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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou na tarde desta terça-feira, 19 de setembro, mais um episódio do "Papo de Arbitragem", um quadro que analisa lances controversos ocorridos na rodada do Campeonato Brasileiro-2023. Nesta edição, o presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Luiz Seneme, e o gerente do VAR, Péricles Bassols, expressaram sua concordância com a decisão de anular o gol de Diego Costa no jogo entre Atlético-MG e Botafogo, disputado no último sábado pela 23ª rodada da competição.
Segundo Seneme e Bassols, Maurício Lemos não tinha o "controle da bola" no momento em que fez o corte que resultou no gol de Diego Costa. Esta também foi a visão da equipe de arbitragem, como revelado em áudio:
- "Diego estava em posição no início, jogador não realiza passe deliberado," afirmou o assistente Bruno Raphael Pires.
- "Claramente está impedido, a decisão de campo é impedimento," explicou uma voz não identificada.
- "Jogador claramente em posição. Perfeita essa decisão, pode manter essa decisão de campo," completou o VAR Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral.
Seneme explicou sua interpretação do lance, assim como Péricles Bassols:
- "Gostaria de fazer um comentário em relação ao que o Bruno Pires fala. Ele considera que não tem ação deliberada, o defensor não joga a bola. Tem um rechaço com dificuldade, não jogou deliberadamente como a regra 11 prevê," alegou Seneme.
- "É fundamental que o assistente de campo ative a cabine com os conceitos. Deu o conceito de posição, porque estava vendo de forma clara, e que a jogada do jogador de preto não era deliberada, com plenos controles, para iniciar uma nova ação e uma nova jogada. Não aconteceu isso," opinou Bassols.
- "A consequência disso para ele, assistente, é que gerou uma vantagem para aquele jogador que já estava em posição de impedimento, por não ser uma ação deliberada com controle," acrescentou Seneme.
- "Um desvio não dá uma nova origem e não dá legalidade ao jogador," finalizou Bassols.
Apesar de anular um gol legítimo do Botafogo contra o Atlético-MG, o árbitro Ramon Abatti Abel (Fifa/SC) continua sendo prestigiado pela CBF. Ele foi escalado para apitar a partida entre América-MG e Vasco, que acontecerá na próxima segunda-feira, 25 de setembro, em um jogo atrasado da 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Este confronto, que será realizado na Arena Independência, é considerado crucial, uma vez que ambas as equipes estão atualmente na zona de rebaixamento e buscam uma reação para escapar dela. O Vasco ocupa a 18ª posição, com 20 pontos, enquanto o América-MG está na 19ª posição, com 17 pontos.
Além disso, tanto o bandeirinha quanto o VAR que participaram da partida entre Atlético-MG e Botafogo também estão em destaque na CBF. Bruno Raphael Pires (Fifa/GO), que apontou o impedimento de Diego Costa, está escalado para a grande final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, que ocorrerá no próximo domingo. Além disso, ele também atuará como bandeirinha em Fluminense x Cruzeiro, nesta quarta-feira, pelo Brasileirão.
Por outro lado, Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (VAR-Fifa/SP), que concordou com o impedimento de Diego Costa e não recomendou a revisão do lance, também foi escalado para o jogo entre Fluminense e Cruzeiro, que será realizado no Maracanã nesta quarta-feira.
Arbitragem Brasileira segue alvo de críticas
É evidente que a arbitragem no futebol brasileiro tem sido alvo de críticas e questionamentos, especialmente após decisões polêmicas como a anulação do gol do Botafogo contra o Atlético-MG. Curiosamente, em 2018, uma jogada semelhante foi validada pela arbitragem em favor do Botafogo, o que levanta questionamentos sobre a consistência dos critérios adotados pela arbitragem brasileira.
Na ocasião em 2018, o Botafogo empatou em 2 a 2 com o São Paulo, com a arbitragem considerando que uma nova jogada começou após o corte de um jogador adversário. Isso levanta a questão: por que não foi aplicado o mesmo critério no lance de Maurício Lemos?
Essa falta de consistência nos critérios da arbitragem tem gerado confusão e insatisfação entre jogadores, técnicos e torcedores, que buscam entender as regras que regem o futebol brasileiro. Em meio a essas polêmicas, episódios como a não marcação de um pênalti claro em Corinthians 4 x 4 Grêmio e a marcação de um pênalti duvidoso no jogo entre América-MG e Red Bull Bragantino reforçam a necessidade de uma maior clareza e uniformidade nas decisões da arbitragem brasileira.