A partida entre o Glorioso e Juventude, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2024, ficou marcada por uma polêmica que se estendeu para além dos gramados. A não marcação de um pênalti em favor do Botafogo, em um lance envolvendo Carlos Alberto, gerou um intenso debate entre os comentaristas esportivos, dividindo opiniões sobre a decisão do árbitro.
O ex-árbitro Paulo César Oliveira, conhecido como PC Oliveira, foi um dos principais defensores da decisão do árbitro de campo. Segundo ele, não houve infração por parte do jogador do Juventude, Ewerthon, e o contato entre os atletas foi fruto de uma disputa normal de bola. PC Oliveira argumentou que Carlos Alberto foi quem mudou a direção de sua corrida, entrando em contato com Ewerthon, que estava em movimento linear.
"Esse lance temos só na câmera 1, nem foram mostradas outras imagens na transmissão. O cruzamento vai atrás, Carlos Alberto estava esperando a bola na frente. Ewerthon está em corrida, não tem mudança de direção, quem muda de direção é o Carlos Alberto, que para na frente do Ewerthon", afirmou PC Oliveira.
Divergência entre os comentaristas
No entanto, a visão de PC Oliveira não foi compartilhada por outros comentaristas presentes no programa "Seleção SporTV". Ramon Motta, Lédio Carmona, Ana Thaís Matos e Joanna de Assis concordaram que houve um pênalti não marcado em favor do Botafogo. Eles destacaram o fato de Carlos Alberto ter tentado frear para buscar a bola e que Ewerthon fez um movimento para impedir a jogada, caracterizando uma falta.
"Sua observação é ótima, mas a avaliação da arbitragem, concordo com a decisão, é quem ocupa o espaço de quem. Carlos Alberto está olhando a bola, faz corrida na diagonal, Ewerthon não muda a trajetória da corrida, quem ocupa espaço e entra na frente dele é o Carlos Alberto, que para na frente de jogador que não está mudando direção, faz movimento para se desvencilhar e buscar a bola. É avaliação de quem ocupa espaço de quem", admitiu PC Oliveira, embora tenha mantido sua posição inicial.
A visão de Nadine Basttos sobre possível pênalti para o Botafogo
A comentarista de arbitragem Nadine Basttos também analisou o lance e discordou da opinião dos colegas. Para ela, o contato entre os jogadores foi normal e não caracterizou uma infração penal. Nadine Basttos argumentou que Carlos Alberto interrompeu sua corrida para mudar de direção e que o contato com o jogador do Juventude foi inevitável.
"Isso não é lance para árbitro de vídeo, o árbitro em campo tem que interpretar se aquele contato foi faltoso ou não. O Carlos Alberto está correndo em direção ao gol e quando percebe que o cruzamento foi feito nas suas costas, ele para de correr para mudar de direção, tem contato do jogador do Juventude que também vai mudar de direção. Na minha opinião, é um contato normal de jogo, não entendo como lance de penalidade", afirmou Nadine Basttos.
A falta de critério da arbitragem brasileira
A divergência de opiniões sobre o lance evidencia a complexidade da análise de jogadas de futebol e a dificuldade em estabelecer um critério único para a marcação de faltas. Nadine Basttos atribuiu a falta de consenso à falta de critério da arbitragem brasileira, um problema crônico que gera muitas reclamações por parte dos clubes e torcedores.
"A falta de critério da arbitragem brasileira é o que gera muitas reclamações, pois em alguns lances parecidos como esse pênalti já foi marcado", lembrou Nadine Basttos.