Por Thiago Guedes
O Internacional, já garantido na Sul-Americana e sem ameaça de rebaixamento para a Série B, enfrenta um dilema na derradeira rodada do Brasileirão. Enquanto a partida contra o Botafogo pouco impacta os gaúchos, para os cariocas é crucial. O confronto entre Botafogo e Internacional, na noite desta quarta-feira, ganha contornos decisivos no cenário da luta pela vaga direta à Libertadores.
Fogão e Grêmio disputam acirradamente a oportunidade de ingressar na Libertadores do próximo ano. Uma vitória do Botafogo sobre o Internacional, somada à derrota ou empate do Grêmio diante do Fluminense, pode direcionar a tão almejada vaga do G-4 aos cariocas.
Colunistas debatem: Internacional faz corpo mole ou não?
O dilema instigante instaurado incitou debates acalorados entre os torcedores e colunistas colorados. Enquanto alguns sugerem que o Inter deveria moderar seu esforço contra o Botafogo, visando possivelmente prejudicar o Grêmio, outros defendem a importância de buscar a vitória e encerrar a temporada em alta na tabela.
Lelê Bortholacci, colunista, enfatiza a inexistência de motivos para o Inter se envolver na situação do rival, ressaltando a evidente inaptidão do Botafogo e a determinação de Eduardo Coudet em vencer.
Já Luciano Potter lembra aos gremistas que a possível exclusão do Grêmio da fase de grupos da Libertadores 2024 seria resultado do próprio fracasso tricolor no Rio, destacando a dificuldade do embate para o Inter.
Vini Moura, por sua vez, rejeita a ideia de negociar a vitória em função dos interesses do rival, enfatizando a responsabilidade do Inter em oferecer uma última performance convincente para sua torcida.
Aspecto financeiro conta
Apesar da especulação sobre um possível "corpo mole" do Internacional para prejudicar o Grêmio, a rivalidade parece ceder espaço para outras considerações. O fator determinante é a premiação do Campeonato Brasileiro. Atualmente na nona posição, o Internacional poderia garantir R$ 28,6 milhões, mas uma queda para o 11º lugar significaria uma redução para R$ 20,5 milhões.
O aspecto financeiro coloca em perspectiva a relevância do confronto contra o Botafogo. A diferença de R$ 8,1 milhões entre a nona e a 11ª colocação é significativa, podendo impactar diretamente nos recursos do clube. Isso é equivalente, por exemplo, ao montante investido na contratação do goleiro titular, Sérgio Rochet, pelo Nacional-URU.
Dentro desse contexto, o embate entre Internacional e Botafogo ganha uma dimensão mais ampla do que apenas rivalidade. O valor em jogo vai além das fronteiras do campo e transcende a disputa entre clubes. O clube gaúcho se vê diante da decisão de perseguir a melhor posição na tabela, independente das consequências para o rival, ou garantir um montante considerável em premiação.
Diante do cenário, o embate não se resume a um simples jogo de futebol, mas a um verdadeiro dilema que confronta o Inter: buscar a vitória para fortalecer sua posição financeira ou ponderar os interesses além da rivalidade e, quem sabe, influenciar a classificação do seu arquirrival na reta final do Brasileirão-2023.
Enquanto a bola rola nos gramados, a decisão transcende as quatro linhas e carrega consigo não apenas a paixão pelo futebol, mas também as implicações financeiras que podem moldar o futuro do Internacional.
Afinal, em um jogo onde as estratégias se misturam entre o campo e os números, qual será o veredito final do Colorado?
A resposta, no fim das contas, será escrita no gramado, mas ecoará por muito tempo nos corações e nos cofres do Internacional e do futebol brasileiro como um todo.
Por Thiago Guedes
