Por Thiago Guedes
A decisão do treinador Bruno Lage de deixar o atacante Tiquinho Soares no banco durante o jogo contra o Goiás não apenas surpreendeu a torcida do Botafogo, mas também deixou insatisfeito o acionista majoritário da SAF do clube, John Textor. Segundo informações publicadas pelo jornal "O Globo" nesta terça-feira, 3 de outubro, essa polêmica escolha gerou questionamentos severos a Lage por parte de diversos membros da diretoria da SAF, criando uma tensão no ambiente do clube.
De acordo com o jornal, as conversas intensas entre a diretoria e o treinador ocorreram desde o fim da noite de segunda-feira até a tarde da terça-feira subsequente. A insatisfação com a decisão de deixar Tiquinho Soares de fora do time titular foi evidente e tornou-se um tema de debate acalorado nos bastidores do Botafogo.
Bruno Lage sairá do Botafogo?
Apesar da discordância e da irritação manifestadas por John Textor e outros membros da diretoria, o clube optou por não tomar decisões precipitadas ou impulsivas. A alta cúpula do Botafogo enfatizou sua intenção de respaldar o treinador Bruno Lage, pelo menos por enquanto. Portanto, segundo "O Globo", não há conversas imediatas no sentido de demitir o técnico.
Uma fonte do clube afirmou ao jornal: "Todo mundo tem o direito de errar". Essa declaração reflete a disposição da diretoria em permitir que Lage continue seu trabalho, apesar das críticas e da insatisfação resultantes da escolha de escalação.
No contexto da controvérsia, o elenco do Botafogo teve um dia de folga na terça-feira e, na reapresentação marcada para a quarta-feira, o departamento de futebol deve realizar uma conversa mais aprofundada com a comissão técnica e os jogadores. O objetivo é resolver eventuais conflitos internos e manter o foco no desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro.
Multa Rescisória
Um ponto de interesse financeiro nesta história é a multa rescisória associada ao contrato de Bruno Lage com o Botafogo. A rescisão do contrato do treinador e sua comissão técnica é calculada com base no valor que eles receberiam até o término do contrato, que está programado para dezembro. Atualmente, essa quantia é estimada em R$ 4,5 milhões.
Embora Bruno Lage esteja sob crescente pressão no Botafogo, a questão financeira não parece ser um impedimento para John Textor e a diretoria em considerar sua demissão. A alta multa rescisória não é um obstáculo intransponível para o clube.
Bruno Lage e sua comissão técnica recebem mensalmente um salário de R$ 1,5 milhão, um valor que se assemelha ao que Luís Castro e seus auxiliares recebiam antes de tomarem a decisão de se transferir para o Al-Nassr. A multa rescisória de Luís Castro também estava atrelada ao salário, seguindo uma prática comum no mundo do futebol.
O clima de tensão em torno de Bruno Lage aumentou após o empate do Botafogo contra o Goiás, com xingamentos da torcida e vaias ao técnico, principalmente quando a escalação sem Tiquinho Soares no time titular foi anunciada no telão do estádio Nilton Santos. A relação entre o treinador e a torcida parece cada vez mais conturbada, tornando o futuro de Lage no clube uma incerteza que continua a gerar debates e discussões intensas no mundo do futebol brasileiro.
Por Thiago Guedes
