Por Thiago Guedes
O final do Campeonato Brasileiro de 2023 foi marcado pela ascensão e subsequente derrocada do Botafogo. O que parecia uma trajetória rumo ao título acabou por se converter em uma sequência de resultados decepcionantes, culminando em um lugar incerto na tabela e questionamentos profundos sobre o legado dessa temporada para o clube carioca.
Os comentaristas esportivos têm opiniões divergentes sobre como essa derrocada será lembrada no futuro. André Rizek, do “Seleção SporTV”, acredita que, ao longo do tempo, essa queda pode ser menos enfatizada, eventualmente se tornando um capítulo menor nas memórias do futebol brasileiro. Por outro lado, Carlos Eduardo Lino defende que essa história será lembrada por décadas, permanecendo como um marco emblemático sempre que se discutir momentos de falhas em competições.
Botafogo pipocou?
As palavras usadas para descrever essa trajetória do Botafogo são variadas e carregam um peso emocional significativo. "Pipocada", "vexame", "vergonha" são rótulos que estão sendo associados à queda do time, transformando o que parecia ser um título iminente em uma possível ausência até mesmo da fase de grupos da Libertadores.
Entretanto, os comentaristas, como Carlos Eduardo Mansur, alertam para a necessidade de cuidado ao atribuir tais termos. Ele argumenta que é fundamental separar o resultado esportivo da valorização dos princípios éticos e históricos do clube. Refletir sobre os valores que envolvem a instituição, indo além do simples resultado esportivo, é crucial para compreender a complexidade do contexto.
Rodrigo Coutinho, por sua vez, destaca a dificuldade do torcedor em lidar racionalmente com a situação, enfatizando que é compreensível a expressão de frustração, desde que não se traduza em violência. Ele ressalta a importância de que os envolvidos nos processos decisórios do clube evitem alimentar estigmas e rótulos negativos, mesmo diante da pressão e da decepção.
Para Mansur, é crucial compreender que os jogadores não necessariamente falharam por falta de esforço, mas sim por não conseguirem corresponder às expectativas em um momento crucial. A dificuldade em reverter um cenário desfavorável pode ter aumentado a pressão sobre o desempenho do time, mas não necessariamente implicou em falta de dedicação ou comprometimento.
Conforme o Campeonato Brasileiro chega ao fim, o legado deixado pelo Botafogo em 2023 será marcado pela sua ascensão meteórica seguida pela queda abrupta. O debate em torno das palavras usadas para descrever essa trajetória continuará, mas é fundamental considerar a complexidade do contexto esportivo e a necessidade de preservar os valores e a história das instituições envolvidas.
Em última análise, além das marcas deixadas na classificação final, é a reflexão sobre os valores, a ética e a resiliência diante das adversidades que deve permanecer como um legado fundamental para o Botafogo e para o futebol brasileiro como um todo.
Por Thiago Guedes
