Botafogo x Internacional se enfrentaram no sábado, no Estádio Nilton Santos, com o Glorioso vencendo de virada por 3 a 1. A equipe de Bruno Lage segue 100% em casa e agora tem 13 pontos de vantagem na liderança do Brasileirão.
Abaixo, veja o que a mídia anda falando do Botafogo por aí.
Comentaristas analisam momento do Botafogo
Veja algumas opiniões de comentaristas sobre o momento vivido pelo Glorioso na temporada.
André Loffedo, TV Globo
O primeiro tempo do Inter foi melhor, mas o segundo tempo do Botafogo foi sensacional. Acho que ninguém para o Bota. Lucas Fernandes foi o substituto do Tiquinho, com Eduardo mudando de posição. Matou um pouco o jogo do Eduardo, jogador importantíssimo, e lá atrás o Botafogo teve problemas. O maior foi que o supergoleiro do campeonato, o melhor da competição, falhou. Rochet fez defesas importantíssimas quando o Botafogo cresceu no primeiro tempo.
O gol de empate veio já com a modificação, entrada do Janderson e retorno do Eduardo ao meio. O Botafogo buscou empate e virou com um gol contra após jogadaça do Hugo. Quando o Inter tenta reação, Lucas Perri está mais seguro, o Botafogo tem velocidade e contra-ataques, faz jogada linda, Luis Henrique faz o 3 a 1. Jogada de futebol que encanta. E o Botafogo vai ter Diego Costa, jogador internacional, contratação fortíssima.
Pedrinho, SporTV
A distância é muito grande, tem tudo para ser (campeão), não só pela diferença na pontuação, mas pelo desempenho. O segundo tempo foi espetacular. Lógico que alguns movimentos fizeram isso acontecer. Empurrar o Eduardo para a frente em uma necessidade não tem problema, mas quem vai fazer a função dele? Lucas Fernandes fez bom jogo, mas a característica é diferente. Quando traz Eduardo para o meio, jogador de construção e poucos passes, ataca de trás, vê de frente, entra no espaço, tem capacidade enorme. Janderson entrou muito bem, é promissor. É um Botafogo em que é muito nítida sua identidade, a velocidade pelos lados. Lage gosta que um dos beiradas seja um meia/ponta, como foi o Gustavo Sauer, que é bom jogador. Mas a essência desse Botafogo é a velocidade pelos lados. Quando teve, com o pé bom favorecendo, acelerou o cruzamento. No segundo tempo, fez a melhor partida em todos os aspectos do jogo, pressão pós-perda, finalização, abafando, recuperando bola, usando lados, atacando espaços. Foi preciso no segundo tempo.
Carlos Eduardo Lino
O Botafogo não contou com Eduardo no primeiro tempo, porque o melhor Eduardo da temporada é o do meio-campo. Bruno Lage vai começar a compreender mecanismos do Botafogo, não tem como mudar. Por mais que queira cara que articule pelo lado, como Sauer, para tocar, se aproximar do jogo de centro, ter mais posse, não é esse o Botafogo. Até evoluiu nisso, consegue ter mais posse de bola, circular mais, mas o Botafogo que conhecemos e aprendemos a gostar é agressivo, de lado de campo. Quando Coudet acordou e colocou mais um zagueiro, já era, o Botafogo já tinha resolvido.
PVC, UOL
O Glorioso primeiro turno do recorde venceu os desfalques, a perda de Luís Castro e a incredulidade de nós, críticos. O melhor turno da história do Brasileirão merece respeito e análise cuidadosa. Não, o campeonato não terminou e ainda não tem um vencedor. Mas vai ser difícil tirá-lo da galeria de troféus de General Severiano.
Eric Faria, Twitter
Segundo tempo de manual. De almanaque. Teve tática. Teve bola. Teve alma. Teve espírito. A sinergia entre time e arquibancada só aumenta. 100 por cento em casa. São muitos motivos pra deixar o torcedor orgulhoso. O Botafogo escreve uma história espetacular no Campeonato Brasileiro.
Maurício Noriega, Band
É a melhor história desse campeonato, não sei se vai ser campeão, provavelmente será, porque merece. Todo mundo sabe o que tem que fazer, joga com entusiasmo, joga pela história. Vou destacar um cara, que para mim é que faz funcionar o time do Botafogo. É o Eduardo. Há algum tempo evito falar volante ou meio, falo meio-campista, é um cara que tem que fazer todas as funções. Ele faz muito bem. Participa do gol, faz o Botafogo funcionar. Tem outros grandes jogadores, como Tiquinho, Adryelson, Lucas Perri. Tem a questão do gramado, melhor ter sintético bom que gramado natural horroroso como do Maracanã e Mineirão, o jogo fica mais rápido, os caras se adaptam, é fácil jogar com velocidade, jogar no chão. O Luís Castro deixou o time prontinho para quem pegasse. Trabalha com bola no chão, cria jogadas, tem muita movimentação, o Tchê Tchê mesmo. Dá gosto de ver jogar. Marlon Freitas estava no Atlético-GO, já jogando muito, temos que reconhecer isso no Botafogo, na hora de contratar.
Rodrigo Coutinho, SporTV
Não sou empresário do Marlon Freitas, mas se você pega a origem dos dois gols do Botafogo (os primeiros na vitória sobre o Internacional), ele acha uma solução rápida com passe vertical, lançamento ou inversão, que clareia a jogada. É impressionante o que está jogando. A jogada rápida só é possível porque a iniciação dos ataques é com passe que clareia o lance, o que possibilita que o jogador que recebe tenha tempo e espaço para acelerar.
