Por Thiago Guedes
O Botafogo venceu o Palmeiras por 1 a 0 no Allianz Parque, pela 12ª rodada do Brasileirão. Com o resultado, o time abriu 7 pontos de distancia para o segundo colocado, que hoje é o Grêmio.
Após a partida, alguns comentaristas analisaram o grande resultado do Glorioso.
Comentaristas analisam vitória do Botafogo
Veja abaixo alguns comentários de jornalistas e comentaristas após a vitória heroica do Botafogo contra o Palmeiras, em São Paulo.
Martín Fernández, SporTV
Foi um duelo tático vencido pelo Luís Castro. O Botafogo jogou de maneira confortável, o Palmeiras não. No segundo tempo, conforme foi passando o tempo, o Palmeiras foi se desarrumando, atacando de maneira menos organizada. As melhores chances, tirando o pênalti, foram do Botafogo. Teve contra-ataque desperdiçado pelo Victor Sá, que se o Raphael Veiga faz o gol de pênalti estaríamos analisando minuciosamente. Foi consciente, mas tirou um pouquinho demais. O gol do Tiquinho foi de perna esquerda, o que não é tão comum, em fase com confiança lá em cima. O Palmeiras deu certo azar, Gustavo Gómez rebate, Zé Rafael comete erro que não está acostumado, sai o gol.
Alexandre Lozetti , SporTV
O que me impressionou no Botafogo foi a forma que conduziu o jogo podendo explorar o que tem de melhor, suas principais valências. Pressionou pouco no primeiro tempo, mas foi compacto, dificultando o jogo entre linhas, que é o forte do Palmeiras. Obrigou o Palmeiras a procurar os lados e se defendeu bem, Rafael fez jogo imenso. Obrigava a cruzar, tinha os dominantes Adryelson e Cuesta. Quando a bola sobrou no pé do Tiquinho, fez esse golaço. O time melhorou com Segovinha, que joga mais com a bola no pé. Percebi no Botafogo que sempre tentava ter duas opções de passe e construir triângulos. O Palmeiras não fez jogo ruim, mas o Botafogo não saiu do jogo. Só quando saíram dois dos principais jogadores, Rafael e Tiquinho, aí rezou para acabar o jogo. Não fico fazendo projeção para o Botafogo, é impossível vislumbrar o futuro. Se não é encantador pela estética, é pela convicção, encontrou maneira de jogar que explora bem seus jogadores
André Loffredo, TV Globo
Realmente, é uma campanha surpreendente, porque o time tem bons elementos, é bem dirigido, mas ninguém esperava que nesse momento teria sete pontos de diferença e enfrentasse o Palmeiras quebrando sequência de 31 jogos de invencibilidade. Em 2022, o Botafogo levou 25 rodadas para fazer 30 rodadas, esse ano estamos na 12ª. Que campanha. É campanha de campeão, de liderança consistente. Time que joga firme, não tem receio de qualquer adversário. O Palmeiras é um dos melhores da América do Sul, quase invencível em seu estádio, o Botafogo jogou com tranquilidade, como se estivesse frente ao seu torcedor, aliás boa torcida lá, fazendo festa no final. Tem defesa segura, com Lucas Perri, Adryelson jogando demais, Victor Cuesta também, foi segurando até surgir oportunidade. Surgiu com Tiquinho Soares, belo gol. É artilheiro do campeonato e um dos melhores jogadores, se não o melhor da competição. O Palmeiras teve um gol anulado e quando chegou o Perri mostrou segurança. Já o Botafogo teve chance em contra-ataque, correu risco no pênalti que Veiga chutou para fora e saiu vencedor do estádio do Palmeiras, tirando invencibilidade de mais de um ano. Superlíder, liderança que deve ser administrada nas próximas rodadas.
Pedrinho, SporTV
Está acontecendo o que ninguém esperava, o Bot ser competitivo em ano que vem de reformulação da última temporada para essa, a segunda janela foi muito certeira, Luís Castro passou por momento muito turbulento para nós, porque para John Textor parecia estar tudo normal. Permaneceu no cargo e está dando resposta. Seria importante competir, mais que isso, está conseguindo sobressair. Hoje baixou linhas, por natureza se sente muito confortável jogando em transições ofensivas, fez isso com maestria, principalmente no segundo tempo.
Pedro Moreno, SporTV
Hoje o Botafogo conseguiu atingir uma regularidade, uma solidez, que não indica que não possa brigar. Essa discussão não cabe fazer agora, ou fazer previsão se vai ser campeão ou não. Nesse momento, na 12ª rodada, é disparado o melhor time do Campeonato Brasileiro.
