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John Textor: Um Dia de Torcedor e Empresário no Estádio Nilton Santos

Como o acionista da SAF do Botafogo mistura-se à torcida e vive a cultura do futebol brasileiro

autorPor Thiago Guedes
Data Publicação:19/04/2024
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John Textor: Um Dia de Torcedor e Empresário no Estádio Nilton Santos
Foto: Reprodução

John Textor, acionista da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, tornou-se uma figura emblemática não apenas nos corredores corporativos, mas também nas arquibancadas. Sua presença no pré-jogo do Botafogo contra o Atlético-GO, demonstra sua afinidade e respeito pela cultura do clube e seus torcedores.

O Dia de John Textor: Entre a Torcida e o Tribunal

O encontro com os torcedores

Antes do início do jogo, Textor fez questão de participar do tradicional encontro de torcedores na "Barraca do Família", localizada na Rua Henrique Scheid, um ponto de encontro conhecido dos alvinegros. Acompanhado de amigos, o empresário aproveitou para saborear um espetinho de churrasco e tomar uma cerveja.

No STJD: Uma manhã de expectativas

Mais cedo, o dia de Textor começou com um compromisso menos informal: uma visita ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), onde enfrentaria um julgamento por declarações anteriores. Contudo, com um toque de humor, ele comentou sobre a possibilidade de suspensão, revelando depois que o julgamento fora adiado, permitindo-lhe assistir ao jogo tranquilamente.

Repercussão nas redes sociais

O comportamento descontraído de Textor rapidamente ganhou destaque nas redes sociais, com muitos torcedores postando fotos e vídeos ao lado do investidor. Seu modo de se integrar à torcida não apenas fortalece sua imagem como líder próximo do povo, mas também reforça a relação de confiança com a comunidade botafoguense.

Detalhes do Julgamento de John Textor no STJD

No Centro do Rio de Janeiro, a sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) foi palco de importantes discussões que influenciam diretamente o futuro de John Textor na gestão do Botafogo. Em uma sessão recente, o vice-presidente do STJD, Felipe Bevilacqua, trouxe à luz novos elementos que levaram ao adiamento do julgamento de Textor por mais uma semana.

Discussão Interna e Decisão Estratégica

Bevilacqua, após uma reunião privada com Textor e seus advogados, optou por uma abordagem cautelosa. Documentos confidenciais apresentados durante a reunião foram considerados cruciais para uma análise mais aprofundada do caso, apesar de, segundo Bevilacqua, não apresentarem novidades substanciais. Essa decisão reflete o entendimento de que a pressa pode comprometer a justiça do processo, especialmente em um caso que não exige resolução imediata.

Impacto das Decisões Passadas e Propostas Atuais

O auditor Mauricio Neves Fonseca, relator do caso, propõe uma punição significativamente mais severa para Textor do que a aplicada inicialmente. Enquanto a primeira decisão resultou em uma suspensão de 35 dias e uma multa de R$ 25 mil, Fonseca agora defende uma suspensão de 105 dias e uma multa de R$ 75 mil, reforçando a gravidade das ações de Textor perante o tribunal.

Perspectivas para o Futuro e Impacto no Botafogo

Esse adiamento pode ser visto como um fôlego temporário para Textor, permitindo-lhe continuar suas atividades junto ao Botafogo sem a iminência de uma suspensão. No entanto, a incerteza quanto ao resultado final do julgamento mantém uma sombra sobre suas futuras interações com a imprensa e ações no clube.

A Luta de John Textor Contra a Corrupção no Futebol

Combate à Manipulação de Resultados: A Missão de Textor

Na mais recente visita de John Textor ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o empresário norte-americano e acionista da SAF do Botafogo reafirmou seu compromisso em expor e combater a corrupção dentro do futebol brasileiro. Com declarações fortes e promessas de novas provas, Textor delineou sua estratégia para enfrentar o que ele vê como uma questão crítica na integridade do esporte.

Eu vou dar mais provas para a polícia nos próximos dias. Há mais jogos que vamos provar que foram manipulados e nem afetaram Botafogo. Eu também quero olhar para o comportamento dos nossos jogadores no último ano. Não tivemos qualquer evidência que nossos jogadores estiveram envolvidos. Mas eu sou diferente de Leila (Pereira, presidente do Palmeiras). Os jogadores dela não estavam implicados. Presidentes/donos de outros clubes vieram até mim e disseram: se nossos jogadores se comportaram de forma inadequada, queremos saber. Na maioria das vezes, os jogadores já foram para outros clubes quando alguém descobre isso.

Novas Provas a Caminho

Textor anunciou que em breve entregará mais evidências para a polícia, incluindo informações sobre jogos manipulados que, segundo ele, não afetaram diretamente o Botafogo. Essa abordagem não só visa limpar o nome do clube que representa, mas também fortalecer o esporte como um todo. Ele também expressou uma preocupação em verificar o comportamento de jogadores passados e presentes, enfatizando uma postura rigorosa contra qualquer irregularidade.