E sem o melhor jogador (Tiquinho Soares). Além de ser referência técnica, ao lado do Eduardo, tem jeito de jogar que faz parte do que é o Botafogo. Janderson é um jogador diferente, embora tenha atraído e dado o passe no primeiro gol.
Carlos Eduardo Mansur
De novo é um daqueles momentos que o adversário não consegue acompanhar o ritmo que o Botafogo impõe em casa, especialmente em determinados passagens do jogo, que terminam sendo suficientes para construir o resultado. Nesse período, os jogadores se acham facilmente, a bola anda rápido, é um nível físico grande, competitividade enorme. É muito impressionante.
Walter Casagrande JR, UOL
Vai ser a primeira vez que vou ver isso. Esse Campeonato Brasileiro vai ter dois times dando volta olímpica. Porque o segundo colocado tem que dar volta olímpica! O Botafogo já era, a briga pelo segundo lugar está intensa. O time que ficar em segundo lugar tem que dar a volta olímpica, porque vai ter sido o campeão do campeonato normal (risos). O campeonato do Botafogo é anormal, é diferente, totalmente fora da curva. Até acho que algum time pode fazer um segundo turno fantástico, mas só vai jogar uma vez contra o Botafogo. Se esse time ganhar do Botafogo e o Botafogo ganhar todos os outros, não vai adiantar nada.
Renato Maurício Prado, UOL
O Botafogo está passando por todas as dificuldades, a última foi a lesão do Tiquinho Soares. Gente, o Botafogo já é campeão brasileiro! Não tem como não dar certo. O time está superbem armado, motivado… Pode até perder para o Palmeiras no returno, mas vai tirar 13 pontos? O Botafogo não dá nenhum sinal de fraqueza, essa é a questão.
Fez um turno inteiro 100% no próprio estádio, no tapetinho. Tanta gente critica, mas o tapetinho do Botafogo é um dos melhores lugares para se jogar futebol hoje em dia, a bola rola redondinha. É inclusive superior ao do Allianz Parque. Eu não vejo como o Botafogo perder esse título, sinceramente. A emoção toda está na disputa pelo segundo lugar, que eu acho que vai dar Palmeiras.
André Risek, SporTV
Uso o termo “insecável”. Todos os motivos que poderiam achar para opinar que o Botafogo não sustentaria a campanha ao longo do turno foram caindo por terra. No sábado, especificamente, era o “quando tiver um revés”, teve falha bizarra do Lucas Perri e não se abalou. A “mudança de técnico vai derrubar”, de fato o Botafogo mudou com Bruno Lage em relação ao Luís Castro, usa mais o elenco que o antecessor, faz mais alterações durante os jogos, o time arrisca mais, é menos seguro e mais ofensivo. O Botafogo mudou com o novo técnico, não perdeu competitividade.
A janela podia dar esperança para o secador, os jogadores mais experientes, pinçados por já terem feito fortuna, ficaram, e quem despertou interesse o Botafogo cobriu, como Perri e Adryelson, com potencial de Seleção Brasileira. John Textor cobriu a proposta, o Botafogo vai escolher quando saem, deve ser em janeiro par o Lyon. “Quando alguém se machucar vai fazer falta”. No primeiro jogo sem Tiquinho Soares, o time se saiu bem. Agora chega o Diego Costa, que de fato no Galo não teve grande ambiente, mas foi bem útil para jogar no lugar ou com Hulk. Tem tudo para ser importante no Botafogo. Está difícil encontrar motivos para achar que vai derrapar.
Jader Rocha, SporTV
A cada rodada vou tentando encontrar um adjetivo diferente para definir, o que é o Botafogo nessa atual temporada, por que está desse jeito, o que explica a campanha? É difícil encontrar um objetivo. Hoje é um time encantado. Porque arrumou um jeito de jogar, não abre mão dele, está se mostrando no caminho certo. A cada jogo faz uma partida de exibição para sua torcida. Mostrando que, quando as peças se encaixam e o modelo de jogo facilita, é possível ser campeão dessa maneira. Defino como time encantado e de futebol exuberante.
Paulo Nunes
Fiquei empolgado demais o último jogo, o segundo tempo então… O treinador demorou a entender a essência do time, que sabe usar muito o gramado, o campo, tem ideia clara, os jogadores estão imbuídos, sabem o que têm que fazer. Não fez mau primeiro tempo, mas não foi o Botafogo que todo mundo conhece, com jogadores de velocidade, transição rápida, muita qualidade técnica, potencializada pelo jogo coletivo. O Inter fez grande jogo, um primeiro tempo que me chamou muita atenção, no segundo sentiu também pelo desgaste do jogo com o River Plate, mas o Botafogo se impôs como time que quer ser campeão.
Gilmar Ferreira, Extra
No dia do seu aniversário de 119 anos o Glorioso fez bonita festa com mais de 40 mil torcedores no Nilton Santos e brindou a todos com um futebol digno de campeão. O time montado por Luís Castro e hoje treinado por Bruno Lage fechou o turno com 47 pontos na melhor campanha desde 2006, superando o Corinthians de 2017 no número de vitórias (15 a 14). O Botafogo venceu os dez jogos que disputou em seu campo de gramado artificial, perdeu apenas duas partidas como visitante e é o único a registrar média de menos de um gol sofrido por partida – 11 em 19 rodadas. Já merecia um troféu…
Por Thiago Guedes
