A partida entre Botafogo e Bahia, válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2024, foi marcada por um lance polêmico que culminou na expulsão do volante Gregore. O árbitro Rafael Rodrigo Klein (Fifa/RS), após revisão do VAR, considerou que o jogador do Botafogo usou força excessiva ao atingir o rosto de Santiago Arias com a mão, resultando em um cartão vermelho direto. A decisão gerou discussões acaloradas entre jogadores, comentaristas e torcedores, levantando questões sobre a atuação da arbitragem e do VAR no futebol brasileiro.

A Expulsão de Gregore: O Que Diz a Súmula

Aos 46 minutos do primeiro tempo, durante uma disputa acirrada, Gregore, jogador do Botafogo, se envolveu em um lance que chamou a atenção do árbitro Rafael Rodrigo Klein. Após revisão no VAR, foi decidido que o atleta atingiu o adversário Santiago Arias com a mão no rosto, fora da disputa de bola e com o jogo já paralisado. O árbitro não hesitou em aplicar o cartão vermelho direto, justificando a decisão com base no uso de força excessiva.

O documento oficial da súmula, divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi redigido à mão devido a problemas técnicos no sistema da entidade, que tem enfrentado dificuldades desde a mudança em seu site oficial. A súmula destacou a gravidade da ação de Gregore, o que justificou a expulsão e, consequentemente, complicou ainda mais a situação do Botafogo na partida.

A Repercussão: Opiniões Divididas sobre a Decisão do Árbitro

A expulsão de Gregore gerou uma enxurrada de comentários e opiniões diversas entre jogadores e analistas de futebol. Diego Souza, ex-jogador e agora comentarista, não poupou críticas ao VAR e à decisão de Klein. Em um desabafo no Instagram, Diego Souza expressou sua indignação com o que chamou de manipulação do jogo, argumentando que o árbitro estava de frente para o lance e poderia ter tomado a decisão correta sem a necessidade de intervenção do VAR. Para ele, a revisão do lance foi desnecessária e prejudicou diretamente o Botafogo.

Por outro lado, outros comentaristas e especialistas em arbitragem entenderam a decisão de Klein como plausível. Paulo Vinicius Coelho, em uma live no "UOL Esporte", afirmou que, embora a expulsão possa ser discutida, ela está dentro dos limites de interpretação das regras do jogo. PVC ressaltou que o movimento de Gregore, ao esticar o braço e atingir o rosto de Arias, foi suficiente para justificar o cartão vermelho, especialmente porque o adversário saiu de campo com um ferimento visível.

Carlos Eugênio Simon, ex-árbitro e agora analista de arbitragem, também concordou com a decisão tomada em campo. Simon destacou que a regra do futebol é clara em relação a ações de agressão ou tentativa de agressão, independentemente da intensidade do golpe. Segundo ele, o VAR agiu corretamente ao chamar a atenção do árbitro para revisar o lance, garantindo que a expulsão fosse aplicada de forma justa.

As Consequências para o Botafogo

Com a expulsão de Gregore, o Botafogo foi obrigado a jogar todo o segundo tempo com um jogador a menos, o que complicou sua estratégia em campo. Apesar da determinação e do esforço dos atletas, o Glorioso acabou sofrendo um gol nos minutos finais da partida, resultando em sua eliminação da Copa do Brasil 2024.

Essa derrota, além de impactar a campanha do Botafogo na competição nacional, também levanta preocupações sobre o futuro da equipe nas outras competições que disputa. O time agora precisa redobrar seus esforços e concentrar-se no Campeonato Brasileiro, onde ocupa a liderança, e na Copa Libertadores, cujas oitavas de final estão prestes a começar. A ausência de Gregore, um dos pilares do meio-campo botafoguense, será um desafio a mais para o técnico Artur Jorge, que precisará reorganizar a equipe para continuar competitivo nas próximas partidas.

A Polêmica do VAR no Futebol Brasileiro

A utilização do VAR no futebol brasileiro tem sido alvo de críticas constantes, principalmente em relação à sua influência nos resultados das partidas. No caso de Gregore, a decisão do árbitro, baseada na revisão do VAR, reabriu o debate sobre a necessidade e a eficiência dessa tecnologia no futebol. Para muitos, o VAR deveria ser um recurso para corrigir erros claros e óbvios, mas sua utilização excessiva em lances interpretativos tem gerado insatisfação entre jogadores, treinadores e torcedores.