O Botafogo encontra-se em um momento crucial de sua trajetória, especialmente após o empate em 1 a 1 contra o Aurora na altitude de Cochabamba, Bolívia, pela estreia na Pré-Libertadores. Este resultado, além de destacar as dificuldades enfrentadas pelo time, trouxe à tona diversas análises e opiniões de jornalistas e comentaristas sobre o estado atual do clube e as decisões do técnico Tiago Nunes.
Críticas e Análises Sobre o Desempenho do Botafogo
A Questão do "Enredo" Segundo André Rizek
André Rizek, em uma postagem no X (antigo Twitter), critica não os resultados alcançados pelo Botafogo sob a liderança de Tiago Nunes, mas sim a maneira como estes resultados são obtidos. Para Rizek, o problema do Botafogo não reside em suas posições nas tabelas ou nos empates fora de casa, mas na qualidade do futebol apresentado, que ele descreve como "horrorosa".
Problema do Botafogo não é de resultado. É de enredo. Ser quinto no Brasileiro? Tá legal. Mas do jeito que foi… coisa horrorosa. Trazer um empate de Cochabamba? Tá beleza. Mas do jeito que foi… Os resultados estão ok. A maneira como são atingidos que é horrorosa!
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Substituições Questionadas por Rodrigo Coutinho
Rodrigo Coutinho, analisando a partida contra o Aurora, destacou as substituições feitas por Tiago Nunes como um ponto de inflexão negativo para o Botafogo. Coutinho argumenta que as alterações enfraqueceram a equipe, que já demonstrava fragilidades, e contribuíram para o empate sofrido no fim da partida.
Quem estava acompanhando depois dos 40 minutos sabia que a qualquer momento o Botafogo sofreria o gol. Já era uma tragédia anunciada. Com o requinte de crueldade do fim (gol perdido por Mateo Ponte). O Botafogo teve um período bom, entre os 15 e os 30 minutos, quando aciona o Victor Sá nas costas da defesa do Aurora. Antes disso e depois disso, ainda no primeiro tempo, sofreu muito. Nos minutos iniciais, marcando mal, não encontrando o tempo da bola, dando o desconto da altitude. Poderia ter levado um gol antes dos dez minutos. Já na reta final do primeiro tempo, novamente sofreu pressão. Na segunda etapa, consegue arrefecer a pressão do adversário. Foi um Botafogo que conseguiu o protocolo contra a altitude, que é ficar com a bola, se aproximar. Aí vieram as substituições. É o grande passo que Tiago pecou. Primeiro a saída de Tiquinho Soares, que tinha atuação ruim, mas quando entra no cenário de ter a bola ele é fundamental, porque faz boas escolhas no campo de ataque. Tanto que estranha a substituição. O Victor Sá a mesma coisa, foi sacado e era um dos melhores do Botafogo. A leitura do momento foi ruim. Com outras mexidas, jogadores entraram mal, como Tchê Tchê e Savarino, o Botafogo deixou de ter a bola. Era um time frágil, limitado e sofria defensivamente, sobrecarregando sua defesa.
A Pressão Emocional em Tiquinho Soares
Vitor Birner e Gian Oddi, comentando sobre o desempenho de Tiquinho Soares, especialmente sua dificuldade em converter pênaltis importantes, apontam para uma questão emocional que afeta não apenas o jogador, mas também a dinâmica da equipe. Eles questionam a gestão emocional do elenco por parte do técnico e a capacidade de recuperação de jogadores em momentos cruciais.
Ele teve algumas questões pessoais, mas fico muito pensando no jogo que Bruno Lage o botou no banco. Depois que voltou, deu razão ao técnico. Mas Diego (Costa) também não de razão ao técnico quando entrou. Um jogador que pode simbolizar muito essa questão emocional do Botafogo é o Tiquinho. Não é jogador para ter o aproveitamento do primeiro turno, mas não é mau centroavante, é perigoso. Sobre o pênalti, cabe muito ao treinador também. Não é só questão técnica, é saber em que momento se tira o melhor cobrador porque o cara está sucumbindo nessa hora. Antes de bater o pênalti, devem estar passando 50 mil coisas na cabeça dele, a maioria negativa. Isso é cruel ou necessário para se recuperar?
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Opiniões Sobre a Direção Técnica e a Gestão do Clube
A Demissão de Tiago Nunes
Rodrigo Bueno apoia a decisão do Botafogo de demitir Tiago Nunes, argumentando que o treinador já demonstrava sinais de que não era a escolha certa para liderar o ambicioso projeto do clube. Bueno sugere que o Botafogo busque uma nova direção técnica capaz de realinhar as expectativas e os resultados.
Ainda há tempo de corrigir a rota. Acho que a ideia é trazer alguém de fora. Tiago Nunes demorou para ser protagonista, foi no Athletico-PR, teve sucesso muito rápido, mas não sei o que aconteceu, se perdeu e rapidamente foi moído no Corinthians. Não entendi muito bem essa decisão, parecia que era um tampão no Botafogo, um quebra-galho para a reta final, não dava tempo de pegar um estrangeiro… Colocaram o Tiago Nunes naquele “vamos ver o que vai acontecer” e ficou nisso até agora. Ele já dava sinais no ano passado de que não era o cara para estar à frente desse projeto.
A Falta de Liderança Pós-Luís Castro
Gilmar Ferreira, em sua coluna, ressalta a ausência de uma liderança efetiva no futebol do Botafogo após a saída de Luís Castro. Ferreira argumenta que o projeto esportivo do clube perdeu seu encanto e direção com as mudanças no comando técnico, o que se refletiu nos resultados e no desempenho da equipe.
Sei bem que entre os dois trabalhos (sic) o Botafogo esteve nas mãos de Lucio Flavio, ex-auxiliar de Luís Castro, que dirigiu o time em oito partidas, com 33,3% de aproveitamento em plena reta final do Brasileiro. E isso é importante porque derruba a ideia de que a perda do título da Série A, depois de fechar o turno com 13 pontos de vantagem, afetou o psicológico dos jogadores. Não! O Botafogo desencaixou com a saída de Luís Castro, que até então tinha aproveitamento de 65,2%, e não mais se encontrou. É muito claro, para mim, que o projeto esportivo alvinegro era de Luís Castro. E com a saída dele o jogo do Botafogo perdeu o encanto – escreveu Gilmar Ferreira.
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