O futebol é um esporte que transcende as fronteiras e une jogadores de diferentes nacionalidades em times de todo o mundo. Em 2013 e 2014, o Botafogo viveu um momento especial com a presença do craque holandês Clarence Seedorf, que encerrou sua carreira como jogador no clube carioca. Um dos jogadores que teve a oportunidade de compartilhar o vestiário com Seedorf nesse período foi o ex-zagueiro Bolívar, ídolo do Internacional.
Em uma recente participação no "Charla Podcast," Bolívar recordou sua convivência com Seedorf e os momentos marcantes que compartilharam.
Veja também:
Entrevista Bolívar - "Charla Podcast"
A passagem de Clarence Seedorf pelo Botafogo em 2013 foi um capítulo marcante na história do clube e do futebol brasileiro. A convivência entre Seedorf e Bolívar, um ídolo do Internacional, ilustra a diversidade e riqueza de experiências que o futebol proporciona. A dedicação de Seedorf ao esporte e a busca constante de Bolívar pelo aprendizado são exemplos inspiradores para todos os amantes do futebol. Mesmo quando surgiram desentendimentos, a amizade e o respeito prevaleceram, deixando uma marca indelével na memória de ambos os jogadores e dos torcedores que tiveram a sorte de testemunhar essa parceria.
O Convívio com Seedorf
Bolívar, conhecido por sua trajetória brilhante no Internacional, teve a oportunidade única de jogar ao lado de Clarence Seedorf no Botafogo. Seedorf, um dos maiores nomes do futebol mundial, trouxe sua classe e experiência para o Glorioso, e Bolívar se viu imerso nessa experiência única.
Esse era diferente. É o chato do bem. Ele queria tudo na régua, era o cara para o bem. Cansei de chegar no vestiário no início, quando comecei a conhecer ele, ele tinha o alongamento do sol. Ele colocava o iPad dele no chão, ficava alongando igual a um gato, uma pantera. Sabe quando o bicho acorda de manhã, que se espreguiça, se abaixa e levanta? Ele fazia aquilo ali uns 40 minutos para ir para o treinamento. O iPad dava as imagens que os bichos faziam e ele ia seguindo. Impressionante. Uma doutrina… É fora da curva.
Tu é zagueiro, lá de trás tem uma visão privilegiada, porque o jogo está rolando e você vê os movimentos. A maioria respeitava ele quando ele pegava na bola, dava espaço, mas os que queriam dar uma chegada dava até pena, batia na carcaça e caía. Muito forte! E outra… A bola vinha, ele já fazia o mapeamento, parecia que tinha câmera de ré, já sabia o que estava atrás, tinha mais de uma opção sempre.
Uma das peculiaridades que Bolívar destacou durante a entrevista foi o "alongamento do sol" que Seedorf fazia antes de cada treinamento. Esse ritual, que chamou a atenção de todos no clube, demonstrava a dedicação e profissionalismo do holandês, que cuidava de seu corpo com afinco para manter o alto nível de desempenho em campo.
A Busca por Aprendizado
Bolívar, um jogador experiente e respeitado no cenário do futebol brasileiro, viu em Seedorf uma oportunidade de aprendizado incomparável. Ele comentou que tentou "sugar tudo que podia" do holandês, absorvendo não apenas sua habilidade em campo, mas também seu conhecimento e sua abordagem profissional.
Desentendimentos Sem Mágoa
No entanto, a convivência nem sempre foi harmoniosa. Bolívar admitiu que houve momentos em que ele e Seedorf discutiram rispidamente. Esses episódios demonstram a paixão e o comprometimento de ambos com o esporte, e Bolívar enfatizou que não guarda qualquer tipo de mágoa em relação a essas situações. Pelo contrário, ele enxerga esses momentos como parte do processo de crescimento e amadurecimento como jogador e ser humano.
Já tive uma com ele, contra o Coritiba. Perdemos o jogo, ele começou a pagar geral e eu fui falar com ele: “Não, não é assim, Seedorf, perdeu todo mundo”. E a gente começou a discutir. Eu tive que falar com o cara: “Não funciona desse jeito, quando ganha, ganha todo mundo, e quando perde, perde todo mundo”. Fui para dentro dele. Depois, terminou, tomou banho, acabou, vamos para outro jogo.
