O Botafogo enfrenta um início desafiador no Campeonato Carioca de 2024, buscando equilibrar seu elenco profissional com a mescla dos talentos emergentes do time B, ou seja, o sub-23. Com apenas 10 dias de preparação antes do Estadual, o clube se vê diante de um calendário apertado e estratégias complexas para otimizar seus recursos.
Seguindo as normativas da Ferj, o clube planeja utilizar a equipe reserva nas quatro primeiras rodadas do Carioca, estendendo sua pré-temporada para focar, principalmente, na fase preliminar da Libertadores. Entretanto, surge a questão: como está o desempenho do time sub-23?
Oficialmente, o Botafogo não fornece muitas informações sobre essa categoria. Sabe-se que, em 2024, a falta de competições oficiais para o sub-23 se apresenta como um desafio. O Brasileirão de Aspirantes, competição oficial da CBF para essa faixa etária, encerrou-se em 2022, deixando poucos jogadores na ativa dentro desse projeto de servir de elo entre o elenco profissional e os jovens talentos.
Atualmente, o time sub-23 encontra-se em período de férias, com retorno previsto para o dia 3 de janeiro. Mesmo sem um calendário oficial, o Botafogo mantém ativo um time B, composto por jogadores que já ultrapassaram a faixa etária do time sub-20, mas que ainda não encontraram espaço no time principal.
Este elenco mais restrito realiza treinamentos tanto no campo anexo do Nilton Santos quanto no CEFAT, em Niterói, e busca se manter ativo através de amistosos ao longo do ano. Além disso, há um constante fluxo de avaliações e relatórios entre as comissões técnica do time B e o elenco profissional.
Jogadores que se destacam no time sub-23 são frequentemente convidados a integrar os treinos do time principal e, eventualmente, são relacionados para jogos oficiais. Um exemplo recente é o volante Newton, de 23 anos, que veio da Jacuipense no ano passado e, mesmo sem um calendário oficial, foi mantido no clube devido ao seu destaque e acabou participando de jogos pelo Brasileirão.
O Desafio da Renovação e os Jogadores do Botafogo emprestados
Entretanto, surge uma preocupação em relação à longevidade da categoria sub-23 no clube. Grande parte dos atletas considerados do time B está emprestada a outros clubes, conforme o Boletim Informativo de Registro e Transferência (BIRA) revela.
Entre os jogadores atualmente emprestados estão nomes como Eduardo Jesus, Henrique Vermudt, Vitinho, Lucas Barreto, Gabriel Conceição, Jô, Jefinho, Menezes, Reydson, Sérgio Mendonça, Victor Kawã, Antônio Villa e Felipe Dias, distribuídos por diferentes clubes e com contratos variados, alguns prestes a se encerrar.
Isso levanta questões sobre a continuidade e a efetividade do projeto do Botafogo em manter um time B funcional. A dispersão dos jogadores em empréstimos sugere um possível desafio na reestruturação e na manutenção de uma base forte e ativa para alimentar o time principal.
Perspectivas e Projeções Futuras
Diante desse cenário, o Botafogo se depara com o desafio de conciliar a demanda por resultados imediatos com a necessidade de desenvolver talentos a longo prazo. A integração entre o time B e o elenco principal torna-se crucial, destacando a importância de identificar e reter talentos emergentes para fortalecer o futuro do clube.
Neste ponto, estratégias de gestão de talentos e uma abordagem mais holística para a categoria sub-23 se tornam fundamentais. O acompanhamento constante, a valorização dos jogadores promissores e a criação de oportunidades de transição entre as equipes podem ser chaves para o sucesso futuro do Botafogo.
O desafio do Botafogo, portanto, reside não apenas na performance imediata no Campeonato Carioca, mas também na capacidade de construir e manter uma base sólida de talentos para impulsionar o clube em direção a conquistas mais duradouras. O equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazo será crucial para o sucesso dessa empreitada.