O portal “Infomoney” trouxe uma matéria com o economista e especialista em finanças do esporte, Cesar Grafietti, e citou a SAF Botafogo ao explicar declarações de John Textor à Lei da SAF. O profissional falou sobre as falhas da legislação e foi crítico ao defender a separação das dívidas estabelecida pela Lei.
“John Textor descobriu que nem tudo que contaram para ele era verdade (…). Agora quer mudar a lei, porque ela não é boa. C’mon! Ela nunca foi boa, caro Textor! Ela tinha pegadinhas e cascas de bananas que, em algum momento, chegariam aos clubes menos atentos“, disse Grafietti.
A Lei da SAF exige a separação das dívidas e exige que 20% das receitas –(excluídas as vendas de atletas) sejam para pagar dívidas trabalhistas e cíveis, onde as dívidas desportivas e fiscais ficariam com o clube associativo. Grafietti é contra esse modelo.
“Desde sempre estava claro que a única maneira de fazer o projeto da SAF funcionar sem riscos era agir de forma mais dura que a lei, fraca e incompleta desde seu nascimento. O ideal seria assumir todas as dívidas e colocá-las na conta de aquisição. Nem que para solucionar o problema fosse necessário pedir uma Recuperação Judicial na sequência“, argumentou Grafietti, que completou:
“Já disse várias vezes que as SAFs foram negociadas a valores muito caros. Tenho enormes dificuldades em visualizar retornos para os investidores a partir da simples boa gestão dos clubes. Isso porque alguns nem consideraram todas as dívidas nas contas. Se fossem obrigados a pagar tudo, talvez os negócios não aconteceriam.”, disse o economista.
SAF Botafogo será forte?
A SAF Botafogo recentemente negociou Jeffinho com o Lyon. O economista acredita que os clubes seguirão vendendo seus talentos para manter o caixa, mesmo após SAF.
“Lembram daquelas ideias de times fortes no Brasil? Esquece. Para essas estruturas que estão sendo montadas, o Brasil será sempre fornecedor de atletas – se não for, a conta não fecha. Ainda mais se a SAF tiver que bancar integralmente as dívidas das associações“, disse, completando:
“Já surgiram ideias de ‘revisar’ a Lei das SAFs usando como referência o horroroso projeto que competia com ela nas discussões no Congresso. A chance de retrocesso é enorme. Isso assusta investidores, como já afastava aqueles que pararam meia hora para analisar os riscos jurídicos da Lei das SAFs“, concluiu.
Botafogo tem R$ 42 milhões ‘penhorados’
Segundo o jornalista Matheus Mandy, o Botafogo tem R$ 42 milhões “penhorados” ou bloqueados em ações na Justiça. O clube solicitou um prazo de, no mínimo, 30 dias para regularizar os depósitos do Regime Centralizado de Execuções (RCE).
Vale lembrar que a Lei da SAF prevê 20% das receitas sejam destinadas para pagar credores. Porém, a Justiça tem tido entendimento diferentes e permitido penhoras. Veja alguns bloqueios:
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15 milhões bloqueados em outras ações
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R$ 5 milhões de premiação da CBF via Campeonato Brasileiro e Globo
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R$ 5 milhões porque a Ferj ameaçou não registrar mais jogadores
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R$ 17 milhões em execução da União por uma dívida fiscal