Quinto maior artilheiro do século do Botafogo, atleta teve saída tumultuada que ainda ecoa na memória do jogador

Sassá, nome marcante nos corações alvinegros (talvez não no bom sentido), viveu uma jornada multifacetada enquanto vestia a camisa preto e branca. Sua ascensão como promessa das divisões de base do clube carioca prometia um futuro glorioso, mas seu percurso foi entremeado por altos e baixos, culminando em uma saída controversa há seis anos. Recentemente, ergueu a taça de campeão da Série C do Brasileirão com o Amazonas, mas suas memórias mais marcantes continuam relacionadas ao Botafogo.

Numa entrevista concedida ao "ge", a fera do futebol expressou sua profunda gratidão ao clube que não apenas lhe proporcionou a oportunidade de ingressar no mundo futebolístico, mas também o amparou nos momentos mais difíceis de sua trajetória.

Entretanto, não se pode ignorar a turbulência que envolveu sua transferência para o Cruzeiro em 2017. Para Sassá, o Botafogo não soube valorizá-lo adequadamente, não reconhecendo seu desempenho em campo da maneira que ele esperava. Além disso, o jogador sentiu a necessidade de esclarecer uma polêmica frase proferida durante sua apresentação na Raposa: "aqui, no Cruzeiro, é outra coisa, é time grande".

Sassá permanece presente, mesmo longe dos gramados alvinegros. Seu apoio, mesmo à distância, é palpável durante a corrida pelo título do Brasileirão deste ano. Se não pode contribuir em campo, o espírito e a torcida fervorosa de Sassá permanecem como parte integrante do legado que deixou no coração da torcida botafoguense.

Entrevista de Sassá ao "ge" cita Botafogo

Confira algumas declarações de Sassá envolvendo o Botafogo, em entrevista dada ao "ge".

Gratidão ao Botafogo

O Botafogo me deu a base de tudo, fiquei lá dez anos entre base e profissional. Sou o quinto artilheiro do século, um clube que estendeu a mão em um dos piores momentos da minha vida, que foi na perda da minha mãe. Fui emprestado, machuquei, voltei e fui vice-artilheiro do Brasileirão de 2016 saindo da lanterna e indo para a Libertadores. Foi ali que me projetei.

"Aqui ,no Cruzeiro, é outra coisa, é time grande"

Acabei dando uma declaração infeliz, só quem está vivendo na pele sabe o que passei. Fui artilheiro do campeonato, contrataram jogadores ganhando três vezes mais do que eu ganhava, não queria nada de mais e ser um pouco mais reconhecido. Foi o clube que projetou, me deu suporte e tudo que tenho. Não vou colocar a culpa na idade, mas aconteceu um episódio mal interpretado, mas logo isso passa.

Torcida pelo título

O Botafogo está no meu coração e nunca vai sair. O time está bem e tomara que seja campeão.

Foto com dinheiro na mão

A resenha que todo mundo mais fala é a foto com dinheiro, marcou bastante. Foi uma brincadeira infeliz, mal feita e que ficou no passado. Aquilo ali foi um bicho que a gente ganhou, aquele dinheiro nem era meu. Fui o primeiro a chegar na sala para pegar o bicho.

Seedorf

Peguei o Seedorf assim que ele chegou, me ajudou bastante mesmo não conseguindo entender muito bem na época porque tinha 17 anos com uma cobrança muito grande para melhorar e sempre estar focado. Hoje consigo entender tudo que ele queria passar, meu primeiro gol foi passe dele contra o Flamengo. Ele me ajudou bastante mesmo sem eu saber que estava me ajudando, hoje consigo ver isso.

É um cara que sempre quer extrair o seu melhor, não deixava ninguém na zona de conforto. Não estávamos acostumados com isso no Brasil, mas os ensinamentos dele hoje vejo que fazem muito sentido

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