Por Thiago Guedes
O empate em 1 a 1 contra o Aurora, pela segunda fase da Conmebol Libertadores, na última quarta-feira, não foi o único motivo para a demissão de Tiago Nunes do comando técnico do Botafogo. Essa decisão, tomada na manhã de quinta-feira, é o resultado de uma cadeia de eventos e insatisfações que culminaram com o desfecho anunciado. O jogo em Cochabamba atuou mais como um "estopim" do que como causa única, revelando a complexidade por trás da mudança no comando técnico do Alvinegro.
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A Filosofia de Jogo e a Insatisfação de Textor
John Textor, proprietário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, sempre deixou clara sua preferência por um futebol ofensivo, que não apenas entretenha, mas também traga resultados. Nos últimos tempos, algumas decisões de Tiago Nunes, especialmente em relação à tática e postura da equipe em campo, começaram a desagradar o empresário norte-americano. A insatisfação de Textor cresceu principalmente após observar que, em determinados jogos, especialmente no Campeonato Carioca, o Botafogo apresentava uma queda de desempenho significativa no segundo tempo, muitas vezes adotando uma postura mais defensiva após as substituições realizadas por Nunes.
Este padrão de comportamento não era o que Textor esperava, apesar de entender as circunstâncias atenuantes, como o início de temporada sem um lateral-direito titular e a chegada tardia de reforços. Contudo, a esperança de uma virada na Libertadores não se concretizou, e a forma como o time cedeu o empate no jogo contra o Aurora, especialmente nos minutos finais, exacerbou a frustração de Textor, levando à decisão de desligar Nunes.
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Repetindo a História: A Consistência na Busca por Identidade
Não é a primeira vez que John Textor toma uma decisão drástica relacionada ao comando técnico do Botafogo. A demissão de Enderson Moreira, em 2022, seguiu uma lógica similar, baseada na busca por uma identidade de jogo que se alinhasse à visão de futebol desejada por Textor. Apesar do carinho da torcida por Enderson, devido ao recente acesso à Série A como campeão, a escolha técnica prevaleceu, reforçando a ideia de que, para Textor, a maneira como se joga é tão importante quanto os resultados obtidos.
Tiago Nunes no Contexto dos Técnicos do Botafogo
A passagem de Tiago Nunes pelo Botafogo deixa marcas no histórico de desempenho dos técnicos do clube. Com um aproveitamento de 42,2%, Nunes se iguala a Bruno Lage, estando ambos abaixo dos índices alcançados por seus predecessores como Eduardo Barroca, Marcelo Chamusca, Enderson Moreira, e Luís Castro. Este comparativo reforça a percepção de que, apesar das adversidades, a expectativa em torno do desempenho da equipe sob sua liderança era significativamente alta.
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