Por Thiago Guedes
Sob o comando interino de Fabio Matias, o Botafogo se prepara para uma das últimas partidas antes da chegada do técnico português Artur Jorge. A liderança temporária de Matias tem sido marcada por vitórias e um um ótimo desempenho, culminando na conquista da Taça Rio-2024 contra o Boavista e garantindo a equipe na Copa do Brasil de 2025. Este domingo, no Estádio Nilton Santos, o Botafogo enfrentou o Boavista pela Taça Rio, uma partida simbólica para Matias, que apesar de estar de saída, mantém o foco na continuidade do sucesso do time.
Estratégias e Retornos Importantes
Com um olhar estratégico sobre o elenco, Matias confirmou Luiz Henrique como titular, planejando colocar Jeffinho durante o jogo, enquanto outros jogadores recuperados aguardam confirmação para retornar ao campo. A vitória recente sobre o Boavista não apenas selou o bicampeonato da Taça Rio para o Botafogo mas também marcou o retorno de jogadores chave como Patrick de Paula e os atacantes Jeffinho e Luiz Henrique, ampliando as opções para a equipe.
Sobre a questão do resultado, temos que valorizar o jogo, ter nível de concentração alto. É uma final. Quando tem essa responsabilidade, não pode deixar nada atrapalhar em relação a foco. É um dos objetivos que trabalhamos. É lógico que o resultado nos favorece a pensar outros tipos de movimento, planificamos essa volta da data-Fifa para termos o máximo possível de jogadores retornando do departamento médico. Temos que ter cuidado, para que não ultrapassem limites em parte física e questões de jogo, porque alguns estão há muito tempo sem jogar. Mas é importante ter esses atleta de voltas, têm potencial alto para ajudar esse grupo (...) Não geramos expectativas em todos em relação a entrar no jogo, a ideia de trazer é para se ambientar ao modelo, à ideia. Estão dando respostas positivas nos treinos. Inicialmente temos o retorno do Luiz Henrique e teoricamente tem o Jeffinho, dois caras em processo de construção física mais adiantados hoje. Sem criar expectativas de quem entra e quem vai sai, vamos focar no resultado do jogo.
Hoje temos cinco ou seis aí que talvez estejam entre os melhores meio-campistas do país. Para quem quiser chegar em alto nível e conquistar algo, sabemos que são competições difíceis, em que você precisa ter uma ideia para cada jogo, usamos esse espaço para deixar os atletas quentes e preparados para jogar esses jogos decisivos. É um time que foi construído através de uma rede de scouting muito importante. Temos que enaltecer a qualidade dos jogadores hoje. Um clube que quer ser campeão brasileiro, chegar forte nas outras competições, tem que ter no mínimo 24 jogadores de alto nível, dois ou três por posição. Quanto mais jogadores de nível, melhor.
Preparação para a Libertadores
Com a fase de grupos da Libertadores no horizonte, Matias não perdeu tempo e conduziu treinos focados com os titulares não relacionados, visando a estreia contra o Junior Barranquilla. As finais da Taça Rio foram utilizadas como um campo de preparação, mostrando a seriedade com que Matias encarou cada momento de sua liderança interina.
Tudo que a gente construiu foi relacionado à questão da Libertadores. Quando a gente vai para o jogo do Boavista lá foi para ter dias de treinos, mas para transferir situações de jogo. Tivemos uma situação facilitada no segundo jogo pelo resultado. Nosso plano era zerar o departamento médico e dar ritmo de jogo a esses jogadores, então é um processo de organização interno que conseguimos executar. Quanto mais jogadores bons tivermos, melhor somos. Vejo como acréscimo. Quanto mais dúvidas tivermos, melhor. Temos 24 atletas de nível alto, isso hoje faz você ter condição de brigar por título, e mais de um. Não vejo problema, vejo como solução.
Um Legado de Vitórias
Fabio Matias, questionado sobre deixar o cargo com o "dever cumprido", rejeita essa terminologia mas não esconde o orgulho pelo desempenho invicto sob seu comando: oito vitórias e um empate em nove jogos. Sua gestão, mesmo que temporária, será lembrada por um período de recuperação e integração de jovens talentos, além da importante recuperação de jogadores lesionados, fundamentais para o fortalecimento do elenco.
O trabalho continua, independentemente de estar à frente como treinador. Nunca é um dever cumprido, é uma obrigação nossa como profissional entregar da melhor forma possível. Eu tenho que dar suporte a quem vem. Com todos os percalços que tivemos, tivemos um início de ano bom. Olha quantos meninos jogando… Isso é o que mais vale. Tivemos um lateral-esquerdo hoje, o Devid, tiramos ele da Dallas Cup para jogar a Taça Rio, olha o quanto de ganho esse menino teve (...) Dever cumprido é aquelas coisas que você entrega, vira as costas e larga. Eu não consigo ser assim. Minha forma de ser é ajudar, precisamos ajudar para que todos andem juntos. Hoje temos dois profissionais da base, o Lucas (Barbosa) auxiliar e o Raphael (Rocha) auxiliar de preparação física, que também vieram do processo de formação. Além de formar jogadores, estamos formando profissionais dentro do clube. Isso é ótimo, porque vamos ter profissionais que conhecem o DNA do clube, que amam o clube.
John (Textor) está muito feliz com o que está sendo feito, o Alessandro (Brito, head scout) é nosso interlocutor principal nas conversas. John tem a confiança. Se ele não tivesse confiança, não ficaríamos tanto tempo à frente. Sem sombra de dúvidas, é um voto de confiança (...) Tudo relacionado a quem vai vir a melhor pessoa para responder é o John (Textor), está tudo na mão dele. Sou funcionário do Botafogo. Eu trabalho para o Botafogo. Trabalhei para fazer o melhor pelo clube. Nosso estafe permanente sustentou muito bem. Temos quarta-feira e temos que entregar quarta-feira muito bem. Posteriormente, quem vai responder essas perguntas é o John. Eu não o elogio por conveniência, é um cara acima da média. A decisão cabe a ele.
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