Ex-jogador deu entrevista ao canal UOL
Donizete Pantera, vencedor do Campeonato Brasileiro de 1995 pelo Botafogo, enxerga traços de sua própria carreira em um jogador que integra o elenco atual do clube. Em uma entrevista concedida ao portal "UOL", ele destacou as semelhanças que identifica entre Júnior Santos e fez uma comparação entre Túlio Maravilha e Tiquinho Soares, percebendo características em comum entre essas duas duplas.
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Entrevista Donizete Pantera ao UOL
Apesar de ter alcançado o título brasileiro em 1995 e de contar com o carinho da torcida alvinegra, Donizete guarda uma mágoa em relação ao Botafogo. O ex-atacante compartilhou com o site "UOL" os motivos que alimentam esse sentimento.
Confira trechos da entrevista de Donizete ao site "UOL".
Tiquinho Soares e Túlio Maravilha
Eu acho que existe, sim. Acho que o Tiquinho é muito inteligente como o Túlio. Acho que o Túlio está na frente do Tiquinho porque o Túlio é mais ágil, mais rápido. O Túlio bate muito bem com a esquerda e ele define muito bem, cabeceia bem. O Túlio era um jogador fantástico. Mas nessa característica do Botafogo, vejo o Tiquinho parecido com o Túlio e o Júnior Santos parecido um pouco comigo porque é um cara forte, que vai para cima, não tem medo.
Dificuldades superadas
Na verdade, a gente olhou para os dois lados da moeda. Eu falava para os caras: ou é queijo ou mariola. Você tem que lutar, tem que vencer. O clube estava passando um momento financeiro muito brabo, mas também, se tivéssemos fracassado dentro de campo, seria pior. A gente teria afundado ainda mais o clube e até mesmo a nossa carreira de jogador de futebol.
Era um time muito vencedor. Uma galera que não olhava essas circunstâncias porque sabia que a gente estava ali por amor à camisa do Botafogo. Eu amo o Botafogo até hoje, e nós amávamos o clube. Víamos aqueles torcedores tão fantásticos que iam para o estádio nos abraçar, nos honrar em dia de chuva, de sol, não importava. Eles estavam nos glorificando, nos ajudando. Então, nosso combustível eram eles, os torcedores, e o amor ao Botafogo.
Mágoa
Fui barrado na porta do Botafogo duas vezes. Fui lá para ver um treino, ver uma taça minha que eu dei para eles e falaram: ‘não pode entrar’. Pô, a minha foto está ali no muro, sou o Donizete. ‘Ah, mas peraí, deixa eu ver. Agora, não’. O Vasco é o clube que hoje está abrindo as portas para mim. Estou trabalhando na Vasco TV, mas, assim, é complicado, é doloroso, porque você ama o clube, né? Você passa ali, você dá o sangue ali.
A última vez que eu fui no Botafogo disseram: ‘ah, não tem ninguém lá, não pode atender, não posso deixar passar e tal’. Então, falei ‘obrigado’, dei a volta e fui embora. Isso machuca muito.
Clube x Torcida
Os clubes não tratam bem os ídolos. A torcida, sim. Os torcedores são muito gratos. Às vezes, você passa na rua, eles te dão aquele carinho, aquele abraço, agradecem pelo título que você deu e tal, mas os clubes…