Veja a Repercussão das Denúncias

O futebol brasileiro se encontra mais uma vez sob os holofotes não por seus dribles e gols, mas por denúncias graves que sacodem as estruturas da arbitragem nacional. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu abrir um inquérito para investigar as acusações feitas por John Textor, acionista da SAF do Botafogo, sobre a existência de corrupção entre os árbitros do futebol brasileiro.

A Denúncia 

O Desabafo de John Textor

John Textor, em declarações recentes ao jornal “O Globo”, levantou uma poeira até então repousada ao afirmar ter em mãos gravações que evidenciam uma trama de corrupção envolvendo árbitros brasileiros. As acusações apontam que juízes estariam reclamando da falta de pagamento de propinas, uma alegação que, se comprovada, mancha profundamente a integridade do esporte mais amado do país.

Para esclarecimentos sobre questões relacionadas a litígios iniciados por CBF e afiliadas, por favor saibam que não litigaremos por meio da imprensa. Fornecemos evidências e documentação responsivas, primeiro, por meio de processos oficiais. Obrigado.

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A Resposta do STJD

O STJD, atento às gravidades expostas, não tardou em agir. José Perdiz, presidente do tribunal, estabeleceu um ultimato para que Textor apresentasse as provas de suas alegações em um prazo de três dias. A seriedade do assunto é tal que o não cumprimento dessa ordem pode acarretar em suspensão e até na eliminação do empresário do cenário futebolístico, conforme estipula o artigo 223 do CBJD.

O despacho do presidente do STJD

Em referência a solicitação de ABERTURA DE INQUÉRITO interposta pela PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO FUTEBOL – STJD DEFIRO seu pedido de forma a intimar o Sr. John Textor, para que, no prazo de 3 (três) dias, entregue todos os documentos que alega possuir ter referente aos “juízes gravados reclamando de não terem propinas pagas”, sob pena de aplicação do artigo 223 “caput” e seu parágrafo único do CBJD, ou seja, em caso de descumprimento, seja o Sr. John Textor suspenso automaticamente até que cumpra a decisão, além da suspensão por 90 a 360 dias, e na reincidência eliminação.

Entre a Denúncia e a Prova

A Pressão Sobre Textor

John Textor agora se encontra em uma posição delicada. Apesar de suas alegações chocantes, o empresário deve fornecer ao STJD as evidências concretas que sustentam suas denúncias. A comunidade futebolística aguarda ansiosamente pelos próximos capítulos dessa saga, que pode revelar os bastidores sombrios do esporte mais popular do Brasil.

A Posição da CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por sua vez, optou por uma postura de cautela. Segundo informações do “Blog do Diogo Dantas”, a entidade prefere aguardar o desenvolvimento das investigações antes de se manifestar oficialmente. A CBF observa os acontecimentos com serenidade, consciente de que as alegações, se provadas, podem ter implicações profundas para o futebol nacional.

Anaf e a nota de repúdio a John Textor

A ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, repudia com veemência as acusações infundadas e totalmente descabidas do empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, que sabe-se lá por que não de hoje abriu “guerra” contra a arbitragem brasileira.

Questionar a atuação dos árbitros no campo de jogo por uma falta não marcada, um pênalti deixado de ser assinalado ou uma advertência aplicada de maneira equivocada é uma coisa, afinal de contas somos seres humanos. Agora, dizer que na arbitragem brasileira há árbitros que se “vendem”, é uma acusação gravíssima que põe em xeque não só a categoria, como também toda a estrutura da CBF.

“SE JOHN TEXTOR NÃO PROVAR O QUE DISSE, ELE TEM QUE SER BANIDO DO FUTEBOL BRASILEIRO! NÃO HÁ OUTRO CAMINHO E, DIANTE DO QUE ELE DISSE, AS INSTITUIÇÕES PRECISAM AGIR”.

É inaceitável que um dirigente responsável por um dos mais importantes clubes do futebol nacional tome uma atitude pequena e lamentável como essa. Como representante legítima dos árbitros, a ANAF vai tomar todas as ações necessárias para que ele possa esclarecer suas declarações e iremos buscar todos os meios para que esse péssimo exemplo não se repita.

A arbitragem brasileira é formada por homens e mulheres de bem! E John Textor deveria ao invés de atacá-la, trabalhar e cobrar da CBF sua profissionalização. Isso é melhor do que falar besteiras, sem provas, na imprensa.

Salmo Valentim
Presidente da ANAF

Abrafut se revolta

Nessa quinta feira, 07/03/24, foi divulgada na imprensa uma matéria sobre a lamentável e gravíssima acusação que o presidente do Botafogo , Sr John Textor, fez à arbitragem brasileira, prometeu ainda que “nos próximos 30 dias”, os torcedores saberão, “o que realmente aconteceu no campeonato.

