Em longa entrevista de quase uma hora à jornalista Aline Nastari, do “TNT Sports”, o volante Tchê Tchê passou a limpo sua trajetória no Botafogo

Em uma conversa franca e repleta de nostalgia, o volante Tchê Tchê revelou à jornalista Aline Nastari, do “TNT Sports”, os detalhes marcantes de sua jornada no Botafogo, clube que se tornou não apenas seu local de trabalho, mas sua casa no futebol. Com a serenidade de quem acumula 126 partidas com a camisa alvinegra, o jogador não escondeu o orgulho de ser parte integrante dessa nova era do Glorioso.

Desde os primeiros passos no clube, Tchê Tchê se viu envolvido em um projeto ambicioso de reconstrução. "Fui um dos primeiros a acreditar no começo desse projeto", afirmou o volante, evidenciando seu papel não apenas como jogador, mas como um dos pilares da transformação do Botafogo. Capitão do time e honrando a histórica camisa de Nilton Santos, ele destacou a importância desse momento de ascensão: "É muito legal viver essa fase, ver o clube crescendo. Sabemos que ainda há metas a conquistar para solidificar tudo isso".

A mudança para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi um marco significativo para o Botafogo, trazendo não apenas respeito renovado de outros clubes, mas também novas oportunidades de crescimento. Tchê Tchê não escondeu sua satisfação ao falar sobre o impacto dessa mudança: "Voltamos a ser uma grande força. Os adversários nos respeitam mais agora. No começo, era a reconstrução de um gigante, e conseguimos alcançar nossos primeiros objetivos, como a classificação para a Sul-Americana e agora a Libertadores. Nosso objetivo principal é devolver ao Botafogo o respeito que ele merece".

Além das conquistas em campo, Tchê Tchê compartilhou um aspecto mais íntimo de suas ambições: o desejo de conquistar a Libertadores. "Todos os meus sonhos, dentro e fora de campo, já se realizaram. Agora, meu maior objetivo é erguer a taça da Libertadores. Seria a coroação da minha carreira", revelou o jogador, destacando a importância de ter metas que o motivem diariamente. "Aprendi com meu terapeuta que ter um sonho é fundamental. Isso me guia, mas não define meu valor. Se não alcançar, não será uma frustração, mas enquanto eu estiver aqui, meu papel é trabalhar e lutar por isso".

Confira entrevista de Tchê Tchê na entrevista ao “TNT Sports”

TRAJETÓRIA COM ARTUR JORGE

Ele chegou e tínhamos passado dois jogos mais ou menos ficando fora do 11 inicial com o Fabio (Matias). Primeiro jogo dele foi fora, contra a LDU, eu entrei na virada, estava 1 a 0, achei que fui bem. Mas aí aconteceu dois episódios, que eu fiquei doente, fiquei mal, foi meio difícil. Eu confio muito no processo, nas coisas que Deus faz. Estava tendo poucas oportunidades, fiquei doente, voltei e tive bastante oportunidades. É um elenco bastante qualificado, tem diversos atletas que podem jogar, temos que entender quando não somos escolhidos, mas é óbvio que quero sempre ser escolhido. Quero jogar independente de onde seja.

CURRÍCULO PARA SER CAPITÃO

Não gosto de falar muito de mim além do que já conquistamos, porque temos que demonstrar jogo após jogo e dia após dia. É claro que isso conta, não dá para apagar e fingir que não aconteceu, porque teve muito trabalho para isso. No nosso grupo não falta liderança, cada um tem uma opinião, de fora para dentro tem muita coisa, não podemos nos preocupar muito com isso porque vai conturbar. Eu brinco com o pessoal que me vejo como uma liderança técnica, não sou um cara que vai dar aquela palavra de motivação na hora da oração. Já tem esses aí, Marçal, Marlon… Eu brinco com o Marlon que ele consegue motivar todo mundo. Apesar das pessoas me verem como um cara que não tem expressão para nada (risos), eu ligo sim, me vejo como um cara que se precisar vou sempre correr para ajudar quando não estiver bem, nunca vou me esconder.

FAIXA DE CAPITÃO

Tenho muita influência no elenco, da minha maneira (risos). Temos diversos líderes, o Marlon é um, tem outros que quando iniciamos o ano tivemos uma conversa com o Tiago Nunes e ele fez um grupo de capitães. Fico muito feliz de representar dessa maneira o Botafogo. Todos sabem do carinho e da identificação que tenho com o clube. Claro que é um peso grande, mas é uma responsabilidade boa, que tem que ser exercida.

BOTAFOGO EM 2024

Sobre o ano passado, já foi, nem pensamos nisso, vivemos o momento de agora. Nosso elenco talvez não seja o melhor, os melhores jogadores, mas cada um sabe das suas qualidades. Até onde podemos chegar deixa para o povo falar. Uma certeza que podemos passar para o torcedor é que em todos os jogos vai ter muita entrega. É um time muito aguerrido, físico, que vai correr bastante a partida inteira. É claro que queremos brigar por tudo que disputar, mas o que vai acontecer é muito vago ainda.

