Por Thiago Guedes
2025 começou com grandes expectativas para o Botafogo. O clube vinha de uma temporada histórica em 2024, quando conquistou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. No entanto, o início de ano trouxe surpresas negativas e um cenário que deixou a torcida insatisfeita. O Glorioso perdeu a Supercopa do Brasil para o Flamengo e, dias depois, sofreu um novo revés, agora na Recopa Sul-Americana, para o Racing.
A questão é que, apesar de ser uma temporada de renovação, o torcedor do Botafogo esperava mais competitividade. Nesse cenário, John Textor, acionista majoritário do clube, gerou polêmica ao minimizar a importância desses títulos, chamando-os de "copas de marketing". Isso gerou um grande desconforto entre os fãs, que ainda sentem a frustração pela perda desses títulos.
Mas o que realmente está acontecendo nos bastidores do Botafogo? Por que as reações de Textor, de um lado, e da torcida, de outro, parecem estar em desacordo? Neste artigo, vamos analisar a situação atual do clube, os pontos de vista divergentes e o que esperar para o futuro.
John Textor e as polêmicas declarações
John Textor, dono da Eagle Football, que controla o Botafogo desde o início de 2022, tem uma visão muito particular sobre o futebol brasileiro. Em declarações recentes à ESPN, ele afirmou que "não liga a mínima" para as competições que ocorrem no começo do ano, como a Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-Americana, e as classificou como "copas de marketing".
Esse posicionamento gerou um grande desconforto entre os torcedores, principalmente após a derrota do Botafogo para o Racing. No momento em que o clube perdeu a Recopa, Textor, que estava nas arquibancadas do Estádio Nilton Santos, demonstrou visível irritação. Ele, inclusive, lançou a medalha de vice-campeão para um torcedor presente no estádio, afirmando que não a levaria para casa, pois "não leva medalhas de perdedores".
Embora tenha defendido a ideia de não se comprometer com uma temporada de 11 meses, Textor garantiu que está focado em construir um time competitivo para o restante do ano. A questão que fica é: será que essa postura está sendo bem compreendida pelo torcedor?
O descontentamento da torcida
A declaração de Textor deixou claro que ele considera as competições de começo de temporada apenas um "detalhe" no planejamento geral do Botafogo. No entanto, para a torcida, essas competições têm uma importância significativa. Afinal, o time alvinegro tem uma história de superação e de buscar conquistas, e ver o time perder de forma tão clara para os rivais incomoda.
As duas derrotas para Flamengo e Racing, equipes consideradas rivais diretos, acenderam o sinal de alerta entre os botafoguenses. A perda de títulos em casa, especialmente para um time como o Racing, que venceu o Botafogo em pleno Nilton Santos, é algo difícil de digerir.
Os torcedores do Glorioso estão em busca de vitórias, de mais respeito dentro de campo e de uma postura mais competitiva da equipe, principalmente quando se trata de adversários de peso. Embora entenda a lógica de uma "pré-temporada", como coloca Textor, o que ficou claro é que o time parece estar despreparado para os desafios.
A busca por resultados e a mentalidade vencedora
Uma das questões mais levantadas por torcedores e especialistas é a falta de uma "mentalidade vencedora" no Botafogo. Em 2024, o time se mostrou focado e determinado, conquistando títulos importantes. Porém, 2025 começou de forma diferente. A falta de organização nas competições iniciais, somada às perdas de títulos, fez com que a torcida questionasse se o Botafogo ainda tem a mentalidade vencedora necessária para se manter competitivo ao longo do ano.
John Textor, em sua defesa, disse que está focado em construir um elenco forte, destacando que fez grandes investimentos no time. No entanto, a crítica segue: seria este o momento de "abrir mão" de títulos e focar no futuro? Ou o Botafogo, como atual campeão brasileiro e da Libertadores, deveria lutar mais para manter sua imagem de grandeza?
O que vem pela frente? O Botafogo tem chances de reagir?
Apesar dos insucessos nas primeiras competições de 2025, ainda é cedo para afirmar que o Botafogo não tem chances de reagir. O clube tem jogadores talentosos, uma estrutura em crescimento e um treinador, Renato Paiva, que ainda precisa mostrar seu trabalho à frente do time.
É importante que a diretoria e a comissão técnica compreendam a insatisfação da torcida e ajustem a postura do time para o restante da temporada. As críticas recebidas nas primeiras rodadas podem ser vistas como uma oportunidade para o clube aprender e crescer, além de motivar os jogadores a darem o máximo em campo.
A pergunta que fica é: como o Botafogo vai lidar com essa pressão? Textor pede paciência, mas é preciso mais do que isso: o clube precisa mostrar que é capaz de competir de igual para igual, sem abrir mão de sua ambição.
Por Thiago Guedes