O teor das acusações é muito sério, pois ofende a honra e a moral de toda uma classe de trabalhadores que está em seu campo de atuação, exercendo sua função com honestidade, responsabilidade e transparência.

É inadmissível que uma pessoa com tanta visibilidade e responsabilidade social, ocupando um cargo que deveria ter seu reconhecimento pelo respeito, venha a público difamar, desonrar e colocar em descrédito a idoneidade de toda uma categoria.

A ABRAFUT , com seus 500 associados, está nesse momento tomando medidas cabíveis junto ao seu corpo jurídico, para que sejam tomadas as devidas providências nesse caso, iniciando hoje mesmo pela esfera desportiva, onde será apresentado o devido requerimento para que seja instaurado o competente inquérito, objetivando que todas as provas existentes sejam demonstradas e colhidas em regime de urgência.

A integridade e a honra das pessoas e profissionais corretos não pode esperar 30 dias, a ABRAFUT usará todos os meios legais para que qualquer prova ou acusação seja devidamente apresentada e apurada, sob pena de responsabilização dos que fazem graves acusações sem provas.

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Repercussão e Debates: As Denúncias de John Textor Estremecem o Futebol

O futebol brasileiro vive momentos de tensão e expectativa após as graves denúncias feitas por John Textor, acionista da SAF do Botafogo, envolvendo corrupção na arbitragem. A reação da imprensa esportiva e de figuras proeminentes do futebol nacional não tardou, gerando um amplo debate sobre a integridade do esporte mais popular do Brasil.

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As Opiniões Divididas na Imprensa

André Loffredo e a Pressão por Provas

André Loffredo, comentarista do "SporTV News", não poupou palavras ao comentar sobre o ultimato dado a Textor. Segundo Loffredo, o empresário americano se encontra em uma encruzilhada crítica: ou apresenta provas concretas de suas alegações, ou enfrentará sérias consequências, que podem incluir desde a retirada do Botafogo das competições nacionais até sua saída do país. A exigência de responsabilidade por tais acusações ressalta a gravidade da situação e o impacto potencial para o futebol brasileiro.

Depois disso, ou ele apresenta provas e chacoalha o futebol brasileiro ou tira o time das competições nacionais ou vai embora do país. Só tem três caminhos. Se não apresentar provas, não faz sentido continuar disputando competições (...) E responde criminalmente por isso. Porque está fazendo acusação grave. Não pode ir embora sem apresentar provas.

A Perspectiva de André Rizek

André Rizek, por sua vez, ofereceu uma visão mais matizada. O apresentador do "Seleção SporTV" relembrou o caso da "Máfia do Apito", um escândalo de manipulação de resultados que ele próprio ajudou a desvendar em 2005. Rizek vê semelhanças entre aquele episódio e as atuais denúncias de Textor, especialmente no uso de gravações áudio como ponto de partida para as investigações. Ele sugere que Textor busca, intencionalmente, provocar um choque no sistema, desafiando as autoridades a responderem.

O que posso assegurar é que ele queria essa exposição para divulgar as coisas que ele entende serem estarrecedoras, bombásticas. Não foi feito do nada. Se ele vai realmente comprovar o que ele acha que tem, são outros quinhentos. Ele queria essa exposição que teve hoje (...) Morderam a isca do Textor. (…) Desde o ano passado, venho informando que ele subiria o tom nesse assunto…

A Máfia do Apito começou com áudio também. Minha chefe (Thaís Oyama) recebeu uma denúncia de que havia manipulação de resultados no Campeonato Paulista de 2005. Ela me deu a ordem para ir atrás. A fonte queria conversar comigo e entregar o material. Eu fui à cidade em que ela (a fonte) morava e ela me mostrou a gravação. Era a gravação de um árbitro, Paulo José Danelon, dando justificativas ao empresário Nagib Fayad, chefe do esquema, ele havia sido pago para garantir a vitória do Santos sobre o Guarani, e não conseguiu. Ele argumentou que fez tudo que podia no jogo, mas não conseguiu garantir o resultado. Isso aconteceu várias vezes com o Edilson (Pereira de Carvalho, ex-árbitro). Esse é o motivo que leva o Danelon a trazer o Edilson para o grupo, ele tinha que correr atrás do prejuízo (...) Quando peguei a fita, achei que era cascata, qualquer pessoa poderia gravar uma fita. Achei que não daria em nada. Me fiz passar por um vendedor de call center, gravei essas pessoas e periciei com um perito que trabalhava na Unicamp para saber se a voz das pessoas batia, e batia. A partir daí comecei minha investigação, acionei o Ministério Público e a Thaís procurou a Polícia Federak. Podia não ser nada, eu até achava que não era nada.

