal, o agressor também pode responder por danos morais coletivos, arcando com uma indenização que será revertida para entidades que combatem o preconceito racial.
O Botafogo está buscando identificar o torcedor que cometeu atos racistas durante a partida de hoje, no Nilton Santos, e vai acionar as autoridades competentes para as providências legais. Racismo é crime. O Clube reitera o seu compromisso no combate a todas as formas de…
— Botafogo F.R. (@Botafogo) August 15, 2024
É importante ressaltar que o racismo não se limita a ofensas verbais ou gestos. Qualquer conduta que tenha por objetivo humilhar, discriminar ou inferiorizar alguém em razão de sua raça, cor, etnia, religião ou origem nacional é considerada crime.
O papel dos clubes e da sociedade
O combate ao racismo é uma responsabilidade de todos. Clubes de futebol, como o Botafogo, têm um papel fundamental nesse processo. Ao se posicionarem de forma firme contra atos racistas, as instituições esportivas demonstram que não toleram qualquer tipo de discriminação em seus ambientes.
Além disso, é preciso que a sociedade como um todo se engaje nessa luta. Denunciar casos de racismo, promover a educação racial e cobrar das autoridades ações efetivas são atitudes essenciais para construir um futuro mais justo e igualitário.
Um problema que persiste
Infelizmente, o racismo no futebol é um problema que persiste há muitos anos. Apesar dos avanços na legislação e das diversas campanhas de conscientização, ainda é comum vermos casos de discriminação racial nos estádios.
É preciso reconhecer que o racismo é um problema estrutural, enraizado na sociedade. Para combatê-lo de forma eficaz, é necessário um trabalho conjunto de todos os setores da sociedade.
Botafogo repudia o racismo
O episódio ocorrido no jogo entre Botafogo e Palmeiras serve como um alerta para a necessidade de intensificar o combate ao racismo no futebol. Ao repudiar o ato racista e tomar as medidas cabíveis, o Botafogo demonstra que está do lado certo da história.
No entanto, é fundamental que esse tipo de atitude se torne regra e não exceção. A luta contra o racismo é uma maratona, e não uma corrida de velocidade. Que estejamos todos dispostos a percorrer esse caminho, juntos, em busca de um futuro livre de preconceitos.
Por Thiago Guedes
