O Botafogo voltou a enfrentar dificuldades financeiras na última partida no Estádio Nilton Santos, refletindo não apenas uma derrota esportiva, mas também um impacto econômico significativo. O empate em 0 a 0 contra o Cruzeiro resultou em um prejuízo de aproximadamente R$ 297 mil, segundo relatos do borderô. O descontentamento da torcida diante da queda de desempenho no segundo turno do Campeonato Brasileiro foi evidente, refletindo-se na baixa procura por ingressos.
A estratégia de última hora do clube para aumentar a presença nas arquibancadas, oferecendo entrada gratuita para crianças e mulheres, não conseguiu atrair um público expressivo. Com apenas 13.159 pagantes e 15.462 presentes, a renda foi um pouco superior a R$ 511 mil. Essa situação de déficit na bilheteria não ocorria desde uma partida contra o Atlético-MG, em maio, quando o prejuízo foi bem menor, de apenas R$ 987,82.
Receitas e Estratégias Financeiras do Botafogo
Além das nuances do campo, o Botafogo consolidou-se como um dos clubes com boa performance financeira, mesmo diante das adversidades esportivas. A quinta colocação no Campeonato Brasileiro rendeu ao clube uma premiação de R$ 38,2 milhões. Porém, outro aspecto importante a destacar é a receita proveniente das transmissões, que contribuiu significativamente para os cofres alvinegros.
De acordo com projeções, o clube faturou cerca de R$ 33 milhões com transmissões televisivas. No ranking de jogos exibidos na TV Globo, o Botafogo ficou em quinto lugar, com 11 partidas, gerando um montante de R$ 16,11 milhões. No SporTV, foi o terceiro mais exibido, angariando R$ 17,15 milhões. Esses valores somados representam uma importante parcela no caixa do clube, somando R$ 33,26 milhões.
Veja o ranking de transmissões na TV Globo:
1 – Palmeiras e São Paulo – 14 jogos (R$ 20,5 milhões cada)
3 – Flamengo e Fluminense – 12 jogos (R$ 17,57 milhões cada)
5 – Grêmio e Botafogo – 11 jogos (R$ 16,11 milhões cada)
7 – Santos e Vasco – 10 jogos (R$ 14,64 milhões cada)
9 – Corinthians, Atlético-MG, Internacional e Coritiba – 9 jogos (R$ 13,18 milhões cada)
13 – Bahia – 8 jogos (R$ 11,71 milhões)
14 – América-MG, Cruzeiro, Red Bull Bragantino e Fortaleza – 7 jogos (R$ 10,25 milhões cada)
18 – Athletico-PR – 5 jogos – (R$ 7,32 milhões)
19 – Goiás – 4 jogos – (R$ 5,85 milhões)
20 – Cuiabá – 3 jogos – (R$ 4,39 milhões)
Veja o ranking de transmissões do SporTV:
1 – Cruzeiro e Grêmio – 13 jogos (R$ 18,58 milhões cada)
3 – Atlético-MG e Botafogo – 12 jogos (R$ 17,15 milhões cada)
5 – Vasco – 11 jogos (R$ 15,72 milhões)
6 – Athletico-PR – 10 jogos (sem contrato com o canal)
7 – Internacional – 9 jogos (R$ 12,86 milhões)
8 – Palmeiras – 8 jogos (R$ 11,43 milhões)
9 – São Paulo, Santos, Fluminense, Cuiabá e Goiás – 7 jogos (R$ 10 milhões cada)
14 – Red Bull Bragantino – 6 jogos (R$ 8,57 milhões)
15 – Corinthians, Flamengo e Bahia – 5 jogos (R$ 7,14 milhões cada)
18 – Coritiba – 4 jogos (R$ 5,71 milhões)
19 – América-MG e Fortaleza – 2 jogos (R$ 2,85 milhões cada)
O Contexto do Ranking da CBF e seus Impactos
O Botafogo também marca presença no cenário nacional ao se posicionar em relação ao ranking da CBF. Mesmo após a competição, o clube se mantém entre os primeiros, destacando-se como uma força a ser considerada nos sorteios da Copa do Brasil e nos torneios de base. O alcance da fase direta na Copa Libertadores adiciona um viés estratégico à posição alcançada, entrando diretamente na terceira fase da Copa do Brasil.
