Por Thiago Guedes
O confronto entre Botafogo e São Paulo pelas quartas de final da Libertadores foi marcado por emoção, polêmicas e um resultado que deixou a torcida de ambos os lados dividida. No Nilton Santos, o Glorioso dominou o primeiro tempo, mas não conseguiu converter as chances em gols. O Tricolor, por sua vez, apostou na defesa e conseguiu sair de campo com um empate sem gols.
Botafogo domina, mas não marca
O Botafogo entrou em campo com a proposta de atacar e pressionar o São Paulo desde o início. A equipe carioca criou diversas oportunidades de gol, mas pecou na finalização. A torcida alvinegra saiu frustrada com o resultado, já que o time teve o domínio do jogo e poderia ter saído de campo com a vitória.
André Loffredo comentou que o confronto segue aberto:
A estratégia (do São Paulo) era para isso, ficou bem claro. Pode se dizer que deu certo, ainda que no limite. O sistema defensivo esteve bem? Esteve. Não tomou gol, como dizer que esteve mal? Rafael fez várias defesas, a bola bateu na trave. O jogo funciona dessa maneira. “Vamos jogar aqui atrás, é contra o melhor time em beleza de jogo, em chances criadas, vamos jogar atrás e tentar limitar as ações”. O São Paulo no primeiro tempo não deu um chute, mal passou do meio-de-campo. Se pensar no último jogo do Botafogo no Campeonato Brasileiro, o Corinthians criou mais oportunidades, os dois pênaltis. O São Paulo conseguiu ser pior que o Corinthians no primeiro tempo, no segundo teve duas chances. Mas deu resultado. O Botafogo não conseguiu colocar a bola para dentro, ainda que tenha feito partida muito boa. Tanto que Artur Jorge fica satisfeito e o torcedor que foi ao estádio não tem motivo para reclamar. Tem muita gente dizendo que o São Paulo já levou essa aí, não vejo assim não.
São Paulo se segura e sai satisfeito
O São Paulo, por sua vez, adotou uma estratégia mais defensiva, buscando explorar os contra-ataques. A equipe tricolor conseguiu se segurar e saiu de campo com um empate que pode ser considerado positivo, já que o jogo de volta será no Morumbi. A torcida são-paulina comemorou o resultado, mas também demonstrou preocupação com o desempenho do time no primeiro tempo.
O comentarista Luiz Teixeira opinou:
Prefiro trazer essa leitura para a melhor defesa da Libertadores, só tomou dois gols em nove jogos. Chegou ao sétimo jogo sem sofrer gols. É mérito do Zubeldía, que armou estratégia de time para fazer essa possibilidade, mesma dessa forma, sofrendo tanto. Colocou mais um zagueiro, chamou o Botafogo para o jogo, mudou para o segundo tempo. No pouco tempo que o São Paulo teve a bola, o Botafogo se sentiu desconfortável. Criou duas chances, poderia ter saído com a vitória. O confronto está extremamente aberto, o São Paulo cumpriu o objetivo de voltar vivo, o Botafogo tem chances de vencer no Mourumbis ou empatar e levar para os pênaltis. Não vejo nada decidido, mas o São Paulo elevou um pouco a confiança pelo resultado.
As opiniões dos comentaristas
Os comentaristas esportivos também tiveram opiniões divergentes sobre a partida. Alguns destacaram a superioridade do Botafogo e a dificuldade do São Paulo em sair de campo com um resultado positivo. Outros, por sua vez, ressaltaram a importância do empate para o Tricolor e a dificuldade do Botafogo em converter as chances em gols. Veja alguns comentários abaixo:
Tiago Leifert: "A classificação indicativa dos melhores momentos é +18, porque é um filme de terror para o torcedor são-paulino. Tem cenas horríveis. O Zubeldía colocou três zagueiros, mas ele errou, deveria ter colocado cinco zagueiros e quatro laterais, porque a gente apanhou, e por muito mérito do Botafogo. O Botafogo é o melhor time do país, cria demais, é muito rápido. Tem tudo: jogo aéreo, por baixo, triangulação, aproximação, toque de calcanhar… Os caras fazem um inferno no primeiro tempo. Costuma cair um pouquinho no segundo, tem acontecido. Mas o primeiro tempo do Botafogo é muito difícil. A gente se salvou porque o Botafogo errou muito e temos bons zagueiros. Reclamaram que o São Paulo fez muita cera… Deveria ter feito bem mais! A gente tinha que ter feito uma roda de oração, sentado no gramado. O Textor amou o Ostojich, elogiou para caramba esse árbitro horroroso, que já foi suspenso quando era VAR de tanta bobagem que fez, caseiro para caramba. É claro que ele gostou. Tudo que era falta para o Botafogo ele marcou. Teve um escanteio claro para o São Paulo no primeiro tempo que ele não deu. Depois o Welington ia roubar uma bola dentro da área do Botafogo e ele inventou uma falta do Welington, deu perigo de gol. A solada que o Luiz Henrique acertou, se fosse contra, o John Textor estaria dançando Y.M.C.A. [música do Village People da década de 1970] nu agora no Nilton Santos. Não foi uma arbitragem boa. Textor mais uma vez mostra que não entende nada de futebol e de arbitragem.
Sérgio Xavier Filho: "Acho uma baita vantagem. Só não sei de quem foi maior vantagem, porque o empate do São Paulo, tão grande em função da diferença de times, Zubeldía deixa muito claro que o Botafogo está em patamar acima… O São Paulo jogou para isso. Esse 0 a 0 não só trouxe o São Paulo vivo para o Morumbis, como trouxe uma vantagem, porque tem jogado bem lá. A vantagem do Fluminense é ótima, porém o Atlético-MG é muito forte, tem Hulk, Paulinho. Acho que o empate do São Paulo é um pouquinho maior que a vitória do Fluminense, se pensarmos em quem tem mais chances de passar.
Carlos Eduardo Lino: "A escalada do São Paulo é muito maior. Conseguiu um grande resultado em termos, porque as providências para superar o Botafogo são maiores que o Fluminense precisa para segurar o Atlético-MG. O Fluminense tem grande vantagem, venceu, tem algo a administrar. O São Paulo tem que tirar a diferença, jogar contra o Botafogo. Vai sair, vai expor o time? Ou vai se segurar? E sabemos o que o Botafogo vai fazer. Acho que ontem quem saiu em vantagem foi o Botafogo, não o São Paulo, que não vai poder administrar, vai ter que jogar. Tem time para isso, tem torcida capaz de empurrar, mas a escalada é grande para burro".
Rodrigo Coutinho: "O Botafogo é o time que joga o melhor futebol do país, vai para dentro do Morumbi e vai atacar o São Paulo. Se não conseguir, sabe jogar em contra-ataque, em ligação direta, em troca de passes curtos. O São Paulo tem oscilado, tudo bem que é forte no Mormubi, está acostumado nesse tipo de decisão, é tricampeão da Libertadores, venceu o Flamengo na Copa do Brasil e o Palmeiras na Supercopa recentemente. Mas acho que o Galo dentro de casa pode fazer muita coisa em relação à pouca diferença que o Fluminense tem com 1 a 0. O Fluminense tem vantagem, é favorito, mas acho que a vantagem é maior que a do São Paulo. O Botafogo joga futebol com regularidade que nenhuma equipe consegue no momento".
O futuro da competição
O empate entre Botafogo e São Paulo deixou a disputa pelas quartas de final da Libertadores ainda mais aberta. O jogo de volta, que será disputado no Morumbi, promete ser emocionante e decisivo. Ambas as equipes terão que se preparar com muita atenção para este confronto.
Por Thiago Guedes