O Botafogo no futebol brasileiro é a equipe que melhor consegue se adaptar a diferentes tipos de adversário. No jogo de hoje, baixou as linhas para acionar os atacantes em velocidade e já mostrou, quando enfrenta equipes mais recuadas em casa, que tem qualidade para construir
Carlos Eduardo Mansur
Pelo menos entre os favoritos, se não o favorito, o Botafogo tem que estar. São sete pontos na frente. Qual é o grande teste que eu posso submeter um time para ver se é sustentável ou não? É enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque, e eles venceram e fizeram um grande jogo.
No intervalo, minha sensação era de que o que o time havia feito não era sustentável, ofensivamente havia produzido muito pouco. Mas, no segundo tempo, o Botafogo teve 25 minutos de muito bom nível. O Rafael ganhou muitos duelos num jogo que era muito difícil para ele, por ter sido um atleta que passou por lesões, e o Adryelson defendendo a área hoje foi algo descomunal.
Guga Chacra, Globo
Parabéns ao Botafogo. Devem ser o Napoli, não o Arsenal. Sempre bonito ver uma “Cinderella Story”, como dizem nos EUA. Palmeiras está focado no tetra da Libertadores e no bicampeonato Mundial. Além disso, o VAR como sempre prejudicou o Palmeiras. Foi gol legítimo do Gustavo Gomez. Seria o início da goleada. Mas, como diz o Milton Neves, o Palmeiras é o time mais roubado do mundo, depois da Lusa do Canindé e da ex-União Soviética.
Neto, Band
Aliás, se futebol é momento, Tiquinho Soares não merecia a convocação para a Seleção Brasileira? O cara faz gol todo jogo, pô!
Botafogo vem fazendo um trabalho incrível com o técnico Luís Castro. Realmente esse é mais um português diferente. Desacredita no Fogão pra ver….!
José Ilan, UOL
Está começando a ficar difícil duvidar do Botafogo. 12 rodadas, já foi praticamente 1/3 do Campeonato Brasileiro. O Botafogo acaba de fazer, no campo da teoria, seu jogo mais difícil das 38 rodadas, que é enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque. Antes desse jogo tinha quase 90% de aproveitamento, perdeu pela última vez em julho de 2022. Eu não duvido mais do Botafogo. Não quer dizer que será campeão, mas não duvido mais de jeito nenhum. Nessa partida o empate era um bom resultado, se você considerar tabela, pontuação, mas (o Botafogo) não estava para empatar. Pintou uma chance, caiu no pé do 'iluminado' Tiquinho Soares, que até pouco tempo atrás era desconhecido no Brasil, e ele matou o jogo. Palmeiras teve sua chance de matar e não matou, no pênalti, com jogador de seleção brasileira.
Mauro Cezar Pereira
Difícil dizer se o Botafogo realmente brigará pelo título brasileiro após 12 rodadas em 38. Mas a atuação diante do Palmeiras no Allianz Parque foi exemplar. Praticamente irretocáveis os comandados de Luís Castro.
Primeiro tempo mais conservador, com números que lembrava o próprio time palmeirense na vitória sobre o São Paulo, duas semanas antes, no Morumbi. Cauteloso e eficaz, fez 1 a 0, gol de Tiquinho Soares. Na etapa final vimos um Botafogo melhor, controlando o jogo, mais perigoso, capaz de criar a melhor chance após o intervalo, perdida por Vitor Sá. A entrada de Matías Segovia pesou demais nessa mudança de cenário.
Noriega, SuperEsportes
O primeiro terço do Brasileirão é uma história contada por um protagonista improvável. Muito bem treinado, sedento por glórias, o Botafogo comandado pelo português Luís Castro nas ideias e Tiquinho Soares na execução tem feito adversários badalados comerem poeira na classificação.
Com 30 pontos e 83,3% de aproveitamento, o Glorioso fez por onde não ser mais chamado de surpresa com uma vitória justa e taticamente consistente sobre o Palmeiras. Em pleno Allianz Parque e a uma semana de o rival completar um ano sem derrotas em casa. A estratégia do jogo sempre esteve sob a tutela da equipe carioca. Com um modelo muitas vezes usado por Abel Ferreira em seu primeiro ano de Alviverde, Luís Castro armou um time bem posicionado na defesa, deu a bola para o adversário e foi forte e decisivo com a pouca posse que teve. Detalhe: com uma fome na marcação e um desejo de ganhar divididas que fizeram toda a diferença Previsível, o Palmeiras abusou dos cruzamentos – quase todos errados – para a área. A maioria feitos da zona intermediária, sem jogadas de aproximação.
Por Thiago Guedes
