John Textor, o empresário do momento no futebol, está dando o que falar. O dono da SAF do Botafogo e acionista do Crystal Palace participou do Olé Sport Summit e revelou detalhes sobre suas ambições no futebol mundial. Desde a descoberta de Thiago Almada até as negociações para comprar o Everton, Textor mostrou que não tem medo de desafios.
As ambições de Textor no futebol
Thiago Almada: a joia brasileira descoberta por Textor
Não vejo muito a Major League Soccer, não gosto de algumas coisas que a MLS faz para restringir o movimento de talentos, não acho que seja legal a Homegrow Player Rule (regra sobre jovens talentos adotada pela liga). Não sou um grande fã da MLS, acho que isso afeta meu desejo de assistir aos jogos. Duas pessoas me trouxeram até o Thiago, o primeiro foi Julian Gressel, primeiro jogador do FC Florida que se tornou um jogador de relevância na MLS, atuou pelo Atlanta United, hoje está no Inter Miami. Assisti a alguns jogos do clube, conheci o time, vi o Thiago, e depois recebi uma ligação de um amigo do Atlético de Madrid, um dos donos.
Não confiei de primeira na qualidade dele porque não conseguia vê-lo pela TV, não confiava no nível da MLS, mas eu comecei a assistir mais e aí qualidade é qualidade, quando você mata a bola no peito e bate de primeira de voleio não importa se você faz isso contra meninos de dez anos ou contra o Real Madrid. Comecei a ver uma qualidade esmagadora no Almada, pensei que seria importante trazê-lo para o Brasil para testar seu nível em competições mais difíceis. Ele teve o desejo de fazer parte do nosso projeto, de ganhar títulos pelo Botafogo, ele sabe que pode ir para a Europa quando estiver pronto e quando quiser. É ótimo que ele esteja perto de casa, sua família pode ir assisti-lo, é mais conveniente do que nos Estados Unidos. Tem sido uma grande experiência. Acho que tivemos sorte em encontrá-lo.
A negociação pelo Everton e o que deu errado
Não temos uma posição majoritária no Crystal Palace, somos os maiores acionistas, com 45%, mas não possuímos o suficiente para realmente colaborar com o elenco, otimizar o elenco, de quando um clube precisar de um zagueiro, outro precisar de um atacante, todo esse sistema global de identificação de talentos que temos, essa colaboração que é imprescindível num grupo multiclubes. Os departamentos de futebol estão no telefone uns com os outros o tempo todo como amigos, realmente se gostam. Eu mandei embora as pessoas que não colaboravam, hoje temos um grupo em que as pessoas confiam umas nas outras. Não podemos fazer isso no Crystal Palace, porque há muitos outros acionistas e um natural conflito de interesses.
É importante para os jogadores que estamos recrutando no nosso sistema que exista esses caminhos para qualquer lugar do mundo. Se você quer estar na América do Sul e ganhar títulos, ou se quer retornar para a América do Sul, nossas relações na Europa e Inglaterra são muito importantes. Estamos buscando adquirir um clube em que sejamos majoritários, também estamos abertos a clubes da segunda divisão que pensamos que possam subir. Você tem que ser um campeão para os jogadores antes de ser campeão para os torcedores. Quero dizer com isso é que jogadores precisam confiar em você, os melhores jogadores irão se juntar ao projeto, mais do que a um time. No futuro, quando você desenvolver uma reputação para cuidar dessas carreiras, você conseguirá melhores jogadores. Temos que resolver essa situação na Inglaterra.
Pensávamos que estávamos muito perto do Everton. Acho que provavelmente direi isso pela primeira vez publicamente agora. Faltavam 24 horas para enviar os documentos, mas eles estavam num processo de leilão com outro comprador. Às vezes você pode fazer muita coisa com um aperto de mão, outras vezes você precisa de mais do que um aperto de mão. E essa foi uma situação que perdemos porque confiamos demais no resultado. Eu cometo erros, o Everton não aconteceu e provavelmente há uma razão para isso. Acho que há razões para tudo e acho que vamos acabar encontrando uma situação melhor.
O futuro do Botafogo e os planos de Textor
Estou muito animado. Eu costumava viajar para a Argentina quando era mais novo, não pelo futebol, mas para jogar golfe. É um lindo país, com pessoas incríveis. Para mim é maravilhoso termos essa chance mais cedo do que esperávamos, com o Botafogo podendo fazer algo tão especial em Buenos Aires. Os argentinos são grandes torcedores e apoiadores do futebol. É uma grande oportunidade que temos, espero que nosso time faça o melhor para viver esse momento à altura.