Português falou sobre renovação no Botafogo e outros assuntos

O técnico Luís Castro, líder do Brasileirão com o Botafogo, deu entrevista à podcast e comentou sobre diversos assuntos, como renovação de contrato, reforços no elenco e muito mais. O nome do português chegou a ser cogitado no Everton, da Inglaterra, e até no Al-Nassr, time de Cristiano Ronaldo.

De férias em Portugal, Castro foi perguntado sobre renovação e também respondeu sobre outros temas. Aproveite e siga o Botafogo Hoje no Facebook, no Instagram e no Twitter e acompanhe as ultimas do Fogão.

Veja declarações de Luis Castro, do Botafogo

O técnico do Botafogo, Luis Castro, participou do podcast “FutCast”, do “FlashScore Brasil”, e falou sobre diversos assuntos. Veja abaixo algumas declarações e trechos da entrevista.

Impacto das SAF's no Brasil

Grandes instituições devem ter grandes organizações, que devem ter grandes mentores da organização e departamentos interligados. O mais deficitário muitas vezes é a comunicação interna, é aqui que há muitos problemas, os departamentos não se comunicam, há pessoas que não se veem, trabalham em espaços diferentes, há departamentos em que nós treinadores nem percebemos o que se passa dentro e que são fundamentais no apoio à equipe do futebol. Não pode ser nunca uma equipe de futebol a sustentar o clube, mas sim o clube sustentar a equipe de futebol. Hoje dizem que as SAFs são a salvação do futebol. Mas por que? Antes também havia clubes organizados que não são SAF. É preciso que haja grandes líderes dentro dos clubes, que aguentem a pressão como o treinador aguenta a pressão. Eu vou continuar aguentando, não só no Botafogo como nos clubes que já passei e nos quais ainda vou passar.

Renovação no Botafogo

Ainda ninguém falou comigo sobre isso. Não é uma coisa com a qual me preocupe. Não sei, não faço ideia nenhuma. Não faz parte das minhas preocupações agora. Eu respeito muito o organograma do clube, sou um simples funcionário do clube que desenvolve o trabalho para o qual fui chamado. Olho de forma muito pragmática para o futebol. Transporto comigo muita ambição. Um clube ganhador quer uma mentalidade ganhadora. “Ah, quando perde você não diz isso”. Digo, sempre, os jogadores sabem que digo que quero sempre uma mentalidade ganhadora. Mesmo nas derrotas, nos momentos difíceis.

Essa mentalidade se enraíza não só quando se ganha. Ganhamos do Athletico-PR, depois fomos eliminados. Fomos a Quito e empatamos. Fomos à Baixada e perdemos. Se não tivéssemos essa mentalidade vencedora, não teríamos ganhado do Fortaleza. Ganhamos porque transportamos uma mentalidade vencedora mesmo nos momentos mais difíceis. Porque as pessoas vencem doenças em momentos dificílimos da sua vida? O corpo quer derrotá-la, mas a mente não a deixa derrotar. Essa mentalidade não se aplica só nesses momentos, se transporta também para o futebol. O problema não é uma derrota, a derrota faz parte. A grande questão no futebol é enraizar a mentalidade vencedora e muitas vezes não vemos isso. Perdemos, vamos perder o próximo jogo por que? Vamos trabalhar para tentar ganhar. Ganhamos, vamos ganhar o próximo por que? Do outro lado, está uma equipe que quer exatamente o que nós. Não há um jogo fácil no Brasileirão. Nenhum.

Relação com John Textor

Minha relação com meus presidentes é sempre de grande cordialidade e respeito. Tenho consciência clara de que há uma hierarquia. Quando falamos de organização, falamos de organograma. Eu não estou no topo do organograma, quem está lá para mim é o Sr. John Textor, portanto, respeito máximo. Depois, temos outras pessoas que estão acima de mim, como Thairo e Mazzuco, e eu me reporto a essas pessoas. Tenho que ter o máximo de respeito a quem está acima de mim e a quem está abaixo de mim, que são meus jogadores. É uma relação de grande respeito.

Sondagens de clubes

Há cláusulas no meu contrato que preveem minha saída a qualquer momento do clube e há cláusulas no meu contrato que preveem eu ser despedido a qualquer momento do clube. Sempre fiz meus contratos a terem validade para os dois lados. Se eu não estiver de acordo com muita coisa que se passa, eu solicito minha saída. Se estou de acordo com tudo, estou em paz e estou sujeito a continuar, é isso. Tudo transparente como um cristal.

Reforços na segunda janela

Vamos ser claros naquilo que é o futebol hoje. Hoje há a janela de transferência e há contratos que preveem todo um mundo de movimentações nas janelas. Portanto, é sempre possível entradas e saídas, são dinâmicas que são instaladas no futebol, desde jogadores a treinadores, o mercado mexe e temos que estar preparados quer para entradas, quer para saídas. Estamos formando um grupo e esse grupo deve ser preservado. O futebol é fértil em dinâmica de saídas e entradas e temos que ficar preparados para isso.

