Por Thiago Guedes
Botafogo perdeu para o Goiás em jogo válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. Após uma sequência de cinco vitórias consecutivas na competição, o time de Luis Castro acabou perdendo a sua série invicta de 15 partidas e os 100% do Brasileirão.
Após o resultado negativo fora de casa, a imprensa repercutiu o resultado do jogo. Vale lembrar que mesmo com o resultado negativo, o Botafogo permanece na liderança isolada do Brasileirão.
Imprensa analisa Goiás 2x1 Botafogo
O Botafogo perdeu a sua invencibilidade e os 100% de aproveitamento no Brasileirão 2023 após perder para o Goiás, na Serrinha, por 2 a 1. Na coletiva pós-jogo, Luís Castro conversou com jornalistas e falou sobre suas impressões sobre o resultado.
Comentaristas analisaram o resultado do jogo. Veja abaixo alguns destaques de jornalistas e comentaristas após a partida deste domingo.
André Loffredo
Quando fiz a apresentação do campeonato, pegamos os destaques, quem podia ser artilheiro. Tem Gabigol e Pedro, tem Cano, Pedro Raul disputou artilharia ano passado, Tiquinho Soares estava na lista porque tinha condição de desenvolver esse número de gols no campeonato. Tem muito gol de pênalti também, mas aí o time tem que estar na área e produzir, ele bate muito bem, dificilmente dá chance ao goleiro. E vai além do gol. Tirando o Pero Raul, todos vão, com boa participação no jogo. Nesse especificamente (Tiquinho) nem tanto, mas em geral sim. Sobre o Botafogo, poderia ter conseguido seis vitórias seguidas, seria um recorde nos pontos corridos. Poderia ser um bom indicativo. Mas o Botafogo jogou abaixo do que vinha jogando, de maneira frustrante até.
André Risek
Quero pedir um quilômetro de pano para a produção, porque quero passar muito pano na derrota do Botafogo. O Botafogo perdeu os 100% ontem em Goiás, mas o quão grave é isso? Queria creditar essa derrota a um jogo muito físico. Não vi o Botafogo jogando mal. O Goiás se impôs na raça, com um jogo muito físico, de muitos cruzamentos.
Sergio Xavier Filho
Não vou falar de passar pano, mas temos que analisar o Botafogo não como uma potência com o Manchester City, que vai ganhar todos os jogos seguidos. Essas vitórias do Botafogo não foram todas iguais, teve jogo muito bom, mas outros nem tão bons assim. O Botafogo teve um pouco de felicidade nesses jogos, digamos assim. Ontem era para ter liquidado no primeiro tempo. Entrou dormindo no segundo tempo, o Goiás dominou e mereceu. É um resultado realmente normal.
Fernando Campos
Tem que dar mérito ao adversário. O trabalho do Luís Castro é maduro, estamos falando do líder, oscilações vão acontecer, o Botafogo vai perder. O Goiás foi bem, foi ganhando confiança, é um time que se encaixa bem, conseguiu marcar bem o Eduardo, que não foi aquele jogador com a capacidade de criação que estamos conseguindo enxergar. Mostrou organização também para frear o ímpeto ofensivo dos pontas e foi mais eficiente quando teve as oportunidades. O Goiás é um time bem correto, já mostrou isso na Sul-Americana. Estou muito na linha do Luís Castro. O trabalho é muito bom, ainda é o líder e está acima da expectativa, não apontávamos que o Botafogo seria o líder nessas primeiras rodadas. Eu ainda acho que é um candidato à vaga na Libertadores, o que já seria um resultado excepcional. Acho essa uma visão mais realista pensando em longo prazo e administração do elenco em várias competições.
Celso Unzelte
Será que existe frustração do bem? Se existir, essa é. É a frustração em cima de tudo que você já fez de bom. Não está frustrado porque jogou mal ou foi amassado. Está frustrado porque estava 100%, porque saiu na frente e tomou a virada. Vejo o Botafogo sem perder o ímpeto, o ânimo. É bem o que falou o Luís Castro: não é o fim do mundo. O Botafogo não perdeu todo o seu bom futebol de uma vez. Não foi uma atuação catastrófica. O Goiás é um time subestimado, dá trabalho em casa. O Palmeiras goleou, mas em casa o Goiás é bem mais forte, e ontem mostrou isso contra um Botafogo empolgado, ainda líder. É um canequinha de água fria no torcedor. O Botafogo não jogou tão mal assim, não é um jogo para se jogar fora. Sai na frente, depois tem muito de mérito do Goiás, que soube se impor. Talvez tenha feito menos do que vem fazendo, mas o próprio botafoguense sabe que não é um time perfeito, não é um time pronto e acabado.
Pedro Ivo Almeida
Não foi uma boa atuação coletiva do Botafogo desde o início. Fiquei me questionando com a situação de Copa do brasil, o que vem pela frente, com clássico pesadíssimo sábado… É em algum momento um Botafogo cansado, que sentiu. Vinha rodando, trocando a dupla de volantes. Ontem achei que um time que é muito físico, que compete muito, vinha sendo superior, no segundo tempo não parecia estar naquela iminência de empatar. Faltou inspiração, o que é normal, ninguém vai jogar bem as 38 rodadas. Senti um time cansado também.
Zé Elias
Temos um campeonato muito difícil esse ano. O Goiás vai tirar muitos pontos, vai incomodar demais. O Botafogo joga um jogo muito físico, mas o Goiás também é essa característica, rouba a bola e sai em velocidade, joga um bom futebol. Muita coisa vai acontecer ainda na competição.
Gilmar Ferreira
Tenho me dedicado a pesquisar seus discursos e a tentar entender seu trabalho e quanto mais me aprofundo, mais encantado fico com a retidão e a coerência dele. Uma das passagens mais significativas foi o depoimento transcrito para o “The Coaches Voice” (“A voz dos treinadores”), no ano passado. Foi quando o português falou sobre seu desafio de dar ao Botafogo não apenas um time competitivo, mas uma estrutura capaz de se desenvolver. Expressava a preocupação com o lado humano dos profissionais, e ressaltava o quanto o jogo de futebol no Brasil é influenciado pela emoção. Confesso que vejo Luís Castro já tão identificado com as causas do Botafogo que por vezes me ele faz lembrar do gaúcho Valdir Espinosa. Mas a essência de seu discurso profissional, com foco no bem-estar social do indivíduo, me faz enxergar traços de Paulo Autuori. Por coincidência, técnicos nas conquistas mais emblemáticas da recente história do clube.
Por Thiago Guedes
