A conexão emocional com o Botafogo e seus impactos na saúde mental

Roberta Lucena, uma apaixonada pelo Botafogo desde sempre, viu na temporada de 2023 a oportunidade de vivenciar algo especial ao lado de seu pai, José. A expectativa de comemorar um título significativo do clube era enorme, mas a realidade do desempenho decepcionante da equipe no Campeonato Brasileiro trouxe consigo uma frustração avassaladora. Para Roberta, essa desilusão foi tão profunda que impactou até mesmo sua saúde mental, levando-a a buscar apoio terapêutico.

A história de Roberta não é singular. Desde a derrota para o Palmeiras, muitos torcedores encontraram-se mergulhados em um mar de decepções, levando essa angústia para dentro das salas de terapia. O Botafogo, tão além de ser apenas um time, representa laços familiares, memórias compartilhadas e uma conexão que vai além do campo.

Roberta compartilhou sua experiência ao Jornal "O Globo":

Acompanho o Botafogo incessantemente, e tudo isso está entrelaçado com a conexão que tenho com meu pai. Levei isso para a terapia porque estava me afetando profundamente, minha saúde mental estava abalada. Nessas derrotas recentes, eu me sentia triste o tempo todo. Estou prestes a entregar minha dissertação de mestrado e não conseguia focar nela, só conseguia pensar no título. Minha ansiedade atingiu um nível em que voltei a roer as unhas.

Torcedores do Botafogo e suas relações com Terapias

Ela não está sozinha nesse sentimento. A derrota do time desencadeou uma crise existencial em muitos torcedores, levando-os a repensar sua relação com o clube e suas prioridades na vida. João Vitor Gonçalves, oficial de náutica, confessou ter considerado até mesmo deixar o emprego para garantir que assistiria ao tão desejado título.

Diante desse cenário, especialistas em saúde mental começaram a observar um aumento significativo na discussão sobre o impacto do futebol na psique dos torcedores. Psicólogos, como Cícero Villela, notaram que pacientes botafoguenses estavam questionando seu papel e controle sobre o sucesso ou fracasso do time, gerando reflexões profundas sobre a noção de poder e influência sobre eventos externos.

Mas é importante ressaltar que a relação com o time não é vilanizada. O professor de Psicologia do Esporte na PUC-Rio, Raphael Zaremba, destaca o sentimento de pertencimento e os vínculos sociais que o futebol proporciona. No entanto, ele alerta para os casos em que essa paixão ultrapassa os limites saudáveis, podendo agravar quadros de ansiedade e até gerar comportamentos negativos, como brigas e conflitos.

Alerta: Cuidado com sua Saúde Mental

A paixão pelo futebol e o apoio ao time do coração são aspectos emocionantes da vida de muitas pessoas, mas é fundamental reconhecer quando essa relação começa a afetar negativamente a saúde mental. Se você se identifica com essa situação, onde a ansiedade e a frustração estão dominando seus pensamentos, considere buscar ajuda psicológica. Conversar com um profissional pode ajudar a colocar as emoções em perspectiva e encontrar maneiras saudáveis de lidar com as expectativas e frustrações ligadas ao seu time.

Lembre-se sempre: sua saúde mental é tão importante quanto seu time do coração.

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