Ainda não sabemos que ele tem a prova. O que sei é que ele tem esse áudio. Que juiz é esse, que campeonato é esse, que ano é esse, como ele conseguiu, quais circunstâncias, não tenho ideia. Ele tem o áudio. Detalhes ele vai mostrar no tribunal. Claro que ele queria chamar atenção e quer exibir o áudio. Na cabeça dele, como o STJD não quis analisar o que ele considera provas robustas de manipulação, agora ele vai ter mais uma chance porque o STJD o intimou a levar o material que ele tem (...) Eu tenho certeza de que de bobo ele não tem nada, ele é um empresário de mídia. Ele deu uma declaração na quarta-feira que ele não queria deixar escapar. Ele queria que isso se tornasse público, afirmando ter em mãos o material de um árbitro dizendo que recebeu propina (...) Pode não ser nada, pode ser um juiz de várzea, falando de um caso de 2006… O que temos é que o Textor foi processado criminalmente por acusar um crime de corrupção no futebol brasileiro. Agora ele está colhendo provas para demonstrar o que ele afirmou. Se esse áudio vai dar em alguma coisa… Agora vamos saber mais detalhes, porque o STJD vai querer esse áudio. Esse áudio não tem nada falando algo do tipo: “Roubei o Botafogo, ajudei o Botafogo”. É um áudio…

As Entidades de Arbitragem Reagem

A resposta das entidades que regem a arbitragem no Brasil foi rápida e contundente. Tanto a ANAF quanto a Abrafut expressaram seu repúdio às acusações, encarando-as como ataques infundados ao profissionalismo dos árbitros brasileiros. Essa defesa vigorosa, contudo, não abafou o clamor por uma investigação transparente e imparcial, capaz de esclarecer todas as dúvidas levantadas.

John Textor pode estar fazendo um bem imenso para o futebol brasileiro. Quero que ele coloque essas coisas na mesa. Nunca vejo isso como uma coisa ruim, pelo contrário, acho que é bom. A arbitragem não pode se ofender por se ofender. Ela pode entender que há corrupção na arbitragem assim como em outros setores da sociedade. Ela tem que ser aliada quem quer denunciar, e não sair atacando o Textor já de cara. Tomara que ele faça essa denúncia e que ela seja clara e visível (...) Tomara que ele tenha isso, se for realmente verdade, que apresente publicamente, porque só vai fazer bem à nossa sociedade. Acho irresponsável lançar o assunto antes de qualquer coisa, acusar pessoas antes de ter as provas. Depois que tiver as provas, conseguimos aprofundar essa questão. No momento, só ele está sendo julgado.

A Visão dos Comentaristas

Carlos Eduardo Lino, comentarista esportivo, defende que a arbitragem deveria se posicionar como aliada na busca pela verdade, ao invés de reagir defensivamente às acusações. Para Lino, é fundamental que todas as partes interessadas colaborem para o esclarecimento dos fatos, visando a preservação da integridade do futebol.

A Perspectiva dos Clubes

Marcos Braz, vice de futebol do Flamengo, expressou uma postura cautelosa, enfatizando a importância de aguardar a apresentação de provas por parte de Textor antes de emitir um julgamento. A posição adotada por Braz reflete o dilema enfrentado pelos clubes brasileiros: a necessidade de equilibrar a solidariedade institucional com a busca pela verdade e a justiça no esporte.

Acho que, pelo cargo que exerço de vice-presidente de futebol, é dever meu falar sobre o assunto depois que ele apresentar as possíveis provas, áudios, filmagens. Depois que ele apresentar isso, fica tranquilo, que falarei. Enquanto isso, deixa só o Textor falar (...) Nunca nem ouvimos falar desse assunto (propinas da arbitragem). Textor tem o tamanho dele, a responsabilidade dele, do que falou. Agora, a situação está bem desconfortável ou para o Textor ou para a CBF. Assunto gravíssimo (...) Ou o Textor agora chega e prova o que disse, e não estou botando nenhum juízo de valor dele. Se não fizer isso, vamos aguardar o que a CBF vai fazer. Diante dessas acusações, não fazer nada, fica difícil. Parece que fica querendo forçar em cima das arbitragens. É um assunto que, até agora, não é do Flamengo. É do Textor que falou com a imprensa. Vamos esperar os áudios e as provas que ele disse que tinha.

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