O Botafogo viveu um momento tenso fora das quatro linhas neste início de 2025. Recentemente, surgiram notícias de que o clube está com atraso nos pagamentos de premiações, incluindo os títulos da Libertadores e Campeonato Brasileiro de 2024. Além disso, há rumores de pendências em relação aos direitos trabalhistas e salários dos atletas. Em meio a essa polêmica, o ex-lateral do clube, Rafael, se pronunciou e levantou questões importantes sobre a situação. Ele criticou a nota oficial emitida pelo Botafogo e defendeu os jogadores, destacando que a verdade por trás dos atrasos pode ser mais complexa do que parece.
O Contexto da Polêmica
O Botafogo negou as acusações de atraso nos pagamentos e afirmou que está dentro do prazo de 20 dias úteis para quitar as premiações. Contudo, o vazamento das informações e as reações dos jogadores geraram um clima de desconforto. Segundo Rafael, a nota oficial do clube não foi adequada, pois "jogou nas costas de quem já foi embora". O ex-lateral acredita que essa comunicação foi errada e prejudicou ainda mais a imagem dos jogadores, colocando-os como vilões da história.
Rafael Defende os Jogadores
Em entrevista ao Charla Podcast, Rafael deixou claro seu ponto de vista. Ele afirmou que, se alguns jogadores vazaram informações sobre os atrasos, isso não aconteceu sem motivo. Para ele, os atletas têm razões para se manifestar quando não são cumpridos os compromissos acordados. Ele sugeriu que a situação não se resume apenas a uma questão de dinheiro, mas envolve promessas não cumpridas de outros anos, o que piora ainda mais o clima no vestiário.
Sobre o negócio da premiação, quero defender os jogadores. Achei que o Botafogo mandou muito mal na nota, jogou nas costas de quem foi embora e foda-se. Não sei quem foi o jogador que vazou, talvez ficaram nervosos com jogador que vazou, mas aquela nota não existe. Se jogadores estão fazendo isso, se fizerem, tem um motivo. Não iam fazer do nada. Não é só porque não pagaram isso, tem alguma coisas acontecendo. Sou botafoguense, nas não dá para ficar cego, fechar o olho e achar que está tudo certinho. Só para esclarecer isso também.
Além disso, Rafael fez questão de defender os jogadores que estão no clube e de apontar que todos participaram da conquista dos títulos, inclusive aqueles que já não fazem parte do elenco. Para ele, o Botafogo cometeu um erro ao atribuir a responsabilidade da falta de pagamento somente aos atletas que saíram, quando todos tiveram sua contribuição para o sucesso do time no ano anterior.
Não participei, não era líder mais, saí disso quando machuquei. É algo que consome muito. Quem manda lá é o CEO (Thairo Arruda). Os jogadores querem uma coisa, o grupo não concorda, mas ele que manda. Fica uma parada meio desgastante, não chega em acordo nunca. Eu estava machucado, ia ficar maluco. Mas só isso que queria deixar claro, achei a nota ridícula, não existe. Ao mesmo tempo, tem que ver quem vazou a notícia, também errado, concordo plenamente. Às vezes não é só isso, é palavra que deram e trocaram, coisas que aconteceram em outro ano e não cumpriram. Não adianta chamar jogador de funcionário, não funciona assim. Palavra é palavra. Tem que respeitar os caras também. Não recebi, mas não joguei também (risos). Foi até o Marçal que teve a ideia de dividir para todo mundo quase igual. Não acho o certo, tem que ganhar quem jogou. Falei isso com Marçal, com Marlon Freitas, tem que ser para quem jogou. Mas a decisão foi essa. Esse grupo é fera. Como torcedor, posso falar isso aqui, tenho certeza que ninguém vai me chamar mercenário, parece que jogadores são sempre como vilões, mas não é assim. A nota foi feia. Defenderam os jogadores que estão no clube, ativos dele, e jogaram no rabo de quem não está mais. Só que todo mundo participou ano passado.
Críticas à Nota Oficial
A nota oficial do Botafogo, que se referia ao atraso das premiações, não agradou nem um pouco a Rafael. Ele a considerou "ridícula" e "errada", destacando que ela falhou ao tentar transferir a culpa para os jogadores que deixaram o clube. "A nota foi feia. Defenderam os jogadores que estão no clube, ativos dele, e jogaram no rabo de quem não está mais", afirmou o ex-lateral.
Rafael ressaltou que, como torcedor do Botafogo, ele tem o direito de se expressar sobre o que considera um erro de comunicação, sem ser rotulado de "mercenário", um termo frequentemente utilizado para descreditar jogadores. Segundo ele, as pessoas tendem a ver os atletas como vilões, mas é necessário reconhecer a importância de respeitar as palavras e os acordos feitos com os jogadores.
A Situação nos Bastidores
Embora Rafael tenha se envolvido diretamente na defesa dos jogadores, ele deixou claro que não participou das discussões internas sobre os atrasos ou das reuniões que ocorreram após o vazamento da informação. Segundo ele, os jogadores que estavam no clube na época foram os responsáveis pelas decisões tomadas, incluindo a escolha de como dividir as premiações.
Não participei dessas reuniões. Parece que todo mundo que saiu pediu aumento, fica no ar. Eu não participei, não era um dos líderes. Se foi o grupo, foi quem estava lá. Não seriam os de fora que iam fazer sozinhos. Quem está fora não vai falar que não se reapresenta, não faz sentido nenhum. Só para deixar isso claro.
Rafael mencionou que existiam cinco líderes no grupo: Barboza, Marlon, Marçal, Tchê Tchê e Gatito. Ele explicou que, como não estava mais envolvido nas questões de liderança devido a uma lesão, não teve influência sobre as decisões do grupo. Contudo, ele fez questão de afirmar que os jogadores que estavam presentes nas reuniões foram quem realmente tomaram as decisões em conjunto.
Tinham cinco lideres, Barboza, Marlon, Marçal, Tchê Tchê, Gatito, posso estar esquecendo alguém. Esses cinco tenho certeza.
A Questão das Premiações
Outro ponto levantado por Rafael foi a questão da distribuição das premiações. O ex-lateral explicou que Marçal sugeriu dividir as premiações de forma mais igualitária entre todos os jogadores. Porém, ele não concorda com essa ideia, pois acredita que quem jogou deveria receber mais, em reconhecimento ao seu esforço dentro de campo. Rafael deixou claro que sua opinião é a de que os atletas que participaram diretamente das conquistas merecem ser mais valorizados financeiramente.