A cada rodada do Campeonato Brasileiro, uma nova polêmica envolvendo a arbitragem parece surgir. Decisões controversas, erros claros e a falta de comunicação entre campo e VAR têm deixado treinadores, jogadores e torcedores indignados. Neste artigo, vamos analisar alguns dos principais casos que marcaram as últimas rodadas e entender o porquê da revolta generalizada.
Abel Ferreira comenta polêmicas da arbitragem
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, foi um dos mais críticos em relação à arbitragem. Mesmo com dois pênaltis a favor de sua equipe, o português não se mostrou satisfeito e reclamou de uma possível expulsão em um lance específico. Outros treinadores, como os de Fluminense e Juventude, também expressaram sua insatisfação com as decisões dos árbitros.
Eu já falei há muito tempo que essa regra devia mudar. Há uma regra muito clara que quando o centroavante toca na mão, intencional ou intencional, antes da bola entrar no gol, são todos anulados. Tem que se criar uma regra, porque senão há sempre uma interpretação. Eu posso dizer que é pênalti, você dizer que não, a bola toca na mão. Eu já perdi uma ida aos pênaltis no Mundial porque a bola bateu na mão. Há sempre interpretação, agora, o que não há interpretação, e que é fato, é agressão. Uma agressão, como aconteceu no jogo, não é interpretativa, é agressão. O que aconteceu, o que o jogador do Fortaleza fez ao Rios, não há dúvidas. Em relação aos pênaltis, vai ser sempre interpretativo, porque a regra abre a isso. A minha opinião era, bateu na mão, é pênalti, para os dois lados.
Se bateu na mão (de Yago Pikachu) e se vai na direção do gol, se a mão não está na posição que tem que estar, se a mão tem que estar paralela ao corpo e está aqui em cima, isso é uma pergunta que tenho que fazer aos árbitros, mas, na minha opinião, bateu na mão e não está na posição natural do corpo, é pênalti. Mas vou-lhe voltar a repetir, na minha opinião, e se eu mandasse, para não haver essas dúvidas, como o senhor tem e como eu tenho, sempre que bater na mão, devia ser pênalti. Há empurrão ou não há empurrão? Pronto, está certo. Eu daria.
A Decisão da CBF
Diante da pressão e da série de erros, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu afastar alguns árbitros de vídeo para uma "reavaliação de desempenho técnico". Essa medida, embora necessária, não acalma os ânimos dos envolvidos no futebol brasileiro. A pergunta que fica é: será que essa é a solução para os problemas da arbitragem no país?
A Opinião dos Especialistas
Comentaristas de arbitragem, como Paulo César Oliveira, também têm se manifestado sobre as polêmicas. Em alguns casos, concordam com as decisões dos árbitros, enquanto em outros, apontam erros claros. A divergência de opiniões entre os especialistas mostra a complexidade das situações e a dificuldade em encontrar um consenso.
Sobre o pênalti marcado contra o Fluminense, não há dúvida de que fomos prejudicados pela arbitragem. Talvez seja o quarto erro ao longo do campeonato que nos “arranca” pontos importantes. Já deixei claro em outras oportunidades que não coloco em suspeita a honestidade dos árbitros. Meu questionamento está na falta de critérios ao longo da competição e na mudança de rumo a cada rodada. Ontem os erros não foram somente contra o Fluminense. Curiosamente, três lances semelhantes (contatos físicos normais) tiveram pênaltis inexistentes assinalados sem interferência do VAR. De uma hora pra outra o VAR passou de “interventor das decisões de campo” a “mero observador passivo” do jogo. Isso aconteceu em nosso jogo, no jogo Flamengo x Juventude e Palmeiras x Fortaleza. Portanto, está nítido que o problema da arbitragem é a falta de convicção.
A cada erro ou reclamação dos clubes se muda a rota do “processo” e o resultado está aí: erros capitas a cada rodada. Ontem foi latente que uma frágil “filosofia” de não interferência do VAR foi adotada pelos árbitros e se virou contra eles. Não sei que tipo de pressão possa estar ocorrendo, mas estou convicto da mudança de critério que gerou enormes prejuízos aos clubes. O VAR não chamar o árbitro no lance foi surreal, até mesmo porque, desde o primeiro tempo jogadores do Vitória simularam pênaltis, um, inclusive, anulado pelo próprio VAR. Se houve simulação de pênaltis no primeiro tempo, porque não analisar o lance no último minuto da partida? Porque a “vista grossa” no lance capital do jogo? Está claro que por decisão própria ou por ordem superior, os árbitros decidiram ter menos interferência do VAR. Deu no que deu !! Isso é falta de convicção e sem ela, não se chega a lugar algum.
Que a comissão de arbitragem da CBF faça uma reflexão do que ocorreu ontem. Os prejuízos são gravíssimos. O Fluminense sempre faz ao ser prejudicado, adotará as médias administrativas cabíveis, mas o fará sabendo que o problema vai muito além de afastar ou punir árbitros. Ou abrimos um debate sério sobre o tema envolvendo os “atores” do futebol brasileiro ou seguiremos retrocedendo !!
E Agora, o que fazer?
Para solucionar os problemas da arbitragem no Brasil, é preciso um trabalho conjunto de todos os envolvidos: CBF, árbitros, clubes, federações e até mesmo a tecnologia. Algumas medidas que podem ser adotadas são:
- Melhoria da comunicação entre campo e VAR: É fundamental que haja uma comunicação clara e objetiva entre o árbitro de campo e o VAR, evitando divergências e atrasos nas decisões.
- Treinamento constante dos árbitros: A atualização constante do conhecimento técnico e a realização de treinamentos específicos podem contribuir para a redução dos erros.
- Transparência nas decisões: A divulgação das gravações do VAR pode aumentar a transparência e permitir que a torcida entenda melhor as decisões tomadas.
- Punição dos erros: A aplicação de punições aos árbitros que cometerem erros graves pode servir como um alerta e incentivar a busca por um desempenho mais consistente.