Início da temporada

O que planejamos quando iniciamos uma temporada é ter um trabalho consistente e ter uma equipe que produza um futebol de qualidade. Sabemos que, havendo continuidade e qualidade, estamos sempre mais pertos de ganhar. No começo do ano a equipe apresentou oscilações, frutos de uma pré-temporada muito sinuosa, e quando é assim sempre retira um pouco de confiança. Conseguimos no início reunir as tropas, os jogadores todos, ficamos com mais unidades disponíveis e isso aumentou o nível de confiança. Sentimos que estávamos bem, mas era fundamental abrir o campeonato ganhando, mesmo que não estivéssemos com o desempenho tão elevado. Fomos ganhando condição ao longo do campeonato. Agora, dizer que prevíamos que na 10ª rodada estaríamos em primeiro, ou estaríamos no G-4, ou nos primeiros oito… O que queríamos era bom desempenho e obter bons resultados através desse desempenho e o conseguimos com vários fatores que foram determinantes.

Fisicamente fomos competentes, técnica e taticamente estivemos num bom nível, o gramado também nos ajudou a trazer paz ao jogo. E depois tem uma dimensão fundamental que é a mental. Tivemos um apoio muito grande de toda a torcida do Botafogo. Não houve uma vaia durante esse tempo no Nilton Santos e isso é uma lição para todos. Estamos muito mais perto da vitória quando todos se apoiam a todos, e nos apoiamos uns aos outros mesmo nos momentos difíceis. A torcida entende que a equipe não está sempre bem, que os jogadores não estão sempre bem, as equipes são formadas por seres humanos, que falham como qualquer um não só no futebol. Quando houve esse entendimento de todos, quando todos toleraram o erro porque sabiam que estávamos dando o máximo, a equipe foi crescendo mentalmente. Esse crescimento mental fez com que a equipe atingisse uma paz e uma confiança que é o demonstrativo do que a equipe pode fazer.

Última temporada para esta

Ouvi muitas vezes no ano passado que havíamos gasto muito dinheiro em contratações. Imagina um carro, você não precisa gastar muito dinheiro se for trocar só um pneu. Quando um carro só tem o chassi, aí tem que ter quatro rodas, volante, faróis, vidros, é claro que teríamos que gastar mais. E foi o que aconteceu com o Botafogo. O que queriam que fizéssemos? Tínhamos que agir ao longo da época, mas agir de uma forma planejada. Tivemos que contratar muito em determinado momento, avaliar, contratar em função da nossa avaliação e fomos andando até chegar esse elenco. No começo da temporada tínhamos problemas nos corredores, tinham saído Jeffinho e Júnior Santos, fizemos entrar Diego Hernández, Júnior Santos e Matías Segovia. 

Comportamento da torcida

Uma coisa é a torcida, que quer o melhor desempenho da equipe e age normalmente em unanimidade, outra coisa é ofensa pessoal. Me recordo bem de dois jogos em Volta Redonda em que alguns que supostamente viriam para o estádio para apoiar, ainda antes do jogo começar, já estavam insultando o treinador e os jogadores, retirando um conjunto de confiança que a equipe precisava. Se a torcida é importante pelo lado positivo, muitas vezes também há alguns elementos que não denomino como torcida, porque ofensa pessoal nunca vem de uma torcida. Fui impedido de trabalhar por alguns daqueles que se dizem apoiadores do Botafogo, mas eu não os reconheço assim, porque a ofensa não pode fazer parte disso. Quando nós, no final do jogo, tínhamos como propósito ganhar o jogo, a equipe venceu por 5 a 2, aparece uma faixa para dizer para eu ir embora e o estádio canta “Fora Castro”, certeza de que não foram para apoiar a equipe, foram para vaiar o treinador. Temos que ser diretos e falar a verdade dos fatos. Nesse momento (atual), a torcida vai toda ao estádio para apoiar o Glorioso, naqueles momentos foram ao estádio em Volta Redonda claramente para vaiar a equipe. A melhor forma de uma família viver no dia a dia é apoiando. Toda a gente sabia que estávamos dando o nosso máximo, já havíamos demonstrado ao longo do Estadual. Estávamos com problemas gravíssimos, problema com gramados, de jogadores que estavam impedidos de jogar, que todo mundo sabia… Um mundo de problemas e tivemos que olhar para frente. Felizmente, voltamos para casa, ao nosso habitat natural e algumas das pessoas devem estar envergonhadas daquilo que fizeram. Não por mim, mas o que mais custou foi ver meus jogadores dando seu máximo em condições muito difíceis e serem vaiados.

O que o Botafogo precisa melhorar?

Todos podemos dar mais do que damos em cada momento da nossa vida. Eu acho que sempre posso dar mais no treino, no jogo, meus jogadores também. Essa é a luz que nos guia, além da luz da Estrela Solitária. Ninguém pode estar acomodado ao longo do dia. Não estamos no nosso máximo, assim como qualquer equipe. E nem podemos estar, em função da equipe ter vindo de jogos decisivos no Estadual, alguns deles em inferioridade numérica, com desgaste excessivo em termos físicos e mentais. Sempre há espaço para crescimento.

Vice-presidente do Botafogo crê em permanência de Luís Castro

Vinicius Assumpção declarou à Rádio Tupi que Luis Castro deve ficar no Botafogo:

Minha opinião como torcedor é que acredito que o Luís Castro gosta de projeto e de trabalho. Ele está vendo o trabalho sendo feito, viu que o Botafogo quer ficar com ele. Não acredito que saia. Futebol é profissional, pode chegar proposta irrecusável, nem por isso, se aceitasse, estaria traindo confiança da SAF e da torcida, nada disso. Minha opinião é que ele fica, sabe o que está sendo feito, que é um dos comandantes do processo. Na minha opinião pessoal, acho que fica.

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