2023

Não é que eu não goste de falar, é que já passou, não tem porque ficar voltando, se não vai dar muito assunto para o povo falar.

TÉCNICOS PORTUGUESES NO BOTAFOGO

Difícil comparar, cada um à sua maneira foi importante. Temos comprado muito a ideia do Artur Jorge. Todos que estiveram aqui tiveram sua importância, até mesmo o Tiago (Nunes) quando iniciou o ano. É difícil fazer uma comparação, é injusto.

TERAPIA

Sim, faço. Daqui, que eu tenho certeza que faz, é o Rafa, ele é meio doidinho igual a eu assim, Marçal também faz… Falo brincando, pelo jeito mesmo. Eu e o Rafa somos bem parecidos, a gente é bem agitado. Tem uma importância grande para mim, tive o problema em 2019 (depressão) e desde então é bom, aprendi muita coisa depois disso. Tem dias que você acorda superbem disposto, tem outros que não e está tudo certo.

RELAÇÃO COM JOHN TEXTOR

Esse inglês básico dá para desenrolar, quando ele vai no vestiário é tranquilo. Se ele vier falar comigo eu vou falar com ele, pode sair alguma palavra de índio (risos). A esposa do meu empresário me cobra para fazer idiomas, eu estava fazendo francês, mas parei. Com o Textor dá para desenrolar. Já aconteceu de ele entrar no vestiário e fazer uma cobrança firme, tem que entender o momento, ele é o dono. Ele tem o momento de falar sério, de brincar. E aí alguém traduz, algum dos diretores, do estafe traduz para o grupo.

É DIFERENTE

Desde que eu cheguei ao Botafogo realmente é diferente. Todo mundo é uma família, realmente. Se você não chega num bom dia, você pode esperar, seja a moça que lava a roupa, ou o cara que está limpando o chão vai perguntar porque você está com essa cara, como você está. Não é uma família da boca para fora. O ambiente ajuda muita coisa.

AMBIENTE

O Botafogo acerta sempre em trazer pessoas que, além do que vão render dentro do campo, que agregam muito no sentido humano fora dele. Por isso que falo que é diferente. Se a pessoa chegar aqui achando que é de uma maneira, que vai ter vaidade, não tem muito aqui, a gente se ajuda muito. A gente se trata com carinho como você trata alguém muito próximo seu.

Fernanda Maia Apela pela Renovação de Tchê Tchê no Botafogo

A apresentadora do “SBT Sports Rio” e voz do estádio Nilton Santos, Fernanda Maia, não escondeu sua preocupação e paixão pelo volante Tchê Tchê durante o programa desta sexta-feira. Com apenas seis meses restantes em seu contrato com o Botafogo, Tchê Tchê pode assinar um pré-contrato com outro clube a partir de agora, o que deixaria o Glorioso sem compensação financeira na virada do ano.

Fernanda Maia, conhecida por sua entrega emocional ao comentar os jogos e sua devoção ao Botafogo, fez um apelo direto à diretoria do clube: "Eu tenho uma preocupação: 1º de julho já chegou e eu quero que renove com Tchê Tchê! Ainda não renovou, não sei se estão conversando… Estou desesperada, porque é um jogador muito importante tecnicamente. Ô, John! Liga para o homem, pelo amor de Deus! Renova logo com o Tchê Tchê! Não estou mais aguentando essa agonia".

A relação de Fernanda com Tchê Tchê vai além do campo técnico: ela se declara sua fã número um e destacou sua importância não apenas como jogador, mas como um símbolo de identificação com o clube. "Adoro o futebol do Tchê Tchê, um cara muito técnico, muito tático, mas, mais do que isso, é o que criou uma identificação mútua maior. Temos o apelo grande do Tiquinho, do Eduardo, mas o Tchê Tchê chegou no início da reestruturação da SAF e criou essa identificação, essa troca", ressaltou.

Fernanda também mencionou a repercussão positiva que Tchê Tchê tem entre os torcedores do Botafogo, evidenciando-o como um "termômetro" do clube mesmo nos momentos mais desafiadores: "O Botafogo às vezes está mal e aí na locução (da escalação), quando falo o nome de todos, tem um chiadinho, mas no Tchê Tchê nunca teve".

Para completar, Tchê Tchê, após se recuperar de um corte na canela que o deixou de fora do último jogo, está de volta aos treinamentos e pode reforçar o Botafogo contra o Atlético-MG neste domingo. Com a possibilidade de contar com o retorno do volante e do lateral-direito Damián Suárez, o técnico Artur Jorge vislumbra uma equipe competitiva para enfrentar mais um desafio no Brasileirão 2024.

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