O ranking, fundamentado nos últimos cinco anos e abrangendo todas as competições nacionais, além de servir como base para sorteios e participações em torneios, torna-se um elemento relevante na estratégia de planejamento e visibilidade do clube.
Top 25 do Ranking Nacional de Clubes da CBF 2024:
1) Flamengo – 16.678 pontos (-)
2) Palmeiras – 15.372 (-)
3) São Paulo – 14.828 (+2)
4) Athletico-PR – 13.888 (-1)
5) Atlético-MG – 13.282 (-1)
6) Corinthians – 12.926 (+2)
7) Fluminense – 12.672 (-1)
8) Grêmio – 12.456 (+3)
9) Fortaleza – 12.350 (-2)
10) América-MG – 11.533 (+2)
11) Internacional – 11.144 (-1)
12) Santos – 11.096 (-3)
13) Bahia – 10.158 (+2)
14) BOTAFOGO – 9.712 (+2)
15) Red Bull Bragantino – 9.046 (+2)
16) Atlético-GO – 8.908 (-3)
17) Cruzeiro – 8.330 (+1)
18) Ceará – 8.268 (-4)
19) Cuiabá – 8.076 (+1)
20) Goiás – 7.810 (-1)
21) Coritiba – 7.413 (+2)
22) Vasco – 7.006 (-)
23) Juventude – 6.745 (-2)
24) Sport – 6.216 (+2)
25) Avaí – 5.477 (-)
*Entre parênteses, a evolução de posições em relação ao Ranking 2023
Novos Rumos e Estratégias: O Mercado de Transferências
Após o revés na busca pelo título brasileiro em 2023, o Botafogo projeta uma mudança de postura no mercado de transferências. Diferentemente das investidas anteriores focadas em jogadores sem custos de transferência ou em fim de contrato, o clube planeja ser mais agressivo. A busca por atletas, mesmo que envolva pagamento por direitos econômicos, evidencia a intenção de construir um time mais competitivo e mentalmente forte.
A rápida reformulação se torna essencial, uma vez que o Campeonato Carioca se inicia em janeiro e a Pré-Libertadores em fevereiro. O Botafogo busca não apenas reforçar seu elenco, mas também imprimir uma nova identidade e competitividade para a próxima temporada.
Reconhecimento Individual: Tchê Tchê na Seleção do Troféu Mesa Redonda
Apesar dos desafios enfrentados como equipe, o volante Tchê Tchê se destaca como o único jogador do Botafogo a figurar na seleção do Troféu Mesa Redonda, da TV Gazeta, composta pelos melhores da temporada 2023 do futebol brasileiro. A presença do jogador entre nomes renomados reflete o desempenho individual em meio às oscilações do time.
O reconhecimento coletivo também é notável, com nomes de peso como Luis Suárez, do Grêmio, eleito o melhor jogador da temporada, e Dorival Júnior, técnico campeão da Copa do Brasil pelo São Paulo. Esse tipo de destaque individual reforça a qualidade do elenco do Botafogo e, ao mesmo tempo, sinaliza a necessidade de reforços para potencializar ainda mais a equipe.
O Botafogo encerra a temporada de 2023 com desafios e perspectivas de mudanças significativas, tanto em seu desempenho esportivo quanto em suas estratégias de fortalecimento institucional. A busca por um equilíbrio entre o campo e as finanças, aliada à projeção de um time mais competitivo, delineia um novo horizonte para o Glorioso.
O Botafogo encerra a temporada de 2023 com desafios e perspectivas de mudanças significativas, tanto em seu desempenho esportivo quanto em suas estratégias de fortalecimento institucional. A busca por um equilíbrio entre o campo e as finanças, aliada à projeção de um time mais competitivo, delineia um novo horizonte para o Glorioso.
