Por Thiago Guedes
Em uma entrevista exclusiva concedida ao blog "Negócios do Esporte", do jornalista Rodrigo Capelo, no "GE", o dirigente Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico Paranaense, surpreendeu o mundo do futebol ao revelar os planos do clube de se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) em 2024. Essa mudança estratégica visa atrair investidores e elevar o clube a um patamar de excelência no cenário sul-americano.
O Clube à Venda: Finanças em Ordem, Mas Necessidade de Crescimento
"Estamos à venda. Nossa posição era de que venderíamos apenas a parte minoritária, mas com o andar da carruagem, do mercado, se tiver uma oferta de um parceiro que realmente dê para casar... Porque é casamento, né? Futebol é complicado. Nós pensamos até na venda do controle acionário. Ele tem que estar envolvido nos novos projetos, o clube quer se tornar a nível sul-americano um dos top four, então tem que investir," disse Petraglia.
O dirigente explicou que o clube sentiu que atingiu seu limite financeiro e que precisa de recursos adicionais para alcançar suas ambições. Ele reconheceu a disparidade de torcida em relação a outros clubes brasileiros, mas expressou otimismo quanto ao crescimento contínuo do Athletico-PR. Segundo Petraglia, a maturação do clube está ocorrendo agora, e levará décadas para formar uma torcida tão sólida quanto a de outros times do país.
Desafios do Athletico-PR e Críticas no Caminho
Petraglia também admitiu que o valor inicialmente pensado pelo Athletico-PR para a conversão em SAF foi considerado alto demais em comparação com outras SAFs endividadas, que estavam vendendo suas ações a preços semelhantes aos de jogadores de futebol. Ele ressaltou que o clube tomou medidas significativas para se adaptar a essa nova realidade, incluindo a contratação do Bank of America como consultor no ano anterior e a EY (Ernst & Young) neste ano.
O dirigente aproveitou a oportunidade para criticar outras SAFs do Campeonato Brasileiro, especialmente aquelas que optaram por vender parte significativa de suas ações. Ele mencionou o Coritiba como exemplo, que vendeu 90% de seus direitos e agora enfrenta o risco de rebaixamento para a segunda divisão. O Vasco da Gama também enfrenta desafios semelhantes.
Sobre o Botafogo, Petraglia reconheceu o esforço do clube em se dedicar exclusivamente ao Campeonato Brasileiro e acredita que ele tem potencial para conquistar o título, algo que não acontece desde 1995. Essa abordagem contrasta com outros clubes que participam de várias competições simultaneamente, comprometendo suas chances de sucesso.
Em resumo, o Athletico-PR está preparado para uma transformação significativa em sua estrutura, buscando uma parceria sólida para alcançar seus objetivos ambiciosos no cenário esportivo sul-americano. A decisão de se tornar uma SAF representa um marco importante na história do clube e pode influenciar outras equipes a seguirem o mesmo caminho, à medida que o futebol brasileiro continua a evoluir e se adaptar às demandas do mercado atual.
Por Thiago Guedes
