O mundo do futebol brasileiro foi sacudido recentemente por uma declaração polêmica de John Textor, acionista da SAF do Botafogo. Em uma entrevista ao quadro “Abre Aspas” do “GE”, Textor sugeriu a implementação de um teto salarial para evitar que o Bahia, administrado pelo Grupo City e financiado por dinheiro do petróleo, dominasse os campeonatos nacionais. Rogério Ceni comentou sobre a situação.
Rogério Ceni responde após derrota do Bahia
No último domingo (21/7), após a derrota do Bahia para o Corinthians por 1 a 0, na Arena Fonte Nova, pela 18ª rodada do Brasileirão-2024, o técnico do Bahia, Rogério Ceni, foi questionado sobre as declarações de Textor durante a coletiva de imprensa. Ceni, no entanto, preferiu evitar qualquer polêmica, focando na resposta aos desafios internos do time.
A posição de Rogério Ceni
Rogério Ceni foi direto em sua resposta:
Desculpa, essa parte é administrativa. Eu não tenho muito a comentar sobre isso. Acho que tem equipes com orçamento dobrado do Bahia, o próprio Botafogo é uma equipe que contratou belos jogadores. Luiz Henrique fez gol ontem que deu os três pontos, 20 milhões de euros… Não entro muito nesse mérito. Cada um se expõe. É uma democracia, cada um tem o direito de falar. Não entro numa análise mais administrativa. Já temos problemas suficientes na parte futebolística do que entrar nessas decisões administrativas.
Ceni enfatizou a necessidade de focar nos desafios imediatos do time dentro de campo, evitando se envolver em discussões administrativas e financeiras que, segundo ele, estão fora de seu controle direto.
A polêmica declaração de John Textor
Relembre o que Textor disse na entrevista:
John Textor expressou suas preocupações sobre a influência financeira do Grupo City no futebol brasileiro e a necessidade de um fair play financeiro:
Se você não se importa, eu queria voltar para falar de um grande multiclube. Se não fizermos alguma coisa sobre o fair play financeiro aqui, deveria ser um teto salarial, porque não tem os problemas que a Europa tem com teto salarial. Seria um limite contido internamente. Você não poderia gastar mais do que essa quantidade de dinheiro e garantiria que o fluxo ajudasse os jogadores ao longo de todos os níveis. É possível fazer isso de forma bem saudável.
Textor alertou para um futuro dominado pelo Bahia caso nada fosse feito:
Se você fizer isso ou nada, e esse é meu aviso para Corinthians, Palmeiras, Flamengo… Se não fizermos algo, vamos acordar daqui a 70 anos, sob a atual estrutura administrativa, com as pessoas que estão aqui hoje, o Bahia vai ganhar o Campeonato Brasileiro em 17 de cada 20 anos.
Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa [Salvador], ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos. Lamento dizer isso para os torcedores do Flamengo aí fora. Esqueçam, acabou, acabou. Precisamos consertar isso agora. A Liga tem que ser feita agora, o teto salarial também.