Recentemente, o Botafogo oficializou a saída de Tchê Tchê do clube, ao não renovar o contrato do jogador. No entanto, a história entre o time carioca e o meio-campista paulista ainda não chegou ao fim. O Botafogo ainda trava uma disputa judicial com o São Paulo, clube de origem do atleta, por causa de uma dívida de R$ 3,8 milhões relacionada à sua transferência em 2022. Além disso, as questões financeiras entre os clubes se estenderam para outros jogadores, como Lucas Perri, em um cenário que envolvia acordos e reajustes complicados. Vamos te explicar toda essa situação, os acordos feitos e o impacto desses problemas para ambos os clubes.
O Desfecho da Transferência de Tchê Tchê
Tchê Tchê chegou ao Botafogo em 2022, após o clube carioca comprar 70% dos direitos econômicos do jogador. O valor total da negociação foi de R$ 4,8 milhões, a ser pago em três parcelas. Porém, o acordo também incluía bônus de US$ 250 mil por temporada, caso o jogador fosse titular em 60% dos jogos. No entanto, ao longo de 2023, o Botafogo teve dificuldades financeiras, o que impediu o pagamento integral dessa quantia. Isso gerou uma cobrança por parte do São Paulo, que alegava que o clube alvinegro estava em débito com a negociação.
O Aditivo de 2023
Em janeiro de 2023, os dois clubes assinaram um aditivo para renegociar parte das pendências financeiras. Este aditivo foi firmado devido ao interesse do São Paulo em negociar o empréstimo de Erison para o clube paulista. Na ocasião, o Botafogo ainda tinha dívidas não quitadas, e a solução encontrada foi ajustar os pagamentos e parcelá-los. Contudo, a situação não foi resolvida de forma satisfatória para o São Paulo, que alegava que os pagamentos acordados não estavam sendo cumpridos corretamente.
A Disputa Judicial
Com as pendências financeiras e a falta de cumprimento dos acordos, o São Paulo decidiu recorrer à Justiça para cobrar a dívida de R$ 3,8 milhões referente à transferência de Tchê Tchê. Além disso, o clube paulista também buscava compensações por valores não pagos relacionados à venda de Lucas Perri ao Lyon. O São Paulo alegava que tinha direito a 18,3% da transação envolvendo o goleiro, e que esse valor não havia sido repassado corretamente pelo Botafogo.
O Botafogo, por sua vez, contestava os valores apresentados pelo São Paulo e a validade do aditivo assinado em 2023. O clube carioca argumentava que Tchê Tchê não havia assinado esse documento e, portanto, o acordo não deveria ser considerado. A situação, assim, se arrastava pelos tribunais, criando um clima de incerteza e desgaste para as partes envolvidas.
O Acordo na CNRD
Felizmente para ambos os clubes, a situação começou a se resolver. Botafogo e São Paulo chegaram a um acordo na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). Este órgão é responsável por mediar e resolver questões financeiras e contratuais entre os clubes do futebol brasileiro. Com o acordo firmado, o Botafogo comprometeu-se a pagar as dívidas em seis parcelas, sendo que a última vence em maio de 2025.
Com o acerto, o São Paulo decidiu retirar o processo que corria no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, encerrando oficialmente a disputa judicial. O Botafogo já havia efetuado o pagamento da primeira parcela, o que significa que o impasse entre as duas equipes foi, em grande parte, resolvido.
O Impacto do Acordo para o Botafogo
Para o Botafogo, esse acordo significa o fim de um processo judicial que poderia prejudicar sua situação financeira. O clube estava em uma fase de reestruturação e problemas econômicos, e essa pendência com o São Paulo só aumentava as dificuldades. Agora, com a negociação resolvida, o Botafogo poderá focar em sua recuperação financeira e nos próximos passos para seu elenco, sem o peso de um processo judicial em andamento.
Além disso, a disputa pela dívida de Tchê Tchê também marcou o fim de um ciclo para o jogador. Com o não-renovação de seu contrato, ele segue agora para outros rumos em sua carreira, sem maiores impactos para o Botafogo, que não precisará lidar com novas questões legais envolvendo o atleta.
Em relação a Lucas Perri, a questão sobre o percentual da venda ao Lyon também foi resolvida, o que coloca um ponto final em mais um capítulo jurídico do clube.