'Não vai expor o Botafogo ao ridículo', falou o dirigente

Rubens Lopes, presidente da Ferj, participou de uma entrevista ao canal “Resenha com TF”. O dirigente falou sobre as SAFs e sobre John Textor, que havia afirmado que disputará o Cariocão 2023 com o Time B.

Abaixo, veja trechos da entrevista de Rubens Lopes ao canal do TF.

Rubens Lopes fala sobre SAF e Textor

Rubens Lopes comentou sobre o acionista majoritário do Botafogo, John Textor, e a possibilidade do clube disputar o Carioca com uma equipe alternativa. Para ele, essa decisão não deve acontecer.

"Primeiro, eu acho que ele não foi para o Botafogo para brincar. Segundo, nunca vi ninguém serrar o galho da árvore em que está sentado. Terceiro, ele tem uma marca a zelar. Eu acho muito difícil, até de explicar, que alguém pegue a marca Botafogo e exponha ao ridículo de entrar em competição em que já foi protagonista, foi campeão em 2018, e querer colocar essa marca, essa instituição junto com as de pequeno porte", disse o dirigente.

Rubens ainda afirmou que há cláusulas que obrigam a utilização dos titulares na competição, mas que elas não são colocadas pela Ferj.

"Essa decisão não é da federação, é dos clubes. Porque você não está jogando sozinho. Você faz parte de um conjunto que o sucesso ou a derrota daquele produto afeta a todos. Por isso todos democraticamente escolhem e aceitam que as coisas não podem ser assim", falou.

Rubens Lopes e as SAFs

Veja abaixo trechos da entrevista, retiradas do Fogaonet:

– Sobre a SAF, ela foi criada com o objetivo de dar segurança a um investidor que pudesse aportar seus recursos e ter maior segurança na forma de aplicação e no retorno do investimento. Os clubes, em alguma dificuldade financeira, viram nesse modelo uma forma de ter aporte imediato de recursos que lhes permitissem sobrevivência e competitividade. Nada mais é que uma instituição, uma forma jurídica, empresarial, que não é garantia de sucesso. Tudo passa por gestão. Se a gestão da SAF foi ruim, o resultado vai ser ruim. Não é o modelo que é garantia de sucesso. Um mau gestor, pode estar na SAF, na SOF, na SIFU (risos), o que não acredito que venha a acontecer, embora tenha o caso do Gama… O problema é de acordo com a gestão.

– É uma forma promissora, as pessoas não estão ali para brincar, a não ser que esteja com dinheiro além da conta. Não acredito que o presidente da SAF do Botafogo tenha entrado só para brincar e depois não queira mais o clube. Vislumbra como negócio. É a expectativa que todo botafoguense tem. Eu posso referendar isso. Mas é uma forma muito nova. Começamos a conviver com isso agora, tem oito meses, vamos aguardar. De uma forma imediatista, financeiramente foi uma solução que permitiu ter uma certa tranquilidade, reforçada pela expectativa de que recursos serão aportados.

– Uma consequência imediata é o desequilíbrio econômico que vai acontecer nas competições. Não há dúvida. Vamos ter Fórmula 1 com Ferrari, McLaren e com fusquinhas lá atrás. Isso vai acontecer na primeira competição nacional. No Estadual não sei se tanto assim, porque a competição se resume em protagonistas e coadjuvantes. No Rio temos as quatro grandes marcas, é a única cidade do mundo que tem quatro grandes marcas. Antes tinha um desequilíbrio pelo Flamengo em si, com situação econômica muito melhor. Agora tem mais duas outras marcas que podem concorrer de imediato com o Flamengo, é só colocar o dinheiro lá. Embora muito dinheiro pode não significar resultado. O desnível econômico do Flamengo em relação aos demais pode ser muito minimizado de imediato por duas marcas, Botafogo e Vasco, em função da SAF. O Fluminense eu não sei como vai se situar economicamente no meio desse poderio econômico dos outros. Quando transporta para a Série A, fica um pouco mais complicado. O desnível vai aumentar muito e impactar no resultado de campo, no resultado técnico da competição, na probabilidade de quem pode ser campeão ou não. Vai aumentar a previsibilidade.

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