Ex-dirigente fala ao canal Resenha Alvinegra
O ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, deu razão ao Botafogo em priorizar o Campeonato Brasileiro e não a Copa Sul-Americana. O Glorioso foi eliminado pelo Defensa y Justicia (ARG) nas quartas de final.
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Entrevista com Carlos Augusto Montenegro
Confira trechos da entrevista de Carlos Augusto Montenegro ao Canal Resenha Alvinegra, do YouTube.
Ano do Botafogo
Esse é um ano muito doido, no bom sentido. Ninguém esperava isso que está acontecendo com o nosso Botafogo. Esperávamos um campeonato muito difícil, brigar no meio da tabela e fazendo o possível para chegar à Libertadores. Era o sentimento de todos os botafoguenses após o Estadual, no qual não fomos bem. O início da Copa Brasil também não foi uma coisa apetitosa. Houve muitas críticas ao técnico de então, Luís Castro, todo mundo com o pé atrás, de repente começamos o Campeonato Brasileiro de forma fulminante e intensa, tudo dando certo, ganhando todos os jogos, melhor ataque, melhor defesa, Tiquinho melhor jogador, Lucas Perri e Adryelson jogadores de Seleção, tudo dando certo, um olhando atônito para o outro, sem acreditar. Mas não tem nada fácil para nós, foram 28 anos de sofrimento. Na hora que pensamos que estava fácil, começaram a acontecer as coisas. A saída inevitável do Luís Castro, porque era muito dinheiro e a torcida não gostava muito dele. Mas o time cada vez mais líder, mais forte, mais compacto, mais unido. É o único jogando futebol diferente hoje, independentemente de ganhar ou perder, no Campeonato Brasileiro. Ninguém está jogando um futebol diferente, é só o feijão com arroz, chato, que não empolga ninguém. O único time empolgando a mídia, os críticos, os adversários é o Botafogo, mesmo com seus problemas. Está fazendo algo de diferente.
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Análise da temporada
Saiu Luís Castro, entrou o Caçapa. Não é técnico, era um auxiliar. Meu filho conhece ele, falou que é uma pessoa incrível, admirada em Lyon, respeitada, humilde, de papo reto, franco, todo mundo adora. Estava de férias aqui, é empregado do Lyon, pediram para entrar, o scout acertou na transição. Colocaram Caçapa, foram quatro jogos e quatro vitórias, não mudou nada. Veio o Bruno Lage, esse é técnico, pode ter seus defeitos e qualidades, mas têm uma equipe. No começo não mudou, mas começou a pegar ambiente diferente, em relação a muitas críticas ao Júnior Santos jogando, inventou Gustavo Sauer contra o Coritiba, foi um sucesso, dois gols e um passe. Ele não estava satisfeito, como nós também não, com atuações do Júnior Santos. Começou bem, teve queda, tem papel importante na recomposição e em prender dois ou três quando vai ao ataque porque é muito forte, um touro. Quando puxa dois ou três para a marcação, desorganiza o sistema defensivo deles. Fez essa experiência com Sauer, depois com Segovinha, teve o negócio da Sul-Americana que é discutível, tem muita gente que acredita que tinha que ter dado tudo para continuar nela, respeito, mas não penso assim. Talvez por já ter uma e por como esse Campeonato Brasileiro se ofereceu para nós, em condição excepcional, tínhamos que nos dedicar de corpo e alma. É uma daquelas chances que o cavalo passa selado e você não pode desperdiçar. Mesmo tendo 11 pontos de vantagem, 15, 17, tudo. O ser humano tem desgaste. O Palmeiras vai jogar duas semifinais contra o Boca Junior e, se passar, uma final. Sabe quantos jogos o Palmeiras vai ser afetado? Uns quatro ou cinco. Vão ser contusões, desgaste, viagem para a Argentina. Seria isso com o Botafogo se avançasse na Sul-Americana – explicou o ex-dirigente.