Eu estou dando mais evidência para a polícia e para o Senado. A corte esportiva precisa ter cuidado ao tomar para si processos que são adequados para persecução penal. Mas acho que achamos o equilíbrio de mostrar como essa evidência funciona e como essas ferramentas podem ajudar o esporte. Talvez tenhamos alcançado isso hoje com a minha visita. Eu quero gerir um clube de futebol. Não sou investigador (...) É como um olho no céu que vê qualquer milisegundo anormal e sabe quando algo fora do normal aparece. Se um árbitro ou um jogador acha que pode escapar com qualquer coisa agora, assista a “O Exterminador do Futuro”, do James Cameron. Essas coisas não podem acontecer mais. As máquinas estão tomando conta do mundo.

Essa é a pior pergunta. Eu entendo por que você perguntou. Mas as pessoas têm minimizado a Good Game. Como se fosse só um relatório. É uma metodologia incrível, que pelos últimos 10 anos é a que tem mais credibilidade no futebol. Eu continuo ouvindo na imprensa: “É só relatório da Good Game”. Quer saber? Entenda o relatório da Good Game! E cale a p… da boca! Quando as pessoas dizem que é só relatório da Good Game: Primeiro, não é tudo o que temos. Segundo, já seria suficiente. Por que as pessoas dizem isso?

A Tecnologia por Trás da Luta: "Good Game!"

Defendendo vigorosamente a metodologia da "Good Game!", Textor descreveu a plataforma como uma ferramenta avançada de inteligência artificial que monitora todos os aspectos de um jogo de futebol em tempo real. Comparando-a com referências cinematográficas como "O Exterminador do Futuro", ele destacou como a tecnologia tem potencial para detectar qualquer anormalidade quase instantaneamente, tornando impossível para árbitros ou jogadores manipularem resultados sem serem notados.

Eles trabalham para as principais entidades de administração. Eles monitoram em tempo real, ao vivo. É uma metodologia respeitada, que levou 55 pessoas à prisão. E agora está combinada com uma visão computacional”. Eu vou explicar a diferença da Sportradar e da Good Game. Com a Sport Radar, a empresa de apostas vem e diz que tem dados sobre volume de apostas em determinado jogo, essa ação está acontecendo nessa direção. Número 1: isso é indireto. Não tem acesso ao que acontece no campo ou no comportamento dos jogadores. Só diz que, talvez, a única razão pela qual as pessoas manipulam os jogos é por apostas. Mas isso é ridículo. As pessoas manipulam jogos porque querem ganhar campeonatos, porque querem que os times que amam ganhem campeonatos.

Críticas à Imprensa e Defesa da Integridade Tecnológica

Textor não poupou críticas à forma como a imprensa trata as revelações feitas pelos relatórios da "Good Game!", acusando-a de minimizar a credibilidade e eficácia da plataforma. Ele enfatizou que os relatórios são apenas uma parte de uma metodologia mais ampla e comprovadamente eficaz, que já resultou na prisão de 55 pessoas relacionadas à manipulação de resultados esportivos.

As pessoas manipulam jogos por razões fraternais, onde um clube ná Bélgica quer ajudar outro clube a evitar o rebaixamento. Eles foram para a cadeia por isso, três ou quatro anos atrás, a mesma coisa. Mas depois, tem a questão de apostas e do dinheiro. Bem, claro, isso acontece também. Mas quando Sport Radar e essas empresas colocam esses dados, isso é indireto. O que a Good Game faz é que eles literalmente assistem ao jogo. E eles faziam com as formas antigas. Então, a questão é se um jogador parou. Ele intencionalmente fez um passe errado? Bem, a probabilidade estatística é que ele vai muito fora dos margens. E combina tudo com um monte de outros jogadores que estão em situações de gols. Isso permite que eles peguem esses jogadores. E eles estão fazendo isso por dez anos. E agora eles estão tomando a visão do computador. Então, agora eles veem perfeitamente.

Então, quando alguém diz que é só o relatório da Good Game.. bem, eles leram os relatórios? Porque o relatório de jogo de nível 3 tem anos de experiência. Você pode ir para a tribunal, é admissível. Você tem que ter a credibilidade do testemunho, a credibilidade do método e a evidência específica. É por isso que eles são 100% sucessivos, eles nunca foram provados errados na corte. Então quando alguém diz que você “tem apenas os relatórios da Good Game”, é melhor você saber do que você está falando quando você usa isso em algum programa de TV para minimizar essa tecnologia. Porque você vai estar no lado errado da história e você vai parecer um idiota.

John Textor na CPI das Apostas Esportivas

Preparativos para uma CPI Histórica

A CPI das Apostas Esportivas, após definir seu plano de trabalho nesta quarta-feira, marcou um novo capítulo na investigação sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro. A comissão, liderada por figuras notáveis como o senador Jorge Kajuru e o relator Romário, prepara-se para ouvir John Textor, o acionista majoritário da SAF do Botafogo, já na próxima segunda-feira. A expectativa é que Textor, uma figura central nas denúncias de corrupção no esporte, traga novas informações que possam fortalecer os trabalhos de investigação.

A Esperança dos Senadores

Os membros da CPI expressaram confiança no potencial de Textor para enriquecer as investigações. O presidente da CPI, Jorge Kajuru, destacou a importância de ouvir alguém com acusações tão sérias e substanciais, esperando que Textor apresente evidências ainda não reveladas que possam impulsionar o processo. A presença de Textor é vista como crucial para iniciar a CPI com impacto significativo.

A Lista de Convocações da CPI

Além de John Textor, a CPI planeja ouvir uma série de outras figuras importantes no mundo do futebol e da administração pública, incluindo os presidentes do São Paulo, Julio Casares, e do Palmeiras, Leila Pereira, bem como o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. Essas convocações refletem o amplo escopo da investigação, que pretende abordar todas as facetas possíveis da manipulação de resultados e corrupção nas apostas esportivas.

Compartilhamento de Informações Cruciais

A CPI também aprovou pedidos de compartilhamento de informações com diversos órgãos, incluindo o Ministério Público de Goiás, do Distrito Federal e Territórios, do Ceará, além da Polícia Federal, CBF e a empresa Sportradar. Essas medidas são essenciais para consolidar a base de dados e evidências que a CPI utilizará para entender melhor a extensão da corrupção no futebol brasileiro.

Compromisso com Resultados Concretos

Kajuru assegurou que a CPI não terminará sem resultados concretos. Com uma linguagem carregada de determinação, ele prometeu que a comissão "suará a camisa" para combater a corrupção e garantir que o futebol brasileiro mantenha sua credibilidade. A ameaça de consequências severas para aqueles que mentirem durante os depoimentos reforça o tom sério com que a CPI pretende conduzir suas investigações.

Expectativas para o Depoimento de John Textor

A participação de John Textor na CPI é aguardada com grande expectativa, tanto pelo público quanto pelos membros da comissão. Sua disposição em expor práticas corruptas e sua visão sobre a manipulação de resultados podem ser decisivas para o avanço das investigações. Com a CPI programada para começar seus trabalhos ouvindo um dos mais vocais críticos da corrupção no futebol, o cenário está preparado para revelações significativas que podem mudar o curso do futebol brasileiro.

Controvérsias e Confrontos

Críticas à Sportradar e Apoio à Good Game!

John Textor, durante seu comparecimento no STJD, não só teve seu julgamento adiado devido à apresentação de novos elementos, mas também aproveitou para expressar sua insatisfação com a Sportradar, a empresa contratada pela CBF para detectar manipulações. Segundo Textor, a abordagem da Sportradar é insuficiente e não alcança a profundidade necessária para identificar corretamente as manipulações, algo que ele afirma ser capaz com os relatórios da Good Game!. Textor defende que esta última possui uma metodologia mais confiável e avançada, comparando suas capacidades de vigilância à tecnologia de ficção científica, onde "um olho no céu" tudo vê.

A Polêmica com Leila Pereira

A disputa verbal entre John Textor e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, também ganhou destaque. Textor criticou a contradição nas declarações de Pereira sobre a manipulação de resultados, apontando para sua celebração como chefe da delegação da Seleção Brasileira na última data Fifa, uma posição que parece incoerente com suas declarações públicas. Textor expressou sua frustração com o tratamento que recebe em comparação com outras figuras do futebol brasileiro, destacando a proximidade de Pereira com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, em contraste com seu próprio relacionamento distante.

Desdobramentos Judiciais

Enquanto isso, o processo legal em que Ednaldo Rodrigues acusa John Textor de calúnia por suas declarações após a derrota para o Palmeiras no Brasileirão-2023 está estagnado. A recente decisão de um promotor de se afastar do caso devido a sua afinidade com o Botafogo adiciona outra camada de complexidade ao caso, refletindo os desafios enfrentados por Textor em sua cruzada contra a corrupção no futebol brasileiro.

Expectativas para o Futuro

Este cenário prepara o terreno para o próximo capítulo nas tentativas de Textor de limpar o futebol brasileiro. Sua participação iminente na CPI das Apostas Esportivas é aguardada com grande expectativa. A comissão espera que ele apresente provas convincentes que possam não apenas fortalecer as investigações, mas também fornecer um caminho claro para reformas significativas no esporte.

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Por Thiago Guedes

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