Acionista da SAF alvinegra demonstra indignação com a derrota do Botafogo para o Palmeiras e faz apelos por transparência e reformas no esporte.
No último dia 1 de novembro, o Estádio Nilton Santos, palco de uma emocionante partida entre o Botafogo e o Palmeiras, foi cenário não apenas para um confronto eletrizante, mas também para a manifestação de John Textor, acionista majoritário da SAF alvinegra, que expressou sua profunda insatisfação com a arbitragem e a gestão do futebol brasileiro. A derrota do Botafogo por 4 a 3 diante do Palmeiras trouxe à tona uma série de reações apaixonadas do empresário norte-americano, que não poupou palavras ao comentar o desempenho do árbitro, a expulsão do zagueiro Adryelson e a administração da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
John Textor "full pistola"
Logo após o apito final, John Textor fez uma declaração incisiva sobre o lance que culminou na expulsão de Adryelson, destacando que, na sua visão, não havia motivo para a aplicação do cartão vermelho. A indignação do acionista da SAF alvinegra não parou por aí. Ele pediu abertamente a renúncia do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a quem acusou de corrupção e de prejudicar o andamento do Campeonato Brasileiro de 2023.
"O mundo todo viu, não foi vermelho, ele pegou na bola primeiro. Não era vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, é um roubo. Ednaldo, você precisa renunciar amanhã. Pode me multar. Esse campeonato é uma brincadeira. Ninguém merece isso. Esses jogadores do Palmeiras não querem vencer assim e nós não queremos perder assim. São cinco jogos seguidos. Isso é uma corrupção fodida. Ednaldo, você precisa renunciar pelo bem do jogo. Isso tem que acabar. Isso é roubo, você pode me encontrar e me multar. Eu ainda estarei aqui", afirmou Textor em uma entrevista ao "Premiere", ainda no gramado.
O empresário norte-americano também teve um desentendimento com o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, durante o jogo. No entanto, apesar da intensa troca de palavras, o Botafogo mantém sua liderança no Campeonato Brasileiro, com 59 pontos, três à frente do Alviverde, que tem um jogo a mais por disputar.
Antes do embate entre Botafogo e Palmeiras, John Textor compartilhou suas preocupações com a ESPN, destacando as "coisas estranhas" que ele acredita estarem acontecendo no cenário do futebol brasileiro. Embora tenha demonstrado otimismo quanto ao desempenho do time, ele fez questão de sublinhar a importância de enfrentar os desafios com resiliência.
"Estamos animados para o jogo (contra o Palmeiras). Os times estão jogando bem. Estão acontecendo algumas coisas bizarras pelo caminho. As pessoas falam como se fossem fatos isolados, mas sabemos que coisas estranhas estão acontecendo", declarou Textor.
Ele também enfatizou a força e coesão do vestiário do Botafogo, ressaltando que o time não deve se abalar por questões externas, como mudanças na comissão técnica e protestos. John Textor demonstrou confiança na capacidade do Botafogo de manter seu desempenho no campeonato, independentemente das adversidades.
Após a partida, em uma entrevista na zona mista do Estádio Nilton Santos, John Textor adotou um tom mais calmo, mas não recuou em suas críticas. Ele fez um apelo à reflexão de todos os envolvidos no futebol brasileiro, incluindo torcedores, clubes e líderes esportivos.
"A única coisa que eu diria é... Eu perguntaria aos torcedores de todos os times no Brasil se isso é o que eles querem no futebol brasileiro. Eu perguntaria a cada clube, a cada grupo de torcedores, eu quero perguntar a eles se 'é isso que queremos no futebol?'. São esses os líderes que queremos no futebol? Precisamos de mudanças. A única maneira do Botafogo ter uma plataforma para mudanças é se ganharmos este campeonato e continuarmos exigindo mudanças", enfatizou.
John Textor também pediu a renúncia do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e do presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, durante sua manifestação após o jogo, colocando o Campeonato Brasileiro sob suspeita.
A Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) não demorou a reagir às acusações de Textor. A organização prometeu entrar com uma nota de infração no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o empresário, acionista majoritário da SAF do Botafogo. Nas redes sociais, a Abrafut ironizou o dirigente alvinegro e desafiou-o a comprovar suas alegações após a derrota para o Palmeiras.
As controvérsias em torno do episódio demonstram a paixão e as tensões que cercam o futebol brasileiro. As declarações de John Textor ecoam o desejo por maior transparência, justiça e ética no esporte, ao mesmo tempo em que levantam questões sobre as pressões e expectativas sobre os árbitros e líderes esportivos em um dos maiores e mais apaixonados cenários de futebol do mundo.
Veja a nota da Abrafut:
“Isso é corrupção, isso é roubo” essa foi a frase dita por um Presidente de um grande clube de futebol do Brasil, Botafogo. Mais um episódio, mais uma acusação séria, grave e leviana vinda de uma figura que tem visibilidade no esporte e que usou sua voz para desmerecer e invalidar o trabalho limpo, honesto , baseado em regras devidamente obedecidas dentro de campo, prejudicando o rendimento de um mercado do qual ele mesmo faz parte.
Talvez, por desconhecimento ou dificuldade em aceitar as limitações e erros do seu próprio time, Textor tenha optado por desabonar a imagem do árbitro e colocar em descrédito sua conduta e sua honestidade quanto as decisões em campo.
Será que se o time dele se mantivesse à frente como no início do jogo até o término ele teria tido a mesma postura? Se a reviravolta sofrida pelo seu time tivesse sido sofrida pelo adversário ele também culparia a arbitragem pelos desarcetos (sic) dos seus próprios jogadores?
Temos também a imagem de John fazendo um sinal com as mãos, popularmente conhecido como ganho em dinheiro, apontando para a equipe de arbitragem. Provavelmente ele estava sugerindo que os árbitros teriam recebido ilicitamente para um resultado antagônico ao que já era previsto para o presidente. Deixou de levar em consideração o que realmente de fato culminou sua inesperada e frustrante derrota: a falha de seus próprios jogadores.
Seria mais fácil achar um culpado do que admitir um fracasso?
Mais uma vez, em nome da arbitragem brasileira, em defesa de uma classe que nós representamos e acreditamos, a ABRAFUT entrará com uma nota de infração no STJD.
Que o Sr. John Textor prove as acusações feitas por ele.