O ano de 2015 ficou marcado na memória dos torcedores do Botafogo como o ano em que surgiu uma grande promessa: Luis Henrique, um centroavante que parecia destinado a uma carreira brilhante no futebol. Com seus gols nas categorias de base, o jogador despontava como um talento em ascensão. No entanto, o que se seguiu foi uma trajetória cheia de altos e baixos, levando-o a jogar na quarta divisão italiana, no US Livorno, aos 25 anos de idade, depois de se aventurar em torneios de pôquer.
O que explica o fato de Luis Henrique não ter vingado no futebol como se esperava? Para entender essa história, é necessário voltar à sua passagem pelo Botafogo e ouvir o relato do técnico Felipe Conceição, que treinou Luis Henrique na base durante sua fase mais promissora, no sub-17.
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Felipe Conceição fala sobre Luis Henrique
De acordo com Felipe Conceição, o erro que comprometeu a carreira de Luis Henrique foi cometido internamente pelo clube. A análise inicial de um jogador deve levar em consideração seu potencial e suas características individuais. No caso de Luis Henrique, ele se destacava por sua velocidade e capacidade de finalização, não pela técnica refinada. Era um jogador com força e instinto finalizador, comparável a nomes como Haaland, Lewandowski e outros grandes artilheiros.
No sub-17, Luis Henrique se destacou por sua habilidade de receber a bola em espaço livre e finalizar rapidamente, pegando os goleiros desprevenidos. Essa característica o tornou artilheiro em diversas competições da base. No entanto, quando subiu para o time profissional do Botafogo, a análise do jogador foi malfeita.
A equipe técnica esperava que Luis Henrique desempenhasse um papel de pivô, resistindo ao contato físico dos zagueiros e segurando a bola. Essa não era a sua verdadeira vocação. O jogador foi erroneamente transformado em um atacante mais físico e menos ágil, o que resultou na perda de sua mobilidade e agilidade. Ao invés de aprimorar suas habilidades naturais, o clube tentou moldá-lo em um molde que não era adequado para seu estilo de jogo.
A gestão física do jogador também foi questionável, com tentativas de transformá-lo em um atleta mais forte e robusto, como Fred, enquanto ele deveria ter sido desenvolvido como um jogador de velocidade e explosão. A falta de consciência e maturidade de Luis Henrique em lidar com essa mudança de abordagem acabou afetando negativamente sua mentalidade e desempenho.
Além disso, surgiram histórias sobre influências externas, como a influência da mãe do jogador, que podem ter contribuído para o desvio de seu caminho original. No entanto, Felipe Conceição enfatiza que o problema central foi a gestão equivocada do jogador por parte do clube.
Em resumo, a história de Luis Henrique no Botafogo é um exemplo de como o talento bruto de um jogador pode ser prejudicado quando não é devidamente compreendido e desenvolvido. Um jogador que tinha potencial para ser um artilheiro de destaque acabou perdendo seu rumo no futebol devido a decisões internas equivocadas. É uma lição importante sobre a importância de reconhecer e aproveitar as habilidades naturais de um jogador, em vez de tentar moldá-lo em algo que não é. A carreira de Luis Henrique serve como um lembrete de como a gestão adequada é crucial para o sucesso no mundo